Querem nos convencer de que nossos direitos estão “ultrapassados”
Por Sérgio Butka*
Como já falamos várias e várias vezes, os grandes veículos de comunicação do país servem os interesses do poder e dos patrões. Tem sido assim durante muitos anos e a reforma trabalhista é mais uma oportunidade para que essa relação promíscua volte a aparecer. Jornalões, revistas e emissoras do país ainda não pararam de bater na tecla de que a CLT está “ultrapassada” e que precisa ser “modernizada”. O principal argumento desse pessoal é de que ela é quem faz o Brasil ser o campeão de processos trabalhistas no Mundo. Uma grande mentira: os dados são falsos e não existe nenhum levantamento real que comprove esse título de “campeão”, muito menos um que ligue esses processos à CLT.
Foi a CLT que nos garantiu conquistas importantes até agora e é ela quem continua garantindo que a corda não arrebente sempre do lado do trabalhador. Patrões estão mordidos porque não conseguem aumentar os lucros explorando ainda mais os trabalhadores e agora querem nos convencer de que nossos direitos estão ultrapassados. Mentira deles e da grande mídia. Essas leis só estão “ultrapassadas” para quem está em busca de uma brecha para enfraquecer a nossa luta.
Desde que a CLT foi criada em 1943 ela já sofreu mais de 500 mudanças para ser atualizada. Por isso reforço: o argumento de que ela é ultrapassada é falso. A lei acompanhou todas as mudanças do Brasil desde que foi criada, sempre garantindo o bem do trabalhador. O que incomoda esses canalhas não é a idade da lei, mas sim que em nenhum momento nessa história conseguiram derrubar nossos direitos para lucrar mais.
Boas leis nunca são ultrapassadas. A Carta Magna foi assinada em 1215 na Inglaterra e até hoje é a base principal para a democracia, liberdade das pessoas e direitos humanos. O argumento da idade cai por terra quando as leis ainda cumprem o seu papel. Não podemos aceitar a mentira de que a CLT estaria “velha”. Ela cumpre e sempre cumpriu o papel de proteger o trabalhador brasileiro.
Mídia e patrões também repetem um discurso decorado de que as leis engessam o mercado de trabalho. “Engessado”, na boca deles, significa que não podem nos obrigar a trabalhar por ainda mais tempo do que trabalhamos. Nem podem nos obrigar a ganhar menos do que ganhamos. Não dá para acreditar que sem essas leis o patrão será bonzinho e manterá nossos direitos, porque não será. Sem a CLT voltaremos correndo para o século 19. Então cuidado! É essa grande mentira que estão tentando nos empurrar goela abaixo.
Seguimos na luta!
*Sérgio Butka é presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, da Federação dos Metalúrgicos do Paraná (Fetim) e da Força Sindical do Paraná.
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