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País pode ser 2º do G-20 a elevar juro

O Brasil está perto de se juntar a um grupo de países que já começou a apertar a política monetária após a pior fase da crise global. Quem saiu na frente foi a Austrália, que, em setembro, iniciou um ciclo de altas da taxa básica de juros, atualmente em 4% ao ano. Em seguida, foi Israel, que hoje tem juro básico de 1,25% ao ano.
 
A China não alterou essa taxa, mas mexeu nos depósitos compulsórios, o que reduz a liquidez do sistema financeiro. Índia, Malásia, Taiwan e Coