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Zilda Arns morre no Haiti, velório e enterro serão em Curitiba

A médica pediatra e sanitarista Zilda Arns Neumann, fundadora e coordenadora internacional da Pastoral da Criança, morreu aos 75 anos vítima do forte terremoto que abalou o Haiti na terça-feira (12). Em entrevista coletiva, na tarde desta quarta-feira (13), Nélson Arns Neumann, filho de Zilda, disse que o corpo da médica já está sob os cuidados de militares brasileiros no Haiti e existe a expectativa de que ele retorne na quinta-feira (14) para o Brasil. Segundo Neumann, houve um contato telefônico com o chefe de gabinete do presidente Lula, Gilberto Carvalho, que prometeu empenho no translado do corpo da médica.

A reportagem é do portal do jornal Gazeta do Povo, 13-01-2009.

“Mas conhecendo minha mãe, tenho certeza de que ela preferiria que fosse dada toda a prioridade no resgate e cuidado de sobreviventes. Temos certeza que a alma dela já está bem, sob os cuidados de Deus”, disse Nélson.

O senador Flávio Arns embarcou para o Haiti junto com o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e o embaixador do Brasil naquele país, Igor Kipman, em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB). A previsão era de que eles chegassem ao Haiti por volta das 18h, horário de Brasília.

Segundo a família, o velório de Zilda Arns deve acontecer na sede da Pastoral, no bairro Mercês, em Curitiba. O corpo será enterrado no Cemitério da Água Verde, onde a família possui um jazigo. Diversas coordenações municipais da Pastoral já comunicaram que vão realizar missas em homenagem à Zilda Arns.

A tragédia

Zilda havia chegado em Porto Príncipe no último domingo (10) para um encontro com bispos e realizaria, às 10h desta quarta-feira, uma palestra sobre a Pastoral da Criança na Conferência Nacional dos Religiosos do Caribe. Na quinta-feira, teria um encontro com representantes de ONGs. A viagem de volta ao Brasil estava prevista para esta sexta-feira (15).

No momento do tremor, Zilda estava reunida com religiosos e lideranças comunitárias em uma igreja local. Segundo as informações recebidas pela Pastoral, ela morreu na hora. Um militar brasileiro que fazia a tradução do discurso da médica para o francês também morreu. O corpo da fundadora da Pastoral da Criança teria sido encontrado pela embaixatriz do Brasil em Porto Príncipe, Roseana Teresa Aben-Athar Kipman. Segundo relato de diplomatas brasileiros que acompanham a tragédia no Haiti, o corpo estava sob os escombros da igreja.

A irmã Rosângela Altoé, que viajou para o Haiti para acompanhar Zilda Arns, está bem e aguarda um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para retornar para Curitiba. Rosângela falou nesta quarta-feira pela manhã por telefone com a irmã Lurdes Maria Moser. “Ela ligou por volta de 10h da manhã. Foi um alívio ouvir a voz dela. Graças a Deus ela está viva e bem”, disse.

A ligação foi curta, explica Lurdes, porque havia muitas pessoas esperando na fila para ligar para os familiares no Brasil.“Aqui está muito triste. Muitas pessoas perderam a vida”, disse. Rosângela Altoé tem 56 anos e nasceu no Espírito Santo, mas há um ano morava e trabalhava na capital paranaense.

Vida dedicada à saúde pública

Nascida em 25 de agosto de 1934, em Forquilhinha (Santa Catarina), Zilda Arns Neumann morava em Curitiba desde os 10 anos de idade, quando se mudou com a família. Deixou cinco filhos e dez netos.
Formada em Medicina, escolheu o caminho da saúde pública desde cedo. Trabalhou inicialmente como pediatra do Hospital de Crianças Cezar Pernetta, na capital paranaense, e posteriormente como diretora de Saúde Materno-Infantil, da Secretaria de Saúde do Estado do Paraná.

Em 1980, foi convidada a coordenar a campanha de vacinação Sabin para combater a primeira epidemia de poliomielite, que começou em União da Vitória, no Paraná.

Em 1983, a pedido da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), criou a Pastoral da Criança com Dom Geraldo Majela Agnello, cardeal e arcebispo primaz do Brasil, que na época era arcebispo de Londrina. Em 27 anos de trabalho, a Pastoral conta com a ajuda de mais de 260 mil voluntários e atende quase 2 milhões de gestantes e crianças menores de seis anos e 1,4 milhão de famílias pobres, em 4.063 municípios brasileiros.

Em 2008, mais de 1,9 milhão de gestantes e crianças menores seis anos e 1,4 milhão de famílias pobres foram acompanhados pela ONG em 4.063 municípios brasileiros. Ao todo, a Pastoral conta com mais de 260 mil voluntários que levam conhecimentos sobre saúde, nutrição, educação e cidadania para as comunidades mais pobres.

No ano de 2004, também a pedido da CNBB, fundou a Pastoral da Pessoa Idosa que atende 129 mil idosos acompanhados, todos os meses, por 14 mil voluntários.

Reconhecida nacionalmente e internacionalmente pelo trabalho que realizava, Zilda Arns era cidadã honorária de 10 estados e 35 municípios. Recebeu títulos de doutor honoris causa de cinco universidades: Pontifícia Universidade Católica do Paraná, Universidade Federal do Paraná, Universidade do Extremo-Sul Catarinente de Criciúma, Universidade Federal de Santa Catarina e Universidade do Sul de Santa Catarina.

Entre os prêmios que recebeu ao longo da carreira estão o Woodrow Wilson, da Woodrow Wilson Fundation, em 2007; o Opus Prize, da Opus Prize Foundation (EUA); Heroína da Saúde Pública das Américas (OPAS/2002); 1º Prêmio Direitos Humanos (USP/2000); Personalidade Brasileira de Destaque no Trabalho em Prol da Saúde da Criança (Unicef/1988); Prêmio Humanitário (Lions Club Internacional/1997) e Prêmio Internacional em Administração Sanitária (OPAS/ 1994). Em 2006, foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz.

Fonte:Instituto Humanitas

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