Acuado pelas denúncias de corrupção, ministro da Agricultura pede demissão
Wagner Rossi é o quarto ministro a deixar o governo Dilma
Acuado pela avalanche de denúncias de corrupção envolvendo a pasta da Agricultura, o ministro Wagner Rossi (PMDB), não viu outro jeito a não ser pedir demissão do ministério. O pedido junto com uma carta foi entregue ontem a presidente Dilma Roussef. Na carta, Rossi, negou que esteja envolvido nas irregularidades denunciadas nas últimas semanas pela revista Veja.
Dentre as principais irregularidades apontadas pela revista estão a cobrança de propina em troca de favorecimento em licitações, a dilapidação do patrimônio público (terrenos) do ministério vendidos bem abaixo do preço para padrinhos políticos de assessores do ministro e a utilização de alimentos utilizados como moeda de troca em períodos eleitorais.
Só pra dar uma idéia da maracutaia e do desperdício do dinheiro público: Uma das denúncias feitas por um servidor do próprio ministério mostra que no final de 2007, a Companhia Nacional de Abastecimento – Conab, vinculada ao ministério, repassou para a prefeitura de João Pessoa, na Paraíba, 100 toneladas de feijão pra serem doadas a população de baixa renda. Porém, em vez de distribuir o alimento imediatamente, a prefeitura decidiu guardar o estoque. O motivo: a eleição de 2008. O servidor do ministério da Agricultura descobriu o estoque escondido e fez por telefone a denúncia ao então presidente da Conab na época, Wagner Rossi, que disse que iria tomar providências, porém, não fez nada. Dias antes do primeiro turno da eleição, o servidor descobriu que finalmente o feijão iria ser distribuído em troca de votos e alertou a Policia e a Justiça Eleitoral. Para evitar o flagrante, a prefeitura resolveu sumir com a prova. Resultado: o feijão que estava nos depósitos da prefeitura foi levado por caminhões e despejado no lixão de João Pessoa. Como a história começou a vir à tona, Wagner Rossi, resolveu fazer alguma coisa. Puniu o servidor que fez a denúncia.
Esse é o quarto ministro a deixar o governo Dilma. O terceiro por denúncias de corrupção. Antes já haviam caído o ministro chefe da Casa Civil, Antônio Pallocci (PT), e o ministro dos Transportes, Alfredo Nascimento (PR).
Com a queda do ministro, as atenções se voltam agora para as irregularidades no ministério do Turismo, que começam a vir a tona. Pelo jeito, Dilma ainda tem muita faxina pela frente.
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