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Secretário adjunto da IndustriALL cobra reparação aos trabalhadores de Mariana

BELO HORIZONTE/MG – Na véspera da passagem de um ano do trágico rompimento da barragem de Fundão, em 05/11/2015, no Distrito de Bento Rodrigues, em Mariana, sindicalistas do segmento da mineração voltaram a debater ações mundiais de combate à precarização do trabalho e dos direitos sindicais, no encontro realizado nos dias 3 e 4/11, nas dependências do Normandy Hotel, no Centro da capital mineira.

Na condição de integrante do grupo da rede sindical da BHP Billiton, multinacional anglo-australiana de mineração, metais e petróleo, e participante de empreendimento conjunto com a Vale, ambas controladoras da Samarco Mineração, o turco Kemal Öskan veio ao Brasil para expressar a solidariedade internacional aos trabalhadores vitimas do maior desastre ambiental do País.

Öskan, que é secretário-geral adjunto da IndustriALL Global Union e mora em Genebra, sede da federal sindical global, explicou que o acidente ultrapassou o âmbito ambiental e alcançou as esferas humana e social. Os sindicalistas que vieram a Belo Horizonte e participaram da reunião do setor estiveram em Mariana no dia seguinte, com o objetivo de registrar imagens e, sobretudo, falar com as pessoas e dialogar com o movimento social.

COMPENSAÇÃO PARA AS FAMÍLIAS

O dirigente da IndustriALL quer que as empresas exploradoras da mineração naquela cidade assumam a responsabilidade e compensem as comunidades pelas consequências do acontecimento. No entendimento de Kemal Öskan, o saldo de 17 mortos e dois desaparecidos deve ser reparado pelas mineradoras e assegurados pelos governos federal e estadual, que têm a obrigação de garantir os empregos e um futuro sustentável para as famílias.

Considerando o setor de mineração como um dos motores da economia mundial, Öskan pondera que tal importância não pode secundarizar o valor da segurança no trabalho e que os trabalhadores devem compartilhar dos vultosos resultados do segmento. A tragédia de Mariana bem que poderia ser evitado, por meio da prevenção, adverte o sindicalista.

PREVENÇÃO COMO NORMA ESSENCIAL

Também Lucineide Varjão, co-presidente mundial do Setor Mineral da IndustriALL, lamenta que no transcorrer de um ano não foi feita justiça, sem a apresentação de respostas concretas para os trabalhadores e punição para os culpados. Ela destaca o fato de a reunião na capital de Minas Gerais ter sido planejada conjuntamente com Edson Bicalho, secretário da Federação dos Químicos de São Paulo (Fequimfar) e dirigente nacional da Força Sindical, e com o secretário-geral adjunto Kemal Öskan.

Varjão considera a prevenção como elemento essencial para que tragédias anunciadas, como a de Mariana, não venham a ser repetidas. Ela defende que as empresas do setor respeitem os trabalhadores e o meio ambiente, ao invés de priorizar a lucratividade. Na oportunidade, os sindicalistas do Uruguai, Chile, Colômbia, Austrália, Suíça, Canadá e Turquia puderam visualizar uma realidade amplamente divulgada pela mídia.

UM ANO DE UMA TRAGÉDIA ANUNCIADA
Na tarde de 5 de novembro de 2015, o distrito de Bento Rodrigues foi tomado pela lama que saiu das barragens e ficou devastado. A avalanche destruiu a maioria dos imóveis. Mais de 600 pessoas ficaram desabrigadas e foram rfesgatadas pelo Corpo de Bombeiros. Elas abandonaram as casas e fugiram para partes altas do distrito, mas afirmaram que nenhum sinal de alerta foi emitido. A Samarco admitiu que avisou moradores somente por telefone. Ainda assim na lista havia apenas telefones públicos, nenhum de morador, e muitos destualizados. O governo federal liberou o saque do FGTS aos atingidos pelo desastre.

Seis localidades de Mariana, além de Bento Rodrigues, foram atingidas. O detrito das barragens tomou conta, por exemplo, do rio Gualaxo e chegou ao município de Barra Longa, a 60 km de Mariana e a 215 km de Belo Horizonte. O rompimento da barragem liberou aproximadamente 34 milhões de metros cúbicos de rejeitos de minério no meio ambiente. Parte destes rejeitos foi depositada nos cursos d’água afetados, causando em muitos a interrupção do fornecimento de água potável, tendo em vista as altas concentrações de substâncias acima dos limites permitidos.

Fonte: Força Sindical

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