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Diamiro: um exemplo de luta e dedicação aos metalúrgicos da Grande Curitiba

 Dos 78 anos de vida, mais de cinco décadas dedicadas  ao Sindicato e à melhoria das condições de vida dos metalúrgicos da Grande Curitiba. Essa é uma das marcas da bela trajetória de luta do nosso diretor,   Diamiro Cordeiro da Fonseca, que faleceu hoje, em Curitiba, vítima de infarto.

Natural de Antonina, Diamiro deixou cedo a roça onde trabalhava com a família, para vir para Curitiba, servir o país, no Batalhão de Subsistência do Exército.  Findo o período militar, começou a ganhar a vida aprendendo a ser soldador na antiga metalúrgica Castelo Estruturas Metálicas.  Foram 21 anos dedicados a empresa, que ficava no bairro Novo Mundo. 

Neste meio tempo,  iniciou na luta sindical. Se associou ao Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba em 1964, “trazido pelo  braço na marra pelo Chico (antigo diretor e ex-presidente)”, como gostava de contar rindo. Em 1968, passa a integrar a diretoria do Sindicato, como tesoureiro, trabalho que não era fácil, como contou Diamiro, em entrevista recente para o Departamento de Comunicação e Marketing do SMC: “Naquele tempo, tínhamos que ir direto nas empresas recolher as mensalidades dos associados. Pegávamos o fusquinha e saíamos cedo para só  voltarmos no finalzinho da tarde”, conta com saudades, ressaltando o caráter de companheirismo que imperava entre os trabalhadores. “O pessoal terminava o expediente e saia da fábrica para vir para o Sindicato se encontrar para conversar e debater a luta, jogar sinuca, fazer um churrasquinho”, disse. 

Em época de ditadura militar, quando o movimento por melhores condições de trabalho era reprimido, a formação de uma estrutura de serviços oferecidos no Sindicato era a estratégia para  manter a integração e participação dos trabalhadores . “Tínhamos cabeleireiro, dentista, atendimento médico. Quando o trabalhador vinha usar um desses serviços, aproveitamos para conversar sobre a luta. Fazíamos também muitos jogos de futebol para manter o trabalhador junto com a gente”, lembrou Diamiro. 
 
Lutas sindicais

Das greves que participou, duas ficaram marcadas na memória de Diamiro. A grande greve da Bosch, em 1990, que durou 16 dias, e “onde pegamos o patrão de surpresa”, conforme contou Diamiro: “O patrão não estava acreditando que o trabalhador iria parar. Foram 16 dias feios. Lembro que os trabalhadores pegavam paralelepípedos e sacos de bosta e subiam no viaduto para jogar nos ônibus da empresa. O pessoal estava muito louco”, contou, dando risada.  A outra greve foi a da CNH, em 1989, onde os trabalhadores pararam devido à empresa não cumprir o acordo que tinha firmado.

Como tesoureiro, a formação da estrutura física do Sindicato também passou por suas mãos. Neste tempo todo foram adquiridos a sede atual do SMC e os terrenos  para a Colônia de Férias  em Matinhos e o Clube de Campo, em São José dos Pinhais. Como diretor do Sindicato, também trabalhou nas subsedes de Pinhais e São José dos Pinhais.

Diamiro também integrou a diretoria da Federação dos Metalúrgicos do Paraná e atualmente era suplente da diretoria do Sindicato, trabalhando no Departamento dos Aposentados Metalúrgicos. Também fazia parte do  Sindicato Nacional dos Aposentados, no Paraná.

Um paizão
Sempre bem humorado e grande tirador de sarro, era uma figura querida por todos. Vários funcionários do SMC o consideravam como um pai pelo respeito e educação com que Diamiro os tratava e pelos conselhos que dava. O companheirismo  e  a humildade eram suas grandes marcas. Com seu jeito simples, chegava de mansinho e começava contar seus causos. Paranista fanático, sofria com a má fase do time, mas sempre tirando sarro. Outra grande paixão era a pescaria, que fazia sempre acompanhado dos amigos. 

Grande pai de família, deixa 9 filhos, sendo 5 do primeiro casamento (quando ficou viúvo), e quatro de criação, vindos do 2º casamento.

Quando questionado sobre a atuação do  movimento sindical hoje, Diamiro respondeu aconselhando: “quando nos tornamos diretor sindical, não podemos deixar isso subir à cabeça. É preciso se cuidar para saber lidar com o trabalhador e o patrão.  Não adianta abusar. É preciso ouvir mais, escutar o conselho dos mais velhos, escutar os trabalhadores, estar junto. É assim que você vai passar a ter o respeito de todos, que vai conseguir o bom senso de todos e abrir o caminho para o quer quer”, disse o “véio”, como era carinhosamente chamado pelos amigos.

Vai em paz, nosso amigo.  

Diretores sindicais e funcionários do SMC lamentam a morte de Diamiro

“Hoje perdemos um grande amigo, um paizão para todos, uma pessoa que nos seus quase 78 anos sempre procurou ajudar. Nesse momento de despedida, devemos pensar  nos momentos bons que ele proporcionou a todos nós, pelo exemplo de pessoa que foi, e da qual a sociedade hoje é carente. Precisamos de mais pessoas como nosso amigo Diamiro, que pratiquem a solidariedade.  Fomos felizardos em podermos ter um  companheiro como  o Diamiro. Um pai, um irmão e um inigualável amigo” – Sérgio Butka, presidente da Força Paraná e do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba.

“É uma tristeza. Então eu queria deixar registrado aqui o  depoimento nosso dos aposentados, é uma perda irreparável, que essa lacuna que hoje ele deixa será difícil de ser preenchida. Pessoa irreparável, conduta inabalável,  e que com certeza vai  fazer muita falta para todos nós. Nós desejamos para a família paz de espírito à todos, e para ele que descanse em paz , que algum dia a gente vai em busca da amizade, lá em cima, falar com ele novamente. È isso que tenho pra dizer do Diamiro: parceiro de todas as horas” Paulo José Zanetti, diretor do Sindicato Nacional dos Aposentado  - Sindinapi

“Lamentamos muito a passagem de nosso amigo! Diamiro será sempre lembrado pela sua história no movimento sindical. Todos que conviveram com ele no Sindicato tem com certeza a imagem do companheiro solidário e ético. Era um verdadeiro Companheiro, amigo é um Verdadeiro Ser Humano”- Doutor Zuher Handar, médico do trabalho e ex-presidente da Associação Nacional de Medicina do Trabalho (ANAMT)

“A atuação do companheiro Diamiro foi sempre decisiva para o futuro e crescimento do Sindicato dos Metalúrgicos. Era uma excepcional pessoa e um grande companheiro de luta. A grande estrutura que o Sindicato possui hoje, se deve também à esse companheiro. Que Deus o acolha em seu reino” – Pedro Paulo – presidente do Sindicato Nacional dos Aposentados de Curitiba

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