Faltam pelo menos 246 mil professores nas redes públicas da educação básica em todo o País, segundo a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Seguindo a tendência nacional, no Paraná, a defasagem é maior nas disciplinas de Física, Química, Artes, Sociologia e Filosofia. O problema é mais acentuado fora dos grandes centros, como no Vale do Ribeira e núcleos regionais da região central do Paraná.

Isso acontece, de acordo com a Secretaria de Estado da Educação (Seed), porque o Paraná não contrata professor por concurso público sem licenciatura. “Onde não se tem o número mínimo de professores necessários para uma disciplina específica, são professores de outras disciplinas que tiveram esse conhecimento em sua grade curricular de formação que assumem”, explicou a chefe do departamento de educação básica da Seed, Mary Lane Hutner.

Essa defasagem é histórica, segundo ela, porque as faculdades não conseguem formar o número suficiente de professores para atuar na educação básica. Para o Sindicato dos Trabalhadores da Educação do Paraná (APP-Sindicato), uma das explicações seria os baixos salários ofertados à categoria.

“Há muito tempo reivindicamos piso salarial à altura para que seja uma profissão que interesse quem está se formando, que muitas vezes pode preferir atuar em uma indústria, no caso de Física e Química, onde tem melhores condições de trabalho”, opinou a professora Marlei Fernandes de Carvalho, atual secretária de organização da APP. A partir de 2009, o novo piso salarial da categoria será de R$ 950 para jornada de até 40 horas para professor de nível médio, com licenciatura plena.

Particulares

Na rede privada, a falta de professor acontece de forma mais acentuada na educação infantil. Segundo o presidente do Sindicato dos Professores no Estado do Paraná (Sinpropar), Sérgio Gonçalves Lima, a tendência é que a defasagem aumente ainda mais se não houver valorização do profissional.

“O salário não é correspondente com a atividade. A nova legislação quer assegurar que os professores tenham formação de ensino superior, mas esses profissionais não têm salários compatíveis com essa formação”, afirmou. Com a formação específica, Lima avalia que os profissionais preferem atuar nos ensinos médio e superior.

O piso salarial para professores da educação infantil, incluindo descanso salarial remunerado e hora-atividade, é de R$ 636,95, segundo o Sinpropar. Para os professores de primeira a quarta série do ensino fundamental, o salário é de R$ 648,96.

Vagas

Na Agência do Trabalhador, há vagas abertas para professor em Cascavel (Língua Portuguesa), Colombo, Londrina, Maringá, Pato Branco e São Mateus do Sul. O site para pesquisa de vagas é www.sine.pr.gov.br/setp/agencia.

Fonte: Paraná Online