Crise financeira na Grécia começa a virar caso de saúde pública
Um aposentado grego de 77 anos de idade se suicidou nesta quarta feira (04) em frente ao parlamento. O homem chegou ao local do metro, se dirigiu até uma arvore situada no meio da esplanada e deu um tiro na cabeça.
Uma funcionária da limpeza da prefeitura declarou que antes de se suicidar o homem gritou que não queria deixar dívidas para a filha.
Tratava-se de um famarcêutico aposentado, casado, com uma filha e que estava cheio de dívidas. Ele deixou uma mensagem em seu bolso: “sou aposentado, não posso viver nessas condições, me nego a procurar comida nas latas de lixo.”
As pensões de aposentadoria que já não davam para viver foram cortadas em 15% desde o inicio das medidas de austeridade impostas ao país pelos credores internacionais.
Como consequência da grave crise econômica, os suicídios no país aumentaram nos últimos três anos. Outroras alegres, falantes e otimistas, os gregos ficaram taciturnos com a crise transformando-se num verdadeiro problema de saúde pública. Antes do inicio da crise , a Grécia apresentava a taxa mais baixa de suicídio no continente europeu com 2,8% casos para cada cem mil habitantes.
Hoje, essa taxa de suicídios duplicou. De uma média anual de 366, passou para mais de 600.
As causas alegadas para o desespero grego são dívidas, falta de trabalho e o fantasma da demissão.
Aumentou também os casos de depressão, de consumo de drogas, o que está afetando as relações familiares, tão sólidas até um passado recente. Os casais se separam, os jovens estão estressados, o rendimento escolar caiu muito. Pais são presos por delitos econômicos como roubar comida para alimentar a família.
O caráter altamente público e simbólico do suicídio do farmacêutico gerou uma onda de solidariedade popular, incluindo uma passeata e um memorial improvisado no local do suicídio, com bilhetes reclamando da crise.
O jornal conservador Eleftheros Typos disse que Christoulas se tornou um "mártir da Grécia", e que o "profundo simbolismo político" do seu ato pode "chocar a sociedade grega e o mundo político, e despertar sua consciência" a pouco mais de um mês de uma eleição parlamentar que determinará o futuro do país.
ALVOS
O alvo da indignação popular são os políticos locais, mas também os credores internacionais, que exigiram fortes medidas de austeridade em troca de ajuda financeira para tirar o país da sua pior crise econômica desde a Segunda Guerra Mundial.
"É horrível, não deveríamos ter chegado a esse ponto. Os políticos no Parlamento que nos trouxeram até aqui deveriam ser punidos por isso", afirmou a aposentada Anastassia Karanika, de 60 anos.
O parlamentar conservador Panos Kammenos, fundador do recém-criado partido antiausteridade Gregos Independentes, disse que "quem deveria ter cometido suicídio há muito tempo são os políticos que sabidamente decidiram levar este país e seu povo a este estado de coisas".
A Grécia está em recessão a cinco anos e no melhor das hipóteses só sairão daqui a mais três anos.
Fontes: Bandnews FM e Folha de São Paulo
Uma funcionária da limpeza da prefeitura declarou que antes de se suicidar o homem gritou que não queria deixar dívidas para a filha.
Tratava-se de um famarcêutico aposentado, casado, com uma filha e que estava cheio de dívidas. Ele deixou uma mensagem em seu bolso: “sou aposentado, não posso viver nessas condições, me nego a procurar comida nas latas de lixo.”
As pensões de aposentadoria que já não davam para viver foram cortadas em 15% desde o inicio das medidas de austeridade impostas ao país pelos credores internacionais.
Como consequência da grave crise econômica, os suicídios no país aumentaram nos últimos três anos. Outroras alegres, falantes e otimistas, os gregos ficaram taciturnos com a crise transformando-se num verdadeiro problema de saúde pública. Antes do inicio da crise , a Grécia apresentava a taxa mais baixa de suicídio no continente europeu com 2,8% casos para cada cem mil habitantes.
Hoje, essa taxa de suicídios duplicou. De uma média anual de 366, passou para mais de 600.
As causas alegadas para o desespero grego são dívidas, falta de trabalho e o fantasma da demissão.
Aumentou também os casos de depressão, de consumo de drogas, o que está afetando as relações familiares, tão sólidas até um passado recente. Os casais se separam, os jovens estão estressados, o rendimento escolar caiu muito. Pais são presos por delitos econômicos como roubar comida para alimentar a família.
O caráter altamente público e simbólico do suicídio do farmacêutico gerou uma onda de solidariedade popular, incluindo uma passeata e um memorial improvisado no local do suicídio, com bilhetes reclamando da crise.
O jornal conservador Eleftheros Typos disse que Christoulas se tornou um "mártir da Grécia", e que o "profundo simbolismo político" do seu ato pode "chocar a sociedade grega e o mundo político, e despertar sua consciência" a pouco mais de um mês de uma eleição parlamentar que determinará o futuro do país.
ALVOS
O alvo da indignação popular são os políticos locais, mas também os credores internacionais, que exigiram fortes medidas de austeridade em troca de ajuda financeira para tirar o país da sua pior crise econômica desde a Segunda Guerra Mundial.
"É horrível, não deveríamos ter chegado a esse ponto. Os políticos no Parlamento que nos trouxeram até aqui deveriam ser punidos por isso", afirmou a aposentada Anastassia Karanika, de 60 anos.
O parlamentar conservador Panos Kammenos, fundador do recém-criado partido antiausteridade Gregos Independentes, disse que "quem deveria ter cometido suicídio há muito tempo são os políticos que sabidamente decidiram levar este país e seu povo a este estado de coisas".
A Grécia está em recessão a cinco anos e no melhor das hipóteses só sairão daqui a mais três anos.
Fontes: Bandnews FM e Folha de São Paulo
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