Portal do SMC - Acesse aqui

Fique Ligado

Em tempo de guerra cambial, BC não altera taxa básica de juros

Em reunião concluída na noite de quarta-feira (20), o Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), decidiu manter a taxa básica de juros (Selic) em 10,75% ao ano. Num curto comunicado, o comitê afirmou que a decisão, adotada por unanimidade, reflete a avaliação dos seus integrantes sobre “o cenário macroeconômico e as perspectivas para a inflação”.

O fato não causou surpresa. Traduz o espírito conservador que inspira as orientações do Banco Central (BC). O Brasil continua com as mais altas taxas de juros reais do mundo num tempo em que, conforme o ministro Guido Mantega, os países vivem uma guerra cambial, com todos procurando meios de manter suas moedas com uma cotação competitiva, e a economia nacional dásinais de desaceleração.

Juros e câmbio

Os juros altos inibem os investimentos, freando o crescimento da economia, e alimentam a especulação nos mercados financeiros. No Brasil, a política monetária do BC é uma das principais causas da renitente valorização do dólar. A relação entre os juros altos e a cotação do câmbio se estabelece através dos fluxos de capitais estrangeiros.

Capitalistas estrangeiros pegam dinheiro emprestado nos EUA a custo zero e especulam no mercado de títulos, por exemplo com papéis do governo brasileiro, que remuneram pela Selic, agora em 10,75%, depois de três rodadas de alta. Com o banco central estadunidense inundando o mundo de dólares a pretexto de arrancar a economia de seu deplorável estado, o problema obviamente se agrava.

O governo tributou os investimentos especulativos de curto prazo e aumentou três vezes, para 6%, o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) sobre os lucros dos investimentos estrangeiros em títulos. Mas o problema persiste e a equipe econômica cogita novas medidas para estancar a queda do dólar, que voltou a cair, 0,65%, na quarta, depois da expressiva alta do dia anterior, atribuída ao aumento do IOF e a apreciação do dólar no mundo que se seguiu à notícia de que a China aumentou as taxas juros;

Muitos economistas entendem que enquanto os juros permanecerem altos, o fluxo de capitais liberalizado e o câmbio flutuante o governo provavelmente estará enxugando gelo com medidas para conter a valorização do real que não põem o dedo nessas feridas.

As elevações da taxa básica de juros determinadas pelo Copom ao longo deste ano é uma das causas, quem sabe a principal, da desaceleração do ritmo de crescimento observada a partir do segundo semestre. Isto e o cenário internacional nebuloso, onde até a economia chinesa dá sinais de cansaço, indicam a necessidade de reduzir os juros básicos reais no Brasil a um nível compatível com os que vigoram no mundo.

Fonte: O vermelho

Desenvolvido por Agência Confraria

O Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba (SMC) utiliza alguns cookies de terceiros e está em conformidade com a LGPD (Lei nº 13.709/2018).

CLIQUE AQUI e saiba mais sobre o tratamento de dados feito pelo SMC. Nessa página, você tem acesso às atualizações sobre proteção de dados no âmbito do SMC bem como às íntegras de nossa Política de Privacidade e de nossa Política de Cookies.