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Com posse de Obama, Unger acredita que Brasil poderá intensificar projetos com os EUA

O ministro de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, vê a possibilidade de uma relação mais intensa entre Brasil e Estados Unidos a partir da posse de Barack Obama na Presidência. Unger avalia que os EUA passarão por algo além da troca de governo, que se caracterizará por uma “mudança de sensibilidade e orientação”, a ser aproveitada pelo Brasil para a redução das divergências bilaterais.

“Nós teríamos uma oportunidade extraordinária de abrir um novo tipo de relação com os EUA. Temos contenciosos preexistentes, como as divergências em relação ao protecionismo agrícola, exemplificado pela rivalidade entre o etanol brasileiro e o americano. Mas tudo isso é café pequeno, comparado com as oportunidades que temos pela frente. Não imagino que essas rivalidades vão se esvair instantaneamente, mas proponho que as coloquemos de lado e abramos novas frentes de colaboração”, afirmou Unger, em entrevista exclusiva à Agência Brasil.

Os esforços conjuntos de Brasil e Estados Unidos passam, segundo o ministro, pela construção de respostas à crise mundial e por “experimentos institucionais” que resultem na ampliação das oportunidades de aprendizado, trabalho e produção nos países. As áreas consideradas mais propícias por Unger são o desenvolvimento dos agrocombustíveis, a educação e o fomento às pequenas empresas.

Ele destaca o potencial privilegiado dos dois países em fontes de energia renováveis como elemento capaz de suscitar ações a quatro mãos para a organização de um mercado mundial de agrocombustíveis, com intercâmbio científico e tecnológico. “A curto prazo, pela nossa condição tropical, seríamos mais beneficiados, mas a longo prazo o mundo todo se beneficiará, porque a tendência do avanço científico é atenuar a relevância da geografia”, disse Unger.

No campo educacional, Unger argumentou que os dois países têm o desafio de garantir a gestão local das escolas por estados e municípios com padrões nacionais de investimento e qualidade. “Estou trabalhando com Fernando Haddad [ministro da Educação brasileiro] em uma proposta para associar os três níveis da federação em órgãos conjuntos, para consertar e recuperar sistemas locais de educação defeituosos, que tenham caído abaixo dos patamares mínimos aceitáveis. Se pudermos fazer isso com os EUA, será fabuloso.”

Em relação às pequenas e médias empresas, o ministro disse que os países deveriam focar a modernização tecnológica para que haja “um dínamo de crescimento includente”.

O ministro defende mudanças na relação já existente entre as estruturas militares dos países, hoje pautada pela importação de produtos americanos e pelo desejo dos EUA de engajar o Brasil em operações “quase policiais” contra o narcotráfico na América Latina e no Caribe.

“Temos que substituir essa agenda por outra, de colaboração em pesquisa e produção na vanguarda tecnológica de defesa, além da troca de idéias e pessoas entre nós. Não estamos interessados em ajudar outro país a policiar o mundo, mas sim em discutir com os EUA os instrumentos de uma cultura militar vanguardista pautada pelo ideal de flexibilidade”, ressaltou Unger.

Por fim, o ministro aponta a possibilidade de o Brasil exercer papel decisivo em uma eventual reconciliação entre Estados Unidos e Cuba. “Aí podemos desempenhar um papel. É difícil para os EUA avançar para uma reconciliação sem que haja em Cuba gestos significativos em matéria de direitos humanos e liberdades públicas. Temos um interesse estratégico nessa reconciliação, porque os antagonismos são uma ferida aberta que serve como obstáculo à criação de um experimentalismo democrático amplo que desejamos no hemisfério ocidental”.

Fonte: Agência  Brasil

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