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Meirelles: alguns indicadores já voltaram ao nível pré-crise

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, destacou nesta quarta-feira, 3, que alguns indicadores macroeconômicos já voltaram ao patamar que exibiam no momento anterior à fase de recrudescimento da crise financeira internacional.

Ele lembrou, por exemplo, que as reservas internacionais pelo critério de liquidez estavam em US$ 205 bilhões em agosto de 2008, no ápice da turbulência. Em 1º de junho, as reservas somavam US$ 205,4 bilhões. "Em resumo, o Brasil é um dos poucos países que já tem volume de reservas superior ao da entrada da crise", afirmou, durante audiência pública na comissão conjunta da Câmara sobre a crise.

O presidente do BC comparou também o nível da dívida líquida do setor público em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) nos dois momentos. De acordo com ele, essa taxa estava em 40,5% quando houve a piora da crise e, pelo último dado do BC, estava em 38,4%.

"A crise alcançou proporções menores em relação a outros países", avaliou, acrescentando que a regulamentação das instituições financeiras foi fundamental para minimizar os efeitos das turbulências.

Durante a audiência, Meirelles citou medidas tomadas pelo BC contra a crise, como venda de dólar no mercado e para exportadores, a redução de depósito compulsório para incentivar o crédito, entre outros. "Algumas dessas medidas são consideradas como modelo em vários fóruns mundiais e estão sendo estudadas", enfatizou. De acordo com o presidente do BC, essas medidas foram possíveis porque a instituição possuía reservas suficientes para atuar no mercado cambial.

Diferenças

Meirelles afirmou que o Brasil tem uma situação bem diferente da dos Estados Unidos e, por isso, não cabe a implementação do mesmo nível de política monetária e fiscal que está sendo praticado lá em função da crise.

Ele explicou que a crise começou nos Estados Unidos e que o seu forte impacto na solidez do sistema financeiro norte-americano e na atividade econômica exigiu uma profunda redução da taxa de juros nos EUA e uma política fiscal agressiva que está elevando significativamente o endividamento daquele país.

Embora necessárias, essas ações, segundo Meirelles, geram preocupações em relação ao futuro. De acordo com o presidente do BC, essas preocupações referem-se a um possível aumento da inflação em função da expansão monetária e fiscal em curso.

No caso do Brasil, segundo Meirelles, é um fato positivo que a economia não tenha exigido ações tão agressivas quanto as executadas nos Estados Unidos. "É uma vantagem o Brasil não ter que fazer isso, por isso o Brasil hoje está sendo bem-visto pelos investidores e vai sair forte, com tração, da crise", afirmou.

Eleafirmou que o que diferencia o País nesta crise em relação às anteriores é que desta vez a economia estava com o consumo e os investimentos em alta no momento em que a crise eclodiu. Desta forma, a despeito do impacto da contração de crédito internacional no País, o Brasil se mostrou em melhores condições de enfrentar a crise.

Meirelles observou ainda que o crescimento dos investimentos permitiu que o País entrasse na crise com o parque industrial modernizado, pronto para crescer. Meirelles destacou também que outro diferencial positivo é que a inflação brasileira está sob controle, dando mais tranquilidade para atravessar esse momento.

US$ 4,1 trilhões

Meirelles informou que as perdas globais geradas pela crise financeira internacional são da ordem de US$ 4,1 trilhões. Desse total, segundo ele, US$ 2,7 trilhões foram perdas registradas no Estados Unidos; US$ 1,2 trilhão na Europa e US$ 0,1 trilhão no Japão. Com base nesses números, Meirelles disse que a crise atual é muito maior do que as anteriormente registradas na história recente e destacou que o PIB mundial deve ter queda de 1,3% este ano, com o comércio mundial tendo um recuo de 11%. Este quadro tende a gerar impacto nas exportações brasileiras.

O presidente do BC ressaltou ainda que os mercados têm mostrado recentemente uma percepção de que o pior da crise já passou. Ele disse esperar que isso se confirme, mas ressaltou que ainda é prematuro para se chegar a grandes conclusões, já que a economia dos EUA aparentemente terá um processo lento de recuperação.

Fonte:Estadão

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