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Luta pela redução da jornada leva 1.500 sindicalistas a Brasília

Aproveitando o início das atividades no Congresso Nacional e para mostrar aos parlamentares e ao Governo Federal que a classe trabalhadora não está "dormindo no ponto", as seis centrais sindicais - CTB, CUT, Força Sindical, UGT, NCST e CGTB - realizaram, na manhã desta terça-feira (2), em Brasília uma manifestação unificada pela redução da jornada de trabalho, sem redução de salários.

A mobilização foi decidida durante a última reunião do Fórum das Centrais Sindicais (composto pelas seis centrais), ocorrida no ultimo dia 21 de janeiro e foi grande a adesão de sindicalistas de todo o Brasil.

Cerca de 1.500 trabalhadores e lideranças sindicais começaram logo na manhã desta terça-feira o contato com parlamentares para a aprovação da proposta de emenda à Constituição (PEC), dos senadores Paulo Paim (PT/RS) e Inácio Arruda (PCdoB/CE), que reduz a jornada máxima de trabalho para 40 horas semanais e aumenta dos atuais 50% para 75% a remuneração da hora-extra.

Segundo o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, a intenção é fazer uma vigília, "e até dormir no Congresso se preciso", para conseguir que a PEC entre na agenda de votação ainda neste semestre.

"Tudo isso que estamos fazendo hoje é muito importante para manter a militância aguerrida e mostrar para o Congresso que nós não vamos desistir das nossas bandeiras só porque é ano eleitoral. Ao contrário", disse o secretário geral da CUT, Quintino Severo.

Antes da ida ao Congresso, os sindicalistas fizeram também uma "recepção" aos parlamentares no aeroporto de Brasília. A atividade foi marcada pelo bom humor e pelo alto astral.

Das 8 às 10 horas, deputados e senadores que desembarcavam eram recebidos por dezenas de dirigentes sindicais, aos brados de "Reduz pra 40 que o Brasil aumenta e o empresariado aguenta" e outras palavras de ordem como "Primeiro o pré-sal, o Carnaval e depois as 40 horas".

Aumento da produtividade
A proposta já recebeu parecer favorável da comissão especial constituída na Câmara para debater o tema. Trata-se de uma bandeira histórica da classe trabalhadora, que tem uma importância estratégica para o movimento sindical.

De acordo com Clemente Ganz Lúcio, diretor técnico do Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese), "reduções de jornada vêm acompanhadas de aumento de produtividade". Além disso, a redução de 4 horas da jornada semanal pode gerar 2 milhões de empregos, estima o economista.

Ele aponta o atual cenário de crescimento econômico como ideal para que a proposta seja absorvida economicamente. Além disso, "as empresas passaram nos últimos anos por processos de reestruturação produtiva e estão ajustadas".

O diretor técnico do departamento sindical avalia que a redução da jornada é justa porque "tem efeito distributivo dos ganhos de produtividade de 1988, quando a jornada de trabalho semanal caiu de 48 horas para 44 horas".

Ao efeito redistributivo, Ganz Lúcio acrescenta que desde quando houve a redução da jornada, os trabalhadores passaram a gastar mais tempo para se deslocar até o trabalho e que a atual necessidade de reciclagem permanente para o trabalho exige que os assalariados tenham maior disponibilidade de tempo para fazer novos cursos de formação e atualização.

De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a jornada de trabalho semanal no Brasil poderia ser de 37 horas. A eventual redução da jornada alcançará, no entanto, apenas a metade da mão-de-obra empregada, que tem carteira assinada e vínculo formal.

Reunião com o PCdoB
Após as atividades em plenário e nos corredores do Congresso, as seis centrais sindicais que se uniram na defesa da redução da jornada se reuniram com os líderes partidários. Uma das reuniões ocorreu na liderança do PCdoB.

Segundo Gilda Almeida, da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), "os trabalhadores têm claro o compromisso do PCdoB na defesa da redução da jornada, mas é importante que o partido se junte ao esforço coletivo das centrais e dos líderes da base para que o projeto entre na pauta".

Artur Henrique, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), destacou que a influência do PCdoB no Congresso torna o partido um aliado especial dos trabalhadores.

Canindé Pegado, da União Geral dos Trabalhadores (UGT) lembrou que os comunistas foram fundamentais na conquista das 44 horas na Constituinte de 88.

Já o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT/SP), Paulinho da Força destacou que as centrais e os partidos comprometidos com a defesa dos trabalhadores devem realizar uma série de ações conjuntas para garantir a aprovação da redução ainda neste semestre.

Fonte: Vermelho, com sites das centrais

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