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Um mês de greve na Neodent

Paralisação é a mais longa da categoria metalúrgica no Paraná. Em retaliação, a Neodent cortou os salários dos trabalhadores. Na segunda (6) tem assembleia decisiva, às 7h.

A greve na fábrica da Neodent, que pretende ser uma das cinco maiores do mundo no setor até 2015, localizada na Cidade Industrial de Curitiba, completa hoje um mês de paralisação sem que a empresa aceite iniciar negociações sobre a data base 2010. A greve já é a mais longa da categoria metalúrgica do Paraná. Nesta semana, em retaliação, a Neodent cortou os salários dos trabalhadores, o que caracteriza um atentado aos direitos humanos e trabalhistas. Reunidos ontem à tarde com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), os metalúrgicos decidiram realizar nova assembleia na próxima segunda, às 7h, para definir os rumos da mobilização.

Desrespeito à legislação

Além de cortar os salários dos trabalhadores, a Neodent está burlando a legislação brasileira ao anunciar que está contratando para preencher vagas abertas. Pela lei, enquanto permanecer o estado de greve, não se pode fazer contratações nem demissões. O SMC entrou com liminar na Justiça do Trabalho para impedir a Neodent de desrespeitar à lei de greve e os direitos trabalhistas.

Com essa atitude, a empresa prova contra ela mesma que não há dialogo com os trabalhadores. Quem questiona alguma coisa na empresa, mesmo que seja para melhorias, corre o risco de ficar desempregado.

Convenção  coletiva x Acordo coletivo

Além do reajuste salarial, os metalúrgicos querem iniciar negociação sobre abono salarial, vale-mercado, piso salarial, Participação nos Lucros e Resultados (PLR) e redução de jornada de trabalho. 

A Neodent insiste que vai definir a data base a partir da convenção coletiva patronal, o que é uma desvantagem para o trabalhador de empresas de grande porte como a Neodent, já que nessa modalidade de negociação, empresas de grande, médio, pequeno e micro porte são igualadas, fazendo com que os acordos de reajuste salarial sejam nivelados por baixo. Além disso, a negociação coletiva não contempla a concessão de vale mercado, Participação nos Lucros e Resultados, piso salarial, redução de jornada de trabalho e outros benefícios que só podem ser discutidos levando-se em conta a particularidade de cada empresa.

Diante disso, ao longo dos anos o SMC tem tido sucesso na luta para estabelecer e consolidar o acordo coletivo, que é a modalidade de negociação onde é possível definir e discutir as negociações salariais e de benefícios diretamente com as empresas levando-se em conta as particularidades de cada uma,  o que possibilita o avanço das conquistas trabalhistas. Várias empresas já reconhecem a vantagem desse tipo de negociação.  Somente na data base 2010, o SMC já fechou até agora mais de 80 acordos nessa modalidade com empresas menores ou do porte da Neodent, beneficiando cerca de 20 mil trabalhadores.

   "Com sua intransigência em iniciar negociação, a Neodent vai na contramão do diálogo e da tendência de um tipo de negociação reconhecidamente mais eficaz", comenta o presidente do Sindicato, Sérgio Butka.

Apoio internacional

A luta dos metalúrgicos da Neodent está sendo acompanhada com atenção por várias organizações internacionais de defesa do trabalhador. A Federação Internacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (Fitim) emitiu nota de solidariedade à luta dos trabalhadores e repudiou a atitude da Neodent em não se importar com as reivindicações dos metalúrgicos por melhores condições de trabalho.

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