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Comissão Nacional da Verdade vai ouvir empresas acusadas de ajudar ditadura

Grupo quer convocar companhias nacionais e estrangeiras que, segundo documentos, colaboraram com a repressão. Rosa Cardoso diz que é preciso encontrar forma de responsabilizar empresas e empresários que ajudaram militares

A Comissão Nacional da Verdade anunciou na segunda (8) que vai convocar empresas acusadas de colaborar com a ditadura (1964-85) para prestar esclarecimentos.

Um dos focos de investigação do grupo, a colaboração de companhias nacionais e estrangeiras com a repressão será tema de uma audiência que deve ser realizada no próximo mês, segundo Rosa Cardoso, uma das comissárias.

"Ainda vamos estudar as várias formas de responsabilização dessas empresas, mas há tratados e entendimentos internacionais que dizem que, em situações como a da ditadura, a responsabilização das empresas e dos empresários não pode ser esquecida", ressaltou Cardoso.

Segundo a comissão, dezenas de companhias, estatais e privadas, nacionais e estrangeiras, ajudaram os órgãos da repressão denunciando trabalhadores engajados na resistência ou repassando informações sobre a atuação deles, sobretudo nos sindicatos, entre os anos 70 e 80.
Há casos de empresas que repassaram fichas funcionais dos empregados aos órgãos de segurança, diz a entidade.

Com a ajuda de similares municipais e estaduais ou de comissões com foco no setor sindical, a Comissão Nacional da Verdade já tem uma lista preliminar de empresas que constam em documentos dos órgãos de repressão como colaboradoras do regime.

Entre elas estão Monark, Embraer, Rhodia, Ford, General Motors, Petrobras, Philips e Volkswagen, que chegou a espionar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva em eventos sindicais no início dos anos 80, quando ele liderava as greves no ABC paulista.

"Tudo indica que as estatais foram usadas como laboratórios para pensar a repressão dentro das empresas", afirmou Sebastião Neto, um dos responsáveis pela pesquisa. Ele cita as 516 demissões na Petrobras de abril a outubro de 1964, nos primeiros meses de vigência da ditadura.

Ainda sem saber qual tipo de responsabilização a Comissão da Verdade vai pedir em relação às empresas que colaboraram com o regime, Rosa Cardoso afirmou que o tema estará presente no relatório final, cuja divulgação está prevista para dezembro deste ano, quando o grupo conclui seus trabalhos.

Das empresas citadas, só a Volkswagen se manifestou. "A Volkswagen é reconhecida como um modelo por tratar seriamente a sua história corporativa. A empresa irá lidar com esse assunto da mesma forma", informou em comunicado. A Philips afirmou que vai aguardar o comunicado oficial da comissão. A Rhodia disse desconhecer o caso. As outras não responderam ao contato do jornal.

Fonte: Folha de São Paulo

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