Contra vontade da população, Parlamento grego aprova pacote de cortes
Pacote foi imposto pelo FMI e pela União Européia para que Grécia pudesse receber ajuda. População promete continuar com protestos
“As medidas são para o bem dos bancos, não para o dos trabalhadores.” - a frase de Yannis Tsounis, 38 anos, funcionário público, resume o sentimento dos gregos em torno do pacote de austeridades que foi aprovado nesta quarta (29) pelo Parlamento Grego. A aprovação do plano foi condição imposta pelo FMI e a União Européia (UE) para que a Grécia pudesse receber ajuda das instituições financeiras e evitar que o país dê um calote da dívida, o que afetaria toda a zona do euro.
O funcionário público é um dos milhares de manifestantes que aderiram à greve geral de 48 horas, convocada pelas Centrais Sindicais do país, e foram para a rua protestar contra o pacote que prevê demissões de mais de 25 mil trabalhadores, privatizações, cortes nos salários e nas aposentadorias e impostos sobre renda e propriedades. Está prevista também a redução da força de trabalho do setor público em 25%, ao mesmo tempo que será elevada a 40 horas semanais a carga de trabalho.
Ontem, a greve paralisou o país e manifestantes entraram em confronto com polícia. Mesmo com a aprovação do pacote, os trabalhadores e estudantes confirmaram que irão continuar com os protestos. “A Europa não deve nos ver como párias. Começamos a nos sentir como se não fossemos da Europa.”, disse um dos manifestantes.
A Grécia enfrenta sua pior crise desde 1970, com o desemprego em mais de 40% e as finanças públicas afundadas em uma divida equivalente a 150% do PIB (Produto Interno Bruto) do país.
Confira mais imagens das manifestações de ontem aqui.
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