O governo cala, mas nos bastidores de Brasília crescem os rumores confirmando a prorrogação da isenção do Imposto sobre Produtos Industrializados para o setor automotivo por mais três meses. O prazo oficial vence na próxima terça-feira e a ampliação é reivindicação de vários ministros. Eles continuam impedidos de falar no assunto, no entanto, para que as vendas não sejam prejudicadas. O temor é o que de o anúncio reduza o movimento que tem sido registrado nas concessionárias nas últimas semanas, já que os consumidores teriam mais tempo para fazer a compra. O presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores, Sérgio Reze, concorda que o anúncio antecipado seria arriscado. O aumento de vendas registrado em fevereiro foi de apenas 0,8% maior na comparação com janeiro. Ainda assim, o presidente da Fenabrave classifica a prorrogação do prazo como necessária. O especialista em contas públicas, Amir Khair, concorda. Para ele, a medida é boa para o próprio governo porque, se ele perde em arreca

dação, por um lado, quando reduz o IPI, ganha por outro, com o aumento das vendas. O também especialista em gastos públicos, Raul Veloso, confirma que a importância do IPI para a arrecadação total do governo não é tão grande assim. Mas, seguindo a linha adotada por todo o governo até agora, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, aconselhou a população a garantir o benefício até o fim do mês. O governo por enquanto também não cogita estender a medida para outros setores. Mas os empresários da construção civil, contemplados essa semana com o pacote habitacional, ainda têm esperança de que uma eventual redução do IPI seja anunciada hoje, em reunião do Conselho Monetário Nacional em Brasília.

Fonte: BandNews