Portal do SMC - Acesse aqui

Fique Ligado

80% das categorias têm aumento real nos salários

Oito em cada dez categorias profissionais conseguiram aumentos reais de salário em 2009, na contramão do desempenho da economia, que encolheu pela primeira vez em 17 anos. Para os trabalhadores, foi o terceiro melhor resultado das negociações salariais desde 1996, início da série histórica do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). Incluindo na conta os profissionais que conseguiram reajustes iguais à variação dos preços, quase 93% das campanhas salariais do ano passado terminaram com a reposição da inflação, informou ontem o Dieese.

Um desempenho que, para especialistas, reforça as chances de que 2010 seja o melhor ano para o mercado de trabalho brasileiro nas últimas três décadas, com geração recorde de empregos e aumentos salariais ainda mais generosos. “Se ao longo dos próximos meses as expectativas favoráveis que os indicadores econômicos vêm revelando se confirmarem, é razoável supor um ano ainda mais positivo para a negociação coletiva de salários”, afirma o documento do Dieese.

Anselmo Santos, professor de Economia do Trabalho da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), avalia que o primeiro passo para isso já foi dado – trata-se do vigoroso aumento do salário mínimo. Em janeiro, ele subiu de R$ 465 para R$ 510, com aumento nominal de 9,7%. Descontando-se a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), o reajuste real chega a 4,4%. O novo patamar do benefício, explica o economista, deve influenciar boa parte das campanhas deste ano, em especial as de categorias com salários mais próximos do mínimo.

“A expectativa é que as negociações reflitam também o crescimento do mercado formal de trabalho, que tende a ficar em pelo menos 2 milhões de novos empregos. Some-se a isso uma inflação relativamente baixa, um crescimento expressivo do Produto Interno Bruto (PIB) e o fato de que estamos em ano eleitoral, e o resultado é que 2010 tende a ser a melhor temporada para o mercado de trabalho dos últimos 30 anos”, diz Santos. A previsão atual do mercado financeiro é que o PIB avance cerca de 5,5% e que a inflação termine o ano próxima de 5%, pouco acima do centro da meta perseguida pelo Banco Central (4,5%).

No balanço das negociações divulgado ontem, que compilou os resultados de quase 700 negociações coletivas, o Dieese destacou o apoio dado pelos sindicatos a “iniciativas governamentais de caráter anticíclico como fator importante para a rápida recuperação da economia nacional, em grande parte respaldada pelo crescimento do consumo interno”.

2º semestre

O melhor momento para as negociações, por sinal, foi no segundo semestre, quando os indicadores econômicos já evidenciavam o bom desempenho do mercado doméstico. Prova disso é que mais de 90% das categorias com data-base entre setembro e novembro conseguiram aumento real. Durante a maior parte do primeiro semestre, esse índice ficou abaixo de 75% – na data-base de fevereiro, por exemplo, apenas 62% dos profissionais tiveram reajuste superior à inflação.

Outra questão importante, afirmou o Dieese, foi o comportamento dos preços – que em 2009 avançaram 4,11%, segundo o INPC, indicador usado como referência pelos sindicatos. “A negociação do porcentual de reajuste é facilitada em momentos nos quais não há risco de descontrole inflacionário”, diz o documento. A série do Dieese (veja quadro ao lado) mostra que, no período 2001-2003, em que a inflação ficou sempre próxima ou acima de 10%, nem metade das categorias profissionais conseguiam reajuste real.

Fonte: Gazeta Online

Desenvolvido por Agência Confraria

O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) utiliza alguns cookies de terceiros e está em conformidade com a LGPD (Lei nº 13.709/2018).

CLIQUE AQUI e saiba mais sobre o tratamento de dados feito pelo SMC. Nessa página, você tem acesso às atualizações sobre proteção de dados no âmbito do SMC bem como às íntegras de nossa Política de Privacidade e de nossa Política de Cookies.