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Pastre confia na força dos ventos para voltar a crescer em 2015

Semirreboque para transportar pás eólicas é um dos trunfos da empresa de Quatro Barras para ganhar mercado após ano difícil

A fabricante de implementos rodoviários Pastre, de Quatro Barras (Região Metropolitana de Curitiba), conta com a força dos ventos para se recuperar da forte retração que sofreu no ano passado. Um dos trunfos para voltar a crescer em 2015 é o semirreboque para transporte de pás eólicas, equipamento que a empresa passou a produzir em escala comercial no ano passado e que, logo de saída, respondeu por quase 10% de seu faturamento e a colocou na liderança desse mercado

Essas pás, que podem passar de 60 metros de comprimento e pesar mais de 10 toneladas, compõem os “cataventos” gigantes usados na geração de energia eólica. Até pouco tempo atrás, as poucas empresas brasileiras especializadas no transporte dessas peças não tinham alternativa a não ser importar semirreboques da Europa.

A Pastre começou a desenvolver sua “carreta eólica” em 2010 e, dois anos depois, iniciou os testes, em parceria com duas transportadoras. Em 2014, fabricou 35 unidades do produto. “O ano foi difícil para o setor e para a nossa empresa. Mas foi excelente para a área de semirreboques especiais, como o eólico”, diz Daniel Ayres Gabardo, gerente comercial da Pastre.

A meta para este ano é produzir 50 unidades. Mercado existe, e de sobra. A fonte eólica é a que mais cresce na matriz elétrica brasileira: o número de parques em funcionamento no país saltou de 50 para 231 nos últimos quatro anos, e há outros 128 em construção, além de 284 aprovados, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Cada parque pode abrigar dezenas de aerogeradores, cada um com três pás, o que dá uma dimensão da demanda doméstica por esse tipo de produto. O mercado externo também é relevante: o Brasil abriga a segunda maior fabricante de pás eólicas do mundo, a Tecsis, de Sorocaba (SP), que exporta para vários países.

Apenas a transportadora Irmãos Shinozaki – que leva as pás da Tecsis até o Porto de Santos – planeja comprar mais de 70 carretas eólicas neste ano, da Pastre e de outros fornecedores.

Contenção

O que impede a empresa paranaense de ampliar mais rapidamente a produção é a contenção de investimentos imposta pela crise do setor de implementos. Os principais avanços vêm de ganhos de produtividade: nos últimos dois meses de 2014, um programa desenvolvido pela área de engenharia de processos reduziu o tempo de produção de cada semirreboque em 40%.

Resultados

Empresa prevê reação após queda de 13%

O ano que passou foi o mais difícil desde 2009 para a indústria de implementos rodoviários. Na soma de mercado doméstico e exportações, as vendas caíram 11%, segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir).

A Pastre não passou incólume. Em volume, suas vendas caíram cerca de 30%. Mas, como ela se saiu bem em segmentos de preço mais alto, a queda das receitas foi mais suave, de 13%. Ainda assim, um baque para quem vinha de um crescimento de 9% no ano anterior. A retração fez a empresa cortar gastos e demitir cerca de 140 funcionários– hoje emprega 430 pessoas.

Segundo o gerente comercial Daniel Ayres Gabardo, duas das três linhas de produtos da Pastre tiveram bom desempenho em 2014: a de especiais, responsável por 26% do faturamento, e a de caçambas, com 21%. O problema foi o tombo da área de basculantes, origem de 53% das receitas e muito sensível ao desempenho do agronegócio. “Com a queda das cotações dos grãos, os produtores seguraram produto. Sem escoamento, a demanda por implementos caiu”, explica.

INFOGRÁFICO: Veja os índices da indústria brasileira de implementos rodoviários

Projeção

Para 2015, a Pastre trabalha com três cenários possíveis, do mais favorável ao mais pessimista. O quadro intermediário, que a empresa vê como mais provável, soa otimista: com base na expectativa de retomada das vendas ao setor agrícola, ela projeta uma alta de 30% no faturamento anual, mesmo admitindo que o 1.º trimestre será um dos piores dos últimos tempos.

Há pelo menos dois grandes obstáculos à frente: a lentidão em obras de infraestrutura e construção civil, que tende a afetar as vendas de caçambas, e as novas regras da linha de crédito Finame, do BNDES. Além de pagar juros mais altos, quem for comprar caminhões e implementos não poderá mais financiar 100% do bem.


Fonte: Gazeta do Povo

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