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Metalúrgicos da Grande Curitiba afiam as armas para a batalha

2 de setembro de 2015 – Curitiba/PR

O contexto é de luta, o clima é de batalha. Quem não se preparar para a guerra vai levar chumbo e nem vai ver de onde a bala está vindo. É com esse espírito que o Sindicato está reunindo diariamente as lideranças sindicais que representam os trabalhadores nas maiores empresas da categoria. Nesta quarta-feira, 2 de setembro, o encontro foi com as lideranças da montadora francesa Renault, que fica instalada em São José dos Pinhais. Ontem, a reunião foi com os diretores que militam na Volvo. Em cada um dos encontros, os trabalhadores colocaram a mão na massa e já traçaram planos de ações e lutas para os próximos meses e anos. O fato é o seguinte: a crise tem data para acabar, e temos que ter isso em mente. Temos que estar preparados para enfrentar o momento e também para a retomada da economia, que mais cedo ou mais tarde, vai chegar. Por isso, a importância de se traçar as estratégias de ação com linhas claras de atuação. Foco e ação, no presente e no futuro!

“Esses planos de ação das sete maiores empresas vão contemplar também nossa atuação nas demais fábricas da nossa categoria”, anuncia o presidente do nosso Sindicato, Sérgio Butka. Entre os temas abordados na reunião, o presidente elencou temas como manutenção dos empregos, ações na comunidade local, Comissão Interna de Prevenção a Acidentes (Cipas), combate à terceirização ilegal, relação e comunicação com a empresa, plano de cargos e salários, relações sindicais, sindicalização, formação de cipeiros e dirigentes sindicais, negociação de data-base e representação sindical interna.

Ao lado do presidente Sérgio Butka, coordenaram a reunião o secretário-geral da nossa entidade, Jamil Davila, e o assessor jurídico do Sindicato, advogado Iraci da Silva Borges. Além deles, integraram ainda a mesa de condução o Presidente da Força Sindical do Paraná, Nelson Silva de Souza, o Nelsão, os diretores da executiva Osvaldo Silveira, Paulo Pissinini e Alceu Santos, o Gaúcho.

Refletir, organizar e partir para a ação

A inspiração que norteou a fala do assessor jurídico do Sindicato, o advogado Iraci da Silva Borges, que caminha ao nosso lado desde os anos 70, veio da palestra do famoso pensador patronal José Pastore, que tem vários títulos de doutorado e recebe “muito bem, obrigado” para defender o interesse dos patrões atuando em entidades patronais. Conforme relatou Iraci, José Pastore, em discurso proferido recentemente no “Seminário O Brasil não Pode Desperdiçar a Crise Atual”, foi enfático ao defender a ideia de que “o momento é aproveitar o contexto de crise para realizar as reformas” que, no final das contas, vão acabar com todos os direitos dos trabalhadores.

Aliás, é bem fácil saber o que a patrãozada está tramando para a gente e a forma como pretendem arrancar o nosso couro. Sobre o Seminário dos patrões citado por Iraci, veja, por exemplo, o que diz esse trecho do jornal O Estado de S. Paulo, o Estadão, tradicional veículo de comunicação de tendência fortemente ligado aos interesses empresariais (para ler na íntegra, clique aqui). Ele afirma: “O competente expositor, Octavio de Barros, economista-chefe do Bradesco, tomou uma posição clara [ no Seminário ] descrevendo a crise como aguda e suficientemente forte para levar o governo, a classe política e os agentes econômicos a avançarem em temas decisivos para o país (...) É nos momento de crise aguda que se promovem mudanças e reformas – dificilmente implementadas em condições de normalidade.”

Ora, ora, a gente, do Sindicato dos Metalúrgicos, pergunta: QUEM É O BRADESCO PARA DIZER O QUE DEVE SER FEITO NO BRASIL? Será que o diretor do Bradesco está preocupado com o povo brasileiro e com os trabalhadores do Brasil? Obviamente que não! O Bradesco mal cuida de seus próprios trabalhadores (basta ver o índice de suicídios e doenças mentais entre os bancários), quem dirá cuidar dos demais trabalhadores do Brasil! Naturalmente o Bradesco só está preocupado com seus próprios lucros e com a renda de seus acionistas.

Então, o problema está claro. Este é o risco que corremos nessa crise, se não agirmos. Ver um bando de banqueiros, sanguessugas que hoje já mamam quase metade do orçamento do Brasil com juros da dívida pública, dizendo “o que devemos fazer”.

É claro que as reformas que o diretor do Bradesco defende são os cortes dos gastos com educação, o corte de direitos históricos, o corte de aposentadorias, o fim do seguro-desemprego e de todos os outros benefícios sociais! Assim sobra mais dinheiro para os bancos faturarem como juros da dívida pública. Essa foi tônica do Seminário realizado dos patrões: “aproveitar a crise para tirar todos os direitos dos trabalhadores, para enxugar o Brasil, acabar com todas as garantias sociais que levamos anos para conquistar, inclusive reduzindo a renda e achatando os salários”.

E nós? Vamos ficar chupando o dedo?

E nós?  E nós, trabalhadores??? Vamos ficar de braços cruzados? Vamos ficar olhando e chupando o dedo? Essa é a questão que está na mesa para gente pensar (e agir!).

Alguns cortes de direitos já passaram. A Lei que aprova a terceirização de um jeito que acaba com todos os direitos trabalhistas já passou na Câmara Federal a agora está no Senado. No começo do ano, a presidente já baixou duas MPs que cortaram direitos dos trabalhadores na Previdência Social. Cada vez mais, alertou Iraci, os empresários vão lançar propostas absurdas que são subtrair e exterminar direitos que levamos décadas e décadas para conquistar. “Então, é hora de começar a preparar e partir pra ação!”

Finalizando sua fala, Iraci Borges foi enfático. “Se a gente ficar olhando a crise, atemorizados, sem ação e paralisados, vai sobrar pra nós. Vai cair tudo nas nossas costas. Temos que agir, e rápido. Se a gente deixar, logo não teremos nada. Os patrões estão se organizando fortemente. Nós temos que fazer a nossa parte e se organizar também”.

Como a nossa luta funciona

O secretário-geral Jamil Davila explicou aos dirigentes a organização interna do Sindicato, abordando como deve ser o fluxo de informações e a forma de tomada de decisões. Tudo com foco na melhor organização dos trabalhadores nas fábricas visando garantir melhores resultados e efetividade nas mobilizações. “Se a gente sabe onde quer chegar e tem um norte e objetivo claros, vamos dar um jeito, buscar os meios e partir pra lá. Agora sem destino, qualquer vento serve, mas não se vai a lugar nenhum”, comentou nosso secretário-geral. Falou também sobre metas de sindicalização, posturas na atuação sindical, relações com os trabalhadores e outros assuntos fundamentais para a construção de uma categoria cada vez mais forte e organizada.

Se preparar e partir pra luta!

Roberto Eltermman, o famoso “Robertão”, que também milita há décadas no nosso lado,  hoje diretor da Federação dos Metalúrgicos, relembrou os tempos de dificuldade de antigamente e destacou que dificuldades sempre fizeram parte da luta sindical, conclamando a diretoria para afiar os instrumentos, não se intimidar e pelo contrário, partir pra luta com força total! “Isso não é de hoje, não é a primeira dificuldade e não vai ser a última. Nós também tínhamos dificuldades. Até o ano de 84 a gente ralou muito para manter o emprego dos trabalhadores e o Sindicato forte. Isso faz parte. Temos que nos organizar e partir pra luta”.

Clique aqui e veja as fotos da reunião de trabalho da Renault.

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