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Protesto liderado pela Força PR contra hora extra abusiva mobiliza cerca de 15 mil trabalhadores

A Força Sindical do Paraná realizou na manhã deste sábado (29/06) um protesto na Cidade Industrial de Curitiba (CIC) contra a hora extra abusiva. A ação da central foi realizada em 13 empresas da região e envolveu cerca de 15 mil trabalhadores. Com faixas, bandeiras e palavras de ordem, a manifestação se deu nas seguintes fábricas: Bosch, Case New Holland (CNH), Trutzschler, WHB, Blount, Perkins, Trox, Sulzer, Denso, Ibratec, Methal Company, Arteche e Irmãos Passaúra.

Na Bosch, por exemplo, cuja carga horária normal é de 40 horas semanais (8 horas por dia de segunda a sexta-feira), há casos de trabalhadores que são obrigados a fazer 10 horas diárias durante a semana. Além disso, todos os metalúrgicos da empresa estão trabalhando mais 6 horas quase todos os sábados. Somadas todas as horas, há casos de trabalhadores em que a jornada semanal está chegando a abomináveis 56 horas. Hoje, novamente a Bosch convocou hora extra, mas os trabalhadores mantiveram a decisão tomada em assembleia no dia 14/06 e não entraram para trabalhar.

“Fizemos esse movimento para denunciar a situação que muitos trabalhadores estão passando em algumas empresas aqui da Grande Curitiba. O excesso de trabalho em uma linha de produção é um risco para a saúde física e mental do trabalhador. Esse protesto é um grito para que as autoridades competentes tomem uma posição antes que tenhamos um exército de doentes por excesso de trabalho”, alerta o presidente da Força Sindical do Paraná, Nelson Silva de Souza, o Nelsão.

Números alarmantes

Somente o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba atendeu este ano 215 trabalhadores que apresentaram algum problema decorrente do ambiente de trabalho, como acidentes ou o desenvolvimento de alguma doença laboral. O número é assustador porque é quase o mesmo número de trabalhadores que apresentaram algum problema durante todo o ano de 2012: 256. Lembrando que esses números referem-se a trabalhadores que procuraram o Sindicato, ou seja, o número de trabalhadores lesionados pode ser ainda maior, principalmente nas montadoras.

Ritmo excessivo de trabalho causa LER/DORT, depressão e estresse

Para o doutor Zuher Handar, presidente da Associação Nacional da Medicina do Trabalho, a exposição do trabalhador a um ritmo incessante de trabalho pode acarretar sérios problemas físicos, como a LER/DORT, e psicológicos, como o estresse e a depressão: “O atual processo de reestruturação das linhas de produção que as empresas tem implantado em suas fábricas, visando a aumentar a produtividade e o lucro, também recai sobre o trabalhador. Expostos a um ritmo incessante e prolongado de trabalho, sem tempo para o descanso e para o lazer, o trabalhador fica sujeito a acidentes e ao desenvolvimento de doenças como a LER/DORT, ao estresse e a depressão”, diz o doutor.

Para Sérgio Butka, presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba e vice-presidente, uma das entidades apoiadoras do movimento, é preciso que as empresas entendam que a questão financeira não é a única preocupação do trabalhador: “O que adianta o trabalhador ter uma compensação financeira pondo em risco a sua vida? Neste ritmo incessante de trabalho, ele pode até ter um acréscimo em seus vencimento no final do mês, porém, sob o risco de sofrer um acidente ou desenvolver uma doença para o resto da vida. É isso que as empresas tem que entender! Onde está a preocupação com a prevenção e a saúde e segurança do trabalhador?”, questiona Sérgio.

Sobre a Força Sindical do Paraná

Maior central sindical do estado, a Força Sindical do Paraná serve de base de apoio para sindicatos, federações, associações e outras entidades representantes de trabalhadores. A central paranaense representa e luta pelos direitos de mais de 1,2 milhões de trabalhadores em todo o estado, de diversas categorias profissionais, como metalúrgicos, comerciários, motoristas e cobradores de ônibus, químicos, trabalhadores nas indústrias de bebidas e alimentação, em asseio e conservação, entre outros. Entre as principais bandeiras de luta da entidade, estão a redução da jornada de trabalho de 44 para 40 horas semanais (sem redução de salário), o fim do fator previdenciário que confisca as aposentadorias, a ratificação da Convenção 158 da OIT que proíbe as demissões imotivadas e o fim da hora extra abusiva.

Clique aqui e veja as fotos da manifestação

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