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"Lista suja" adiciona novos produtores da fronteira agrícola

Grandes produtores de áreas de expansão da fronteira agrícola foram incluídos, na manhã desta terça-feira (21), na "lista suja" do trabalho escravo - cadastro mantido pelo governo federal que aponta empregadores flagrados na exploração de pessoas em condições análogas à escravidão.

Promovida pelo Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), essa atualização semestral confirmou 17 inclusões (13 pela primeira vez e quatro após as liminares que os mantinham fora serem suspensas) e 35 exclusões (34 em definitivo e uma temporária devido a uma liminar judicial). Todas são pessoas físicas e jurídicas responsabilizadas em operações de fiscalização de trabalho escravo. Os nomes vão para a lista após conclusão de processo administrativo gerado a partir da situação encontrada pelos auditores fiscais do trabalho.

Rosana Sorge Xavier, da família que controla o Frigorífico Quatro Marcos (dona de um histórico de problemas trabalhistas), agora faz parte da "lista suja". Entre os 100 maiores desmatadores do país de acordo com ranking do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) de 2008, Rosana aparece como segundo maior agente privado devastador do país (e na nona posição geral), com mais de 12,6 mil hectares de floresta - o que lhe rendeu uma multa em torno de R$ 48 milhões. O primeiro entre empreendedores privados é Léo Andrade Gomes, com 15,2 mil hectares desmatados e mais de R$ 32 mi em multa.

Entre os incluídos, há mais grandes fazendeiros de gado bovino. E assim como Rosana Sorge Xavier, pelo menos dois deles mantém criações de porte nas franjas da Amazônia: Olavo Demari Webber, do Norte do Mato Grosso; e Aurélio Anastácio de Oliveira, escravagista reincidente e dono da Fazenda Iraque, em Eldorado dos Carajás (PA). Regis Francisco Ceolin, pecuarista do Condomínio Agropecuário Ceolin, atua no Oeste baiano.

Além do Condomínio Agropecuário Ceolin, dois outros produtores que entraram para o cadastro de infratores são do Oeste da Bahia, uma das áreas de maior expansão do agronegócio no país. Os dois outros flagrantes que geraram as inclusões se deram, curiosamente, na área da chamada Fazenda Estrondo, lozalizada no município de Formosa do Rio Preto (BA).

Em terras da Companhia Melhoramentos do Oeste da Bahia (CMOB), que atua tradicionalmente com mineração na região, foram libertados 39 trabalhadores que catavam raízes para viabilizar a produção de soja, em outubro de 2005. Na mesma área da Fazenda Estrondo, mas em outra parte conhecida como Fazenda Indiana (sob a responsabilidade de Paulo Kenji Shimohira), houve 52 libertações de pessoas que faziam a capina de algodão.

Outros fazendeiros que entraram na "lista suja" em decorrência de flagrantes na fronteira agropecuária: Lírio Antônio Parisotto, produtor de soja em Uruçuí (PI); Adailto Dantas Cerqueira e Salomão Pires Carvalho, donos de áreas no Maranhão; Elizabete Guimarães de Araújo e Ivan Domingos Paghi, que tiveram suas propriedades no Tocantins flagradas pelo MTE. Adailto, Elizabete e Ivan, na realidade, foram reincluídos na relação por causa da perda do efeito de liminar que excluía os nomes temporariamente.

Usinas e outros casos
Grandes usinas de cana-de-açúcar que também já constaram da "lista suja" também foram reinseridas no cadastro. A Agrisul Agrícola Ltda - conhecida como Usina Debrasa, da Companhia Brasileira de Açúcar e Álcool (CBAA), que faz parte do Grupo José Pessoa -, de Brasilândia (MS), e a Agropecuária e Industrial Serra Grande (Agroserra), de São Raimundo das Mangabeiras (MA), voltaram a aparecer na "lista suja", divulgada desde o final de 2003.

Uma empresa e um fazendeiro do Ceará, juntamente com o dono de um ferro-velho em Várzea Grande (MT), completam o rol dos infratores incluídos. A Mundial Construções e Limpeza Ltda. foi pega quando explorava trabalhadores no serviço de limpeza diária e roça de linha de transmissão de energia elétrica da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) em Sobral (CE).

O fazendeiro José Nilo, por sua vez, entrou na "lista suja" em função de fiscalização ocorrida nas Fazendas Pirangi e Três Marias, em Beberibe (CE). Já José Nilson dos Santos explorava duas pessoas com deficiência mental no Auto Guincho Jussara, na cidade que fica ao lado da capital Cuiabá (MT).

Com a atualização da "lista suja", 35 nomes (veja lista abaixo) também foram retirados. Desses, Gilson Muller Berneck foi excluído por motivo de liminar da Justiça. Todos os outros saíram após o cumprimento de dois anos no cadastro, combinado com o pagamento de todas as pendências relativas às autuações e a não reincidência na exploração do trabalho escravo contemporâneo.

Fonte: Repórter Brasil

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