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Vida Metalúrgica: SMC homenageia trabalhador com 50 anos de sindicalização

- Histórico e dedicação pela categoria enaltecem Benjamim Gunha e a profissão
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Dos 65 anos de vida, cinco décadas de Benjamim Gunha foram destinadas ao trabalho em metalurgia. Primeiros passos que começaram na antiga fábrica da Indústria Langer, próximas ao centro da capital paranaense, onde começou como mecânico aprendiz. Subiu de cargo na profissão e quase não trocou de empresa durante esse longo período. Auxilia também no cenário sindical e permanece até os dias de hoje no chamado chão de fábrica, designação usada para aqueles que estão na linha de produção. Condição que lhe premiou com o título de sócio cinquentenário do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC).

A homenagem pelos cinquenta anos de trabalhador sindicalizado ocorreu no dia 18 de maio, na chácara do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba. Construção que é um dos feitos que Gunha recorda ter acompanhado com a entidade que conheceu em condições desprivilegiadas em estrutura para a defesa da categoria. Não apenas em espaço físico de atuação, havia também diferenças na defesa do operário.

Segundo a memória do curitibano Benjamim Gunha, seu primeiro contato com a fábrica onde deu início à vida metalúrgica ocorreu ainda moleque. Pouco tempo antes de completar 15 anos de idade, assinou carteira na Indústria Langer Ltda. Essa, localizada na Rua João Negrão, no bairro Rebouças, na capital do Paraná. O local, recorda, fica no espaço onde é sediada uma grande agência dos Correios no município. Entrou em 1963 e saiu apenas no final de 1981. Por quase dez anos fez parte do quadro de funcionários de outra empresa e por duas décadas e meia permanece na atual. Na primeira troca, passou para ajustador mecânico. Na segunda, para mecânico montador. Função que exerce até hoje, no ramo de trabalho que é o mesmo de seu filho.

Acompanhou a evolução das empresas de trabalho metalúrgico na capital do Paraná. Seu ponto de partida na categoria é um exemplo. Apesar de ser uma das principais fábricas da época, a extinta Langer do Rebouças contava com apenas pouco mais de 100 funcionários na mão de obra. É o que recorda Gunha, sobre dimensões nada equivalentes ao número de pessoas nas grandes fábricas existentes atualmente na região metropolitana de Curitiba. Apenas a Renault, na vizinha São José dos Pinhais, conta hoje com estimados 4 mil metalúrgicos.

Tempos românticos
O cenário também era outro. Refeitório não havia. “Comíamos nos bares em volta da empresa”, lembra. Garagens acabaram por se tornar novidades para o pessoal da época de Gunha, cerca de dez anos depois de ingressar na primeira empresa onde trabalhou. “Nos anos 70, os salários davam poder aquisitivo bom. Tanto que os trabalhadores da Langer adquiriram carros zero. Tinha uns vinte fusca e umas poucas Brasílias, que eram mais caras. Eu mesmo comprei um Fusca zero 1976”, completa. Uma novidade para a época. Tanto os veículos nas mãos do operariado, quanto a possibilidade de utilizar o estacionamento construído pelo dono da empresa.  

Pareciam ser tempos de mais proximidade, até mesmo entre funcionário e patrão. “O trabalhador profissional era muito valorizado, disputado”, conta Benjamim Gunha. Um exemplo citado por ele é o modo como as coisas eram tratadas. Havia presença diária de um médico conhecido dos operários para atendimento, caso necessário. Também o seguro, para quem precisasse de algo fora dos muros da empresa.  “Você trabalhava aqui, mas estavam de olho se fosse um bom profissional. Para trabalhar em outro lugar. Tinha oferta de trabalho pra ganhar mais”, evidencia, colocando um reajuste de 40% concedido no período de implantação de uma grande empresa na região metropolitana para citar aquele que pode considerar um tempo de romantismo na profissão.  “Ou então o pessoal ia começar a migrar. Onde é que tem essas coisas hoje em dia?”.

A humildade de Gunha ao comentar o assunto descarta qualquer ironia. Enaltece a necessidade ampla da defesa sindical. Principalmente, na atualidade. “Infelizmente, os tempos mudaram para pior. O trabalhador não é respeitado”, comenta, abordando a luta para impedir que os companheiros se tornem peças descartáveis. “Nos anos 60 e 70, toda produção dependia de bons profissionais qualificados. Nos dias de hoje, com a importação de máquinas tecnológicas, a produção industrial cresceu muito, consequentemente, houve perdas de postos de trabalho”. 

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