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Olimpíadas Rio 2016: entidades sindicais protestam contra Nissan EUA durante a passagem da tocha olímpica pelo país

Desde que a Tocha Olímpica desembarcou no Brasil, suas andanças pelas ruas do país tem sido acompanhadas por uma multidão de brasileiros. No meio de todo o alvoroço causado pela passagem da tocha ganham destaque faixas e cartazes questionando uma das patrocinadoras oficiais das Olimpíadas do Rio. Com a frase “Nissan, cadê o espírito olímpico?”, o Sindicato americano UAW, com o apoio de entidades sindicais brasileiras, como a Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos (CNTM) e o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC), denuncia a realidade cruel a que são submetidos os trabalhadores da fábrica da montadora, que fica no Mississipi (EUA). Com uma rotina de perseguições, ameaças e assédio, os trabalhadores são impedidos de se organizar para poder reivindicar melhores condições de trabalho.

Segundo um dos representantes da UAW no Brasil, Rafael Guerra, a Nissan não cumpre as regras do código de ética que estabelece critérios para patrocinadores e fornecedores dos Jogos Olímpicos, sobre direitos humanos.  “A Nissan não cumpre com as regras que assinou  para ser patrocinadora dos Jogos Olímpicos  porque não respeita os direitos dos trabalhadores dos EUA impedindo a organização livre dos trabalhadores.  A fábrica do Mississipi não tem acordo coletivo, os trabalhadores são ameaçados e empresa se nega a dialogar sobre isso”, disse.

Dessa forma, a UAW e os trabalhadores tem utilizado a aproximação dos Jogos Olímpicos para denunciar a Nissan e exigir que o Comitê Olímpico cobre da empresa  o respeito aos trabalhadores. “No último dia 11 de abril, nos encontramos com o presidente do Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos do Rio, para pedir que o Comitê exija da empresa uma mudança de postura. Até agora não tivemos uma resposta”, diz Rafael.

O objetivo é acompanhar a tocha olímpica por todo o Brasil para denunciar a realidade dos trabalhadores da Nissan. “A tocha tem toda uma visibilidade porque  carrega o espírito olímpico e a Nissan está tentando utilizar disso para se promover e passar a imagem de que é uma empresa boa, que respeita as pessoas e tudo o que representa o espírito olímpico, o que é uma mentira. Por isso, vamos continuar com esse protesto para alertar as pessoas que o que a Nissan tenta passar não é a realidade. Eles não tem nada de espírito olímpico”, afirma.

Trabalhadores vivem realidade de ameaças e perseguição
A Nissan tem promovido uma agressiva e sistemática campanha antissindical na fábrica localizada na cidade Canton, no estado do Mississipi, nos Estados Unidos, com a finalidade de impedir que seus trabalhadores se organizem em um sindicato e, consequentemente, estejam habilitados a assinar um acordo coletivo. A atitude da empresa desrespeita e é uma afronta ao Código Básico da iniciativa Ética Comercial, parte central do Guia da Cadeia de Suprimentos Sustentável dos Jogos Olímpicos, segundo os trabalhadores. A montadora é a única patrocinadora automotiva dos Jogos Olímpicos Rio 2016, mas sua conduta no Mississipi não respeita esse código. O risco colocado pelas entidades sindicais é de que uma empresa global, do porte da Nissan, que terá  uma exposição global com a Tocha Olímpica e os Jogos Olímpicos, sirva de mau exemplo e estimule condutas similares de outras grandes corporações que passarão a se sentir confortáveis e sem nenhum risco de punição por desrespeitar um código estabelecido para patrocinadores de Olimpíadas.

Apoio dos Sindicatos e trabalhadores brasileiros
Não é a primeira vez que as entidades brasileiras são solidárias aos trabalhadores da multinacional. Em 2014, participaram de mobilizações dentro e fora do Brasil que acabaram revertendo demissões políticas de empregados que haviam se manifestado publicamente a favor da sindicalização. Os dois trabalhadores, Calvin Moore e Willard Chip Wells, foram reincorporados após protestos realizados no Brasil e nos Estados Unidos. Também em 2014, a UAW (United Auto Workers) e a IndustriALL solicitaram mediação do Departamento de Estado dos Estados Unidos para proteger o direito de sindicalização dos trabalhadores na fábrica de Canton. Houve o reconhecimento oficial de que a empresa interferiu no direito de funcionários de circular informação sobre o sindicato fora do horário de trabalho e a determinação de que ela retirasse advertência escrita no histórico profissional do empregado. Mas a empresa não abriu o processo de negociação com os funcionários com acompanhamento da mediação formal. As ameaças antissindicais prevaleceram.

 Com informações assessoria UAW


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