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Diretoria do Sindicato realiza Seminário de Planejamento Estratégico 2014

Serão três etapas de discussão sobre a conjuntura nas montadoras, auto-peças e máquinas e metalurgia

A diretoria do Sindicato deu o pontapé inicial no planejamento estratégico  para se preparar para os desafios do segundo semestre de 2014. O primeiro encontro aconteceu hoje, em Matinhos, onde os diretores e delegados das montadoras passaram o dia debatendo a conjuntura nas montadoras. Ainda acontecerão mais duas etapas relacionadas aos setores de auto-peças e máquinas e metalurgia.

“Não basta focarmos só os aspectos financeiros. Mesmo com a maioria dos acordos salariais já fechados esse ano, ainda temos importantes desafios pela frente como a luta pelo emprego, a situação da segurança e saúde do  trabalhador nas fábricas, as questões de gênero, assim como o andamento das nossas bandeiras históricas de luta”, diz o presidente do SMC, Sérgio Butka.

Conjuntura atual
O Seminário começou com o debate acerca da atual conjuntura brasileira. Os palestrantes, o sociólogo João Guilherme Vargas Neto, e o advogado do SMC, doutor Iraci Borges, fizeram um panorama sobre a situação nacional e nas montadoras.

Doutor Iraci começou expondo que hoje a situação pontual não permite que o trabalhador tenha o mando sobre seu emprego. Devido a falta na legislação de mecanismos mais efetivos de proteção ao emprego, hoje as empresas exploram o trabalhador com jornadas excessivas e horas extras, em épocas de grande produção e vendas,   e não se importam em dispensar os trabalhadores ao menor sinal de baixa do mercado, mesmo temporária; Para Iraci, uma das medidas para minimizar essa situação seria a ratificação no Congresso da Convenção 158, da Organização Internacional do Trabalho (OIT), que trata das demissões imotivadas, onde quem quiser demitir vai ter que justificar com motivos concretos as demissões. Além disso, para Iraci é preciso cobrar do governo e das empresas mais responsabilidade social de ambos com a manutenção dos empregos.

“Hoje é o patrão que é o dono do emprego. Mesmo com as medidas paliativas de proteção que temos na CLT como o lay-off, temos que avançar mais para que as empresas, que ganham milhões em isenções fiscais do governo,  tenham mais responsabilidade social e assumam também os riscos quando  o mercado está em baixa. É preciso denunciar essa prática para coibir as demissões irresponsáveis”, enfatizou Iraci.

Protagonismo internacional
Já o sociólogo João Guilherme enfatizou a negatividade da mídia, que motivada por questões partidárias, devido a eleições desse ano,  traça um quadro do país como se tudo estivesse um caos, o que para, João, não é verdade. “Prova disso foi a realização da Copa do Mundo, antes todo divulgavam que ia ser um caos, ia dar tudo errado, aconteceriam grandes manifestações e etc. Aconteceu exatamente o contrário. Por isso temos que tomar cuidado para não ficar entrando em ondas que muitas vezes vão arrebentar e morrer na praia”, enfatizou.

Para João, a conjuntura é favorável. “Estamos vivendo uma época de ganhos reais. Prova disso são os metalúrgicos da Grande Curitiba, que já estão com a maioria dos seus acordos fechados, o que os torna a vanguardas no Brasil. Claro que temos problemas, mas também temos capacidade para enfrenta-los”, resumiu durante a palestra.

Vargas Neto também enfatizou a luta internacional destacando o protagonismo que  o movimento sindical brasileiro alcançou nos últimos anos. “Antes, os sindicalistas brasileiros iam nos congresso internacionais apenas como observadores. Depois da última década, com o Brasil conseguindo passar pela crise internacional sem maiores problemas e com o aumento de renda dos trabalhadores alcançado graças as lutas trabalhistas, hoje, somos procurados pelos Sindicatos  de todo o mundo, que querem conhecer a nossa experiência.”, disse o sociólogo, destacando que hoje, é um brasileiro que comanda a Confederação Internacional de Sindicatos, a maior organização sindical do mundo. Além disso, também falou do encontro que os Sindicatos dos países dos BRICS (África do Sul, Brasil, Índia, China e Rússia) estão realizando essa semana no Brasil, em paralelo ao encontro dos governos desses países também acontecendo no país.  Objetivo é debater pautas comuns entre as lutas nestes países.

Departamentos
A parte da tarde foi aberta para os departamentos do Sindicato fazerem um balanço das suas ações e debaterem os desafios sobre  o trabalho com a juventude, as mulheres, os aposentados e sobre a saúde e segurança.

O Departamento de Saúde e Segurança focou a necessidade de estabelecer mais mecanismos de coleta de dados sobre a situação dos trabalhadores nas montadoras: números de acidentados e doentes, mapa de risco, andamento dos processos no INSS. Além disso,  foi enfatizada a necessidade de mais proximidade com as CIPAS visando oferecer mais formação e ajuda na fiscalização sobre o cumprimento das normas de segurança. Também foi enfatizado a necessidade de mais pressão sobre o INSS para agilizar e ampliar o número de atendimentos aos trabalhadores, assim como para que o SUS tenha atendimento especializado voltado para a saúde do trabalhador.

O Departamento mostrou que em 2013 atendeu 157 trabalhadores, sendo que desses, 68 tiveram CATs (comunicação por acidente de trabalho) emitidas pelo Sindicato. Além do atendimento, o departamento falou sobre as participações em várias campanhas contra o assédio moral, o amianto, o trabalho infantil entre outras.

O Departamento da Mulher Metalúrgica apresentou o projeto "Mulher Metalúrgica Mais", que começara a ser desenvolvido nas empresas  e que trata de lutar pela conscientização acerca de mais espaço para as mulheres nas decisões tanto nas empresas, como no Sindicato. O projeto também enfoca a questão a igualdade salarial, mais creches, combate à violência doméstica, etc.

O Departamento da Juventude apresentou o trabalho que realizou sobre o projeto Março Laranja na Academia de Artes Marciais Confiance, que fica em São José dos Pinhais. O objetivo é continuar a campanha em outras academias e locais de grande concentração de jovens. Também está sendo elaborado um projeto focando a questão do menor aprendiz.

O Departamento dos Aposentados focou a necessidade de continuar lutando pela aprovação da pauta trabalhista junto ao governo e ao Congresso Nacional.  Para isso é preciso aumentar o trabalho de  conscientização da população acerca de bandeiras como a redução da jornada para 40 horas, o fim do Fator Previdenciário, uma política de valorização salarial  para os aposentados, etc.

Observadores
O Seminário também contou com a participação do presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Catalão (GO), Carlos Albino de Resende Junior, e de representantes do Sindicato americano da UAW (United Auto Workers), que estiveram presentes como observadores.

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