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Mesmo protegido na CPI, Dantas ataca PF e envolve governo

Embora tivesse assegurado pelo STF o direito de ficar calado, o banqueiro Daniel Dantas abriu o verbo na CPI dos Grampos, na quarta-feira, atacou os responsáveis pela Operação Satiagraha, da Polícia Federal, e procurou envolver o governo. Foram alvos de Dantas em seu depoimento o delegado da Polícia Federal Protógenes Queiroz, o ex-diretor da PF Paulo Lacerda e a empresa de gerenciamento de riscos Kroll.
 
O depoimento durou quase seis horas. Segundo o presidente da CPI, deputado Marcelo Itagiba (PMDB-RJ), a audiência deixou claro que não existem "mocinhos" nos negócios do setor de telefonia. Ele não descartou a possibilidade de haver uma acareação entre Daniel Dantas e o delegado Protógenes Queiroz.

Preso na Operação Satiagraha, comandada por Protógenes Queiroz, Dantas afirmou que o delegado teria lhe dito que a PF iria investigar "até o fim" a venda da Brasil Telecom para a Oi (Telemar), e que se fosse necessário chegaria até o filho do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em 2004, a Oi investiu 5 milhões de reais na Gamecorp, uma empresa de jogos para celular e TV, da qual um dos sócios era Fabio Luis Lula da Silva, filho do presidente. A operadora confirmou o investimento, que disse ser de interesse comercial, mas o movimento foi visto como suspeito pela participação de fundos de pensão de estatais e do BNDES entre os sócios da empresa telefônica.

A Oi assinou acordo para comprar a Brasil Telecom no dia 25 de abril deste ano, criando o que poderá ser a maior operadora do País em receita. O negócio, no entanto, ainda depende de uma mudança no atual Plano Geral de Outorgas (PGO), já que as duas são concessionárias de um serviço público (a telefonia fixa). Só um decreto do presidente Lula pode alterar o PGO.

Dantas disse que era perseguido por "facções do governo" com interesse na BrT. Ele citou o nome de três petistas que fariam parte dessa facção: o ex-ministro e deputado federal cassado José Dirceu; o ex-ministro da Fazenda Antônio Palocci, que atualmente exerce mandato de deputado federal; e o ex-ministro Luiz Gushiken (Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República).

O banqueiro contou que o governo federal fez pressão para que os fundos de pensão assumissem o controle da Brasil Telecom (BrT). Segundo ele, os fundos que mais pressionavam para que o Opportunity, do qual Dantas é sócio-fundador, deixasse o controle societário da Brasil Telecom eram Previ, Funcef e Petrus. Dantas contou que manifestou preocupação com o interesse do governo em relação ao controle da Brasil Telecom em duas conversas com Dirceu.

De acordo o relato de Dantas, na primeira conversa, quando procurou José Dirceu para falar sobre planos de investimentos e manifestou preocupação de que os fundos assumissem o controle da empresa, o ex-chefe da Casa civil mencionou que havia planos diferentes do governo para a Brasil Telecom. Disse que não era desejável que o Opportunity mantivesse o controle da Brasil Telecom.

Já no segundo encontro, conforme relato do banqueiro, José Dirceu teria entendido que a questão do controle da Brasil Telecom era um assunto privado e então orientou Dantas a procurar o então presidente do Banco do Brasil, Cássio Casseb, para resolver o que chamou de "problema". "Que problema?", teria reagido Dantas, obtendo como resposta que seria o controle da Brasil Telecom.

Daniel Dantas, ainda conforme seu relato, teria explicado a Dirceu que Cássio Casseb era parte interessada no negócio, uma vez que integrava o conselho da Brasil Telecom como representante da Telecom Itália. Dantas disse aos deputados da CPI que para ele ficou claro que os fundos de pensão estavam sintonia com a Telecom Itália.

O banqueiro contou que o governo federal fez pressão para que os fundos de pensão assumissem o controle da Brasil Telecom (BrT). Segundo ele, os fundos que mais pressionavam para que o Opportunity, do qual Dantas é sócio-fundador, deixasse o controle societário da Brasil Telecom eram Previ, Funcef e Petrus. Dantas contou que manifestou preocupação com o interesse do governo em relação ao controle da Brasil Telecom em duas conversas com Dirceu.

De acordo o relato de Dantas, na primeira conversa, quando procurou José Dirceu para falar sobre planos de investimentos e manifestou preocupação de que os fundos assumissem o controle da empresa, o ex-chefe da Casa civil mencionou que havia planos diferentes do governo para a Brasil Telecom. Disse que não era desejável que o Opportunity mantivesse o controle da Brasil Telecom.

