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Espera por um caminhão no Paraná dura até seis meses

As revendedoras de veículos do Paraná já sentem o impacto da alta procura por caminhões. Em algumas lojas, as encomendas agendadas neste mês serão entregues apenas no fim do ano. Segundo a Federação Nacional de Distribuição da Distribuição dos Veículos Automotores no Paraná, (Fenabrave-PR), houve um aumento de cerca de 46% na venda de caminhões no estado em junho, na comparação com o mesmo período do ano passado. No acumulado do ano, o crescimento foi de cerca de 33% em relação a 2007.

“Em comparação com 2007, tivemos um crescimento de 112% e de 55% na venda de seminovos e usados”, diz o gerente de vendas da Servopa Caminhões em Curitiba, Mário Canaã. “Dependendo do modelo e da quantidade, estamos com dificuldade em entregar rapidamente. A média de espera é de 90 dias.”

Na Florença Caminhões, concessionária da marca Iveco (do Grupo Fiat) em Curitiba, Ponta Grossa e Guarapuava, o crescimento foi ainda maior – 146% em relação ao mesmo período do ano passado, segundo o gerente de vendas da empresa, Marcos Luiz. “Não estamos conseguindo atender a toda a demanda do mercado. Algumas negociações não foram finalizadas”, diz. “Neste mês, fechamos vendas para serem entregues em fevereiro do ano que vem.”

O caminhoneiro Divonzir Marques Ramos entrou na fila de espera de uma concessionária para comprar um caminhão novo. Aguardou por seis meses e, sem nenhum retorno ou previsão de entrega do modelo, acabou desistindo. A opção foi comprar um modelo seminovo. “Fiquei apreensivo e não tinha nenhuma esperança de quando iria vir. Sou autônomo e não tenho como esperar, por isso, resolvi comprar de um outro colega.”

Além do aquecimento do mercado, a alta das vendas no estado também está relacionada com o pouco uso de outros modais. “O Paraná é um estado com economia centrada na agroindústria e onde grande parte dos transportes é feita com caminhões porque existem poucas atividades fluviais e ferroviárias. Por isso, apresenta essa venda acima da média nacional”, explica o diretor-geral da Fenabrave-PR, Luís Antônio Sebben. No Brasil, o crescimento de emplacamentos no primeiro semestre foi de 30%. “Implementos rodoviários, como caçambas, reboques e carretas, também tiveram um aumento significativo.”

Na tentativa de acompanhar a alta demanda, a Volvo do Brasil já estuda a possibilidade de implantar um segundo turno de produção na sua fábrica na Cidade Industrial de Curitiba (CIC). Nos últimos 12 meses, foram contratados 376 funcionários e a produção de caminhões aumentou 49% em comparação com o primeiro semestre de 2007. “Estamos reagindo para contribuir na melhora das filas. Até o fim do ano, esperamos estar equiparados ao mercado”, esclareceu o gerente da Linha F de caminhões da empresa, Bernardo Fedalto. “Prevíamos um crescimento, mas não esperávamos que fosse tão alto”.

Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), as empresas do segmento devem investir US$ 4,9 bilhões em 2009 e a fabricação de veículos deve chegar a 4 milhões em 2010.

O gerente regional de vendas da Battistella Veículos Pesados, Pedro Ataídes Kummer, diz que o aquecimento do setor também ajudou o mercado de seminovos e usados. “As fábricas não conseguiram acompanhar a demanda e a maioria já está no limite de produção. No fim do mês, as vendas para o próximo ano já serão negociadas e a expectativa é que continuem a crescer”. A estimativa da empresa, que tem 12 revendas da marca Scania no Paraná e em Santa Catarina, é de comercializar 1,1 mil caminhões até o fim do ano – o que representa um aumento de 29% em relação ao ano passado.

Preços

Além das filas, quem procura um caminhão estão enfrentando também uma alta nos preços. “Dependendo da marca, os valores subiram 20% no último ano. Por conta da alta demanda, as concessionárias têm retirado os descontos”, diz o presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Cargas e Logísticas do Paraná (Setcepar), Fernando Klein Nunes. “Nosso poder de negociação diminuiu muito e a remuneração não é suficiente para acompanhar o aumento dos custos”, diz. “Agora, os revendedores vão aproveitar para faturar ainda mais.”

Fonte: Gazeta do Povo

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