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Interior concentra cidades com alto índice de desenvolvimento humano

Os primeiros anos do século 21 foram de significativo avanço socioeconômico para o Brasil. No entanto, diferentemente do que ocorreu no passado, o foco principal do desenvolvimento agora está no interior. É o que confirma o Índice Firjan de Desenvolvimento Municipal (IFDM), elaborado pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan) para medir anualmente a eficiência de políticas públicas nos municípios.

Numa avaliação que vai de 0 a 1, o resultado do País subiu de 0,5954 em 2000 para 0,7129 em 2005. Um salto de quase 20%. A robustez da variação vem das pequenas cidades. Entre as 100 melhores do País, 82 têm menos de 300 mil habitantes. Apenas duas capitais aparecem na lista: Curitiba (PR) e Vitória (ES). Em 13 Estados a evolução é maior no conjunto de cidades do que nas capitais.

Com mais variáveis do que o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da Organização das Nações Unidas (ONU), o indicador da Firjan deu origem a um ranking que impressiona pela liderança do interior na melhoria das condições de saúde, educação e renda. "O crescimento está vindo do interior, isso é um fato. Ao contrário do crescimento dos anos 70, que inchava as capitais, muitos Estados se desenvolveram mais do que suas capitais no início dessa década. Isso mostra a diversificação do desenvolvimento brasileiro, que é mais sustentável e não provoca a migração para as grandes cidades", avalia o economista Patrick Carvalho, chefe de Estudos Econômicos da Firjan, que coordenou o trabalho. "Houve uma mudança de patamar. Tivemos um outro Brasil no intervalo de cinco anos", diz ele.

"Há muito tempo não tínhamos um salto assim num período tão curto. Os resultados refletem ações de efeito prolongado", prossegue o pesquisador. Ainda assim, o Estado de São Paulo emerge da lista como um oásis num Brasil que continua marcado por desequilíbrios. Das 100 melhores cidades do País, 87 são paulistas - e a capital não está entre elas. A cidade de São Paulo ocupa a 109ª posição no ranking nacional e é a 92ª colocada no Estado.

"São Paulo, além da concentração econômica, é um Estado grande e que dá escala. Há a possibilidade de aproveitar os investimentos sem a deseconomia provocada pelo caos nas grandes cidades. Se fosse um país, São Paulo estaria muito bem posicionado em desenvolvimento", analisa o economista Marcelo Néri, chefe do Centro de Pesquisas Sociais da Fundação Getúlio Vargas.

Embora esteja entre as primeiras no ranking do Estado do Rio, a capital fluminense amarga a 157ª posição, atrás de Campo Grande (MS), Brasília (DF) e Belo Horizonte (MG), capitais que também não estão entre as 100 melhores. "Houve um processo de crise metropolitana e de decadência das grandes cidades, principalmente entre 1995 e 2003. A recente geração de empregos nessas áreas deve criar um reequilíbrio desse cenário daqui para frente", opina Néri.

EMPREGO, O PROBLEMA

Na educação fica evidente a supremacia paulista , que se intensificou de 2000 para 2005. A média nacional em educação é de 0,6850. A do Estado de São Paulo é 0,8580. Algo parecido acontece com o setor de saúde, que tem no Paraná a melhor média, 0,8379. Já a geografia do emprego e da renda, embora tenha sido o item que sofreu maior variação (42,37%) ao saltar de 0,4889 para 0,6960, tem áreas de baixo desenvolvimento espalhadas por todo o País, principalmente no Norte e no Nordeste. Os gráficos mostram que a evolução do emprego não acompanha a da educação e a da saúde. É o caso de Dolcinópolis, a cidade paulista que tirou nota máxima (1,0) em educação. Foi muito bem em saúde (0,9516), mas desabou no quesito emprego (0,3740), caindo muito no ranking. Além de liderar o ranking da educação, o Estado de São Paulo também aparece na frente no setor de emprego e renda (0,8379).

O IFDM calculou o coeficiente de relação entre saúde e educação em 69,4%. Já a correlação entre emprego e saúde e educação ficou bem mais abaixo: 48,2% e 47,1%. "O índice mostra que há uma ligação entre saúde e educação, que refletem políticas duradouras. Já a questão do emprego e da renda obedece a uma lógica conjuntural", diz Carvalho. Para ele, apesar do salto entre 2000 e 2005, o IFDM não deve apresentar variações muito grandes daqui para frente. "Em 2000 os indicadores econômicos do País estavam numa situação muito difícil. Em cinco anos a situação mudou, mas poderíamos estar avançando em ritmo ainda mais rápido. O desafio é pegar a maré boa e seguir no rumo certo."

Fonte:Estadão

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