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Homens ainda têm mais reajustes que as mulheres

As conquistas das mulheres no mercado de trabalho são inegáveis. Mas quando o assunto é a questão de gênero, apesar de todo o reconhecimento, ainda surgem situações que não acompanham os avanços, especialmente em relação à remuneração.

É o que mostra a Pesquisa dos Profissionais da Catho, que aponta que os homens têm mais aumento salarial que as mulheres. O levantamento mostra que 35,9% dos homens dizem ter conseguido maior remuneração, contra 32,3% das mulheres. Mesmo que a diferença não seja tão significativa, isso significa que as mulheres precisam se posicionar para conseguir o aumento salarial, de acordo com a avaliação da diretora de RH da Catho, Telma Souza. “Os homens muitas vezes recebem aumento pelo potencial e as mulheres só depois que demonstram que merecem”, afirma.

Estudiosos do mercado de trabalho, no entanto, argumentam que o momento valoriza as capacidades dos profissionais, e não mais o gênero. Mas a experiência de Andrea Kaminski, 39 anos, mostra que isto ainda é uma realidade. Por oito anos ela trabalhou em um banco multinacional e percebeu que o esforço para se capacitar não era devidamente valorizado.

A formação em Pedagogia, pós-graduação em Recursos Humanos, nível avançado de inglês e participação em vários cursos oferecidos pela empresa não foram suficientes para conquistar o reconhecimento na corporação. “Parecia que eles faziam vista grossa pelo esforço. Homens que tinham o mesmo cargo e a mesma função que eu, mas que não se qualificavam, mal tinham o ensino médio e nem falavam inglês ganhavam mais”, lembra. A diferença salarial chegava a 30%.

Além da diferença na remuneração, Andrea conta que percebia um “ranço machista” na empresa pelos comentários entre os homens e na ocupação nos cargos de chefia. “Era muito raro encontrar uma mulher em cargo de liderança. E não era por mérito. Havia colegas que eram extremamente capacitadas, mas não era dada a oportunidade a elas. As mulheres ocupavam cargos operacionais, de base, como atendimento, telemarketing e cobrança”, conta.

Outro fator que contribuiu para que ela pedisse demissão, há quatro anos, foi a resistência na empresa por sua posição de mãe de família, situação que a diretora de RH da Catho também identificou na pesquisa: a dificuldade em conciliar a carreira e a vida pessoal. “Este é um tema que toda mulher debate. Como dar atenção aos filhos, a casa e também ao trabalho. O importante é traçar prioridades e saber os seus limites”, ressalta Telma.

Em mais de uma vez Andrea percebeu que imprevistos envolvendo seu filho causaram mal estar no trabalho, como por exemplo, levar o garoto ao médico. “Quando surgem situações assim, isso acaba sendo jogado na sua cara. Fiz o aniversário do meu filho na escolinha, que era a poucas quadras do banco, e meu chefe não me deixou ir até ali só para cantar o parabéns”, lembra. Desde que saiu do banco, Andrea conta que sua vida mudou. Sem o stress e cobranças no antigo trabalho, ela garante que tem mais flexibilidade de horário e tempo para cuidar da família.

Aposte na capacitação

Para a diretora do eixo Experiência e Ação da Associação Brasileira de Recursos Humanos no Paraná (ABRH-PR), Andréa Gauté, a grande questão não é a remuneração, e sim a presença de mulheres em cargos de chefia. “A nossa realidade hoje é que o número é maior de executivos do sexo masculino. O número é muito alto se comparado ao que queríamos que fosse”, observa ela, que destaca um momento histórico para as mulheres, tanto no mercado de trabalho como na política, com mulheres ocupando cargos de presidente e chefes de estado. “Ainda tem muito espaço para conquistar. E o feeling da mulher multitarefa tem dado uma contribuição muito interessante para o mundo empresarial”, analisa.

O professor Kassem El Sayed, dos cursos de pós-graduação da FAE Centro Universitário, destaca ainda que a capacitação do profissional é o grande fator a ser considerado. “Mais do que a preocupação com o gênero, são necessários a capacidade adequada, conhecimento e atitude, independente do sexo. Hoje se busca pessoas capazes de gerar resultados enquanto estiverem na empresa”, ressalta.

Sayed afirma ainda que percebe as mulheres ingressando com “mais força” no mercado de trabalho. “Vejo que elas não param de participar, sugerem, criticam, trazem o construtivo para o processo”, afirma. E para isso, estão se capacitando. A coach Andrea Nardi orienta as mulheres que administram diversas funções, tanto no trabalho como em casa, a se organizar. “Quando exercem muitas atividades elas podem acabar sobrecarregadas e isso pode ser prejudicial no trabalho. É preciso distribuir as atividades, dividir tarefas com os homens, e também se organizar”, explica.

Fonte: Tribuna do Paraná - 09/09/2013

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