Daniel Dantas, ainda conforme seu relato, teria explicado a Dirceu que Cássio Casseb era parte interessada no negócio, uma vez que integrava o conselho da Brasil Telecom como representante da Telecom Itália. Dantas disse aos deputados da CPI que para ele ficou claro que os fundos de pensão estavam sintonia com a Telecom Itália.

Protógenes e Abin

Por outro lado, Dantas contou que o delegado Protógenes Queiroz, ex-chefe da Operação Satiagraha, afirmou que investigaria todo o imbróglio da privatização das teles e que isso incluiria "o filho do presidente Lula". Preso pela primeira vez pela Polícia Federal, Dantas recebeu três conselhos de Protógenes: "Não fale com a imprensa, porque é pior; não traga material da Itália, porque é falso; e que ia investigar a venda da Brasil Telecom para a Telemar e, se fosse necessário, ia até o fim, o que incluiria investigar o filho do presidente ." A Telemar investiu R$ 5 milhões numa produtora de programas de TV sobre games da qual Lulinha foi um dos sócios, a Gamecorp. Procurada, a assessoria da PF disse que não se manifestaria sobre o assunto e que o delegado Protógenes Queiroz não estava à disposição para esclarecimentos.

Dantas também acusou o diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Paulo Lacerda, de ter articulado, por vingança, a Operação Satiagraha, que o levou para a prisão no mês passado junto com outras 17 pessoas. Dantas disse na CPI que seria uma represália de Larcerda a um suposto dossiê que ele teria divulgado contra o chefe da inteligência do governo. Lacerda afirmou por sua assessoria de imprensa que já se ofereceu para depor na CPI e que as acusações de Dantas são infundadas.

Orientado em quase todo o tempo por seu advogado, Nélio Machado, afirmou que a Satiagraha não passou de "retaliação" de Lacerda à publicação de uma reportagem com informações que apontavam que o diretor da Abin, ex-diretor da PF, teria contas irregulares no exterior. Dantas negou ter sido fonte da matéria.

"Eu, em novembro do ano passado, fui informado de que existia uma operação encomendada na PF contra mim. Eu não dei muita credibilidade, importância. São muitas informações que chegam todo dia. O que diziam é que isso tinha sido pedido pelo diretor da Abin, doutor Paulo Lacerda. E que isso ocorria como retaliação do doutor Lacerda ao atribuir a mim responsabilidade de entregue a uma revista de grande circulação relatório que constavam contas dele no exterior", declarou.

Segundo Dantas, a ele chegaram informações de que Lacerda tinha como desejo lhe colocar "um par de algemas". O banqueiro contou que à época em que a reportagem foi publicada fez vários desmentidos ao conteúdo da notícia, inclusive enviando carta ao chefe da Abin. E recentemente, ao ser informado novamente de que havia em curso uma operação da PF contra ele, voltou a pedir a emissários que reiterassem a Lacerda que ele nada tinha a ver com a reportagem que atingiu um dos homens de confiança do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Além da suposta represália de Lacerda, a Operação Satiagraha, levantou Dantas, pode ter por trás "os mesmos participantes que trabalharam para a Telecom Itália, para impedir o acordo de venda da Brasil Telecom para a Telemar". "Ficaram as duas versões circulando", disse.

Ao responder a perguntas de deputados, ele negou ter negociado com Humberto Braz pagamento de propina, no âmbito da Satiagraha, a um delegado da PF. E salientou desconhecer as razões que motivaram a prisão do ex-presidente da Brasil Telecom, acusado ao lado de Hugo Chicaroni de tentar subornar o delegado a mando de Dantas.

Contrato com a Kroll

Ainda ao citar a Abin, Dantas insinuou que a Telecom Itália usou homens da PF e da agência de inteligência para monitorar o grupo Opportunity, que disputou com a empresa italiana o comando da Brasil Telecom. Dantas disse ter certeza de que telefones do grupo Opportunity foram grampeados em meio ao processo de venda da Brasil Telecom.

No depoimento à CPI, Dantas negou, por várias vezes, ter contratado a empresa Kroll para realizar escutas telefônicas ilegais durante o processo de compra da Brasil Telecom. Dantas disse que, ao contrário do que a imprensa "insiste em divulgar", não está envolvido em ações de grampos telefônicos.

"Na verdade, eu não contratei a Kroll. A Brasil Telecom contratou a Kroll, que investigou a Telecom Itália. Nesse processo não tem nenhum grampo telefônico. A Brasil Telecom contratou a Kroll pela sua competência internacional. A Kroll foi a mesma empresa que o Congresso contratou para investigar desvios na gestão Collor pelo PC Farias", afirmou, repetindo ser "falsas" as denúncias contra ele.

Fonte: Estadão

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