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Crise já ficou para trás no Brasil, diz Mantega

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse, em Londres, que "a crise já ficou para trás no Brasil". "Já estamos num processo de franca recuperação", afirmou o ministro, citando que a economia brasileira já está crescendo de 4,5% a 5%.

Segundo Mantega, o sucesso do País contrasta com as dificuldades enfrentadas pelas economias avançadas que começam a dar sinais de uma retomada "lenta, difícil e gradual".

Para não tirar a economia global dos trilhos da recuperação, Mantega afirmou que o Brasil defenderá, na reunião deste sábado do G20, que a intervenção do governos na economia seja mantida até que a recuperação global esteja consolidada.

"Vamos reiterar que é necessário manter a ação anticíclica. Ela não deve parar, enquanto for necessário", disse Mantega.

Ministros da área econômica e presidentes de bancos centrais dos países que formam o G20 se reúnem, em Londres, para preparar o terreno para o encontro de cúpula dos líderes na cidade de Pittsburgh, nos Estados Unidos.

O ministro disse não acreditar na tese de possível recaída da economia mundial. Essa tese, em que a economia poderia sofrer um novo "mergulho", é considerada possível por economistas como Nouriel Roubini, que ganhou projeção ao ser um dos poucos a prever a atual crise.

Segundo Mantega, a retomada vai ocorrer em ritmos diferentes e "demonstrar que os países avançados são os mais debilitados e que precisam dos emergentes puxando o crescimento".

"Quem vai puxar o crescimento somos nós. Pode haver um ou outro país europeu que fique melindrado, aborrecido. Mas, segundo o ministro, "isso não vai impedir que o G20 se torne a instituição mais importante da economia mundial".

Segundo Mantega, na reunião, o Brasil vai apresentar também uma proposta de regulamentação do sistema financeiro internacional.

"Precisamos avançar com a regulação do sistema financeiro internacional. Não se consolidou ainda uma nova arquitetura com regras mais claras, com limites para a ação do capital especulativo. O Brasil já tem isso, e eu vou apresentar uma proposta de como ter isso em escala internacional", disse.

O ministro disse ainda que o Brasil e outros emergentes vão cobrar um aceleração do processo de reformas no Fundo Monetário Internacional (FMI). Já por pressão do grupo, a data da reforma foi antecipada de 2013 para 2011, mas Mantega quer que já fique claro, na reunião de Pittsburgh, que o percentual de cotas sairá das mãos dos países desenvolvidos.

"Janeiro de 2011 é uma data boa, mas quero antecipar o início da ´dança´. Esse passo pode ser dado em Pittsburgh, determinando-se o percentual de cotas que vão passar. Nós propomos que 7% das ações que estão com os países ricos passem aos emergentes e que tenhamos igualdade acionária", disse o ministro. Ele acrescentou que, com isso, países como Brasil, Índia e China podem pôr mais dinheiro no fundo.

Na reunião desta sexta-feira, do grupo de países que formam o Bric (sigla criada pelo banco Goldman Sachs, em 2001, para se referir a Brasil, Rússia, Índia e China) vão traçar uma estratégia comum para a reunião de sábado.

"Nós, dos Brics, temos interesses comuns e vamos levar posições comuns ao G20. (...) Não despreze a importância dos Brics", advertiu o ministro.

"Nós sabemos que, mesmo antes dessa crise, os Brics e emergentes já estavam à frente do crescimento. Depois dessa crise, isso será ainda mais verdadeiro. Os emergentes, principalmente os Brics, vão determinar o ritmo de crescimento da economia mundial."

Com mais poder econômico, o processo de fortalecimento político desses países será inevitável, segundo Mantega.

Segundo ele, o fortalecimento do G20 (em detrimento do G8) está vindo "espontaneamente".

"Já tivemos três reuniões neste ano entre ministros da Fazenda e líderes. Teremos Pittsburgh em 15 dias. Teremos um encontro em novembro na Escócia. Nunca vi tanta reunião do G20. Portanto, já é o fórum mais importante da economia mundial e representa os países mais importantes do globo, mais de 80% do PIB mundial."

Segundo Mantega, os países do grupo Bric também vão discutir, na reunião preparatória desta sexta-feira, a proposta do Brasil de substituição do dólar por moedas locais no comércio entre os quatro países.

"Nós temos que amadurecer essa proposta. Ou com troca em moeda local ou com swaps, créditos recíprocos em moeda local".

Questionado sobre o quão realista é esta proposta, já que, com a Argentina, país com o qual já vigora um acordo que permite esse tipo de troca, o volume representado por moeda local é ínfimo, o ministro rebateu que a tendência é de aumento.

Segundo ele, houve dificuldades de implementação e a iniciativa foi atropelada pela crise. A retomada, no entanto, deve dar novo fôlego à iniciativa.

Fonte: BBC do Brasil

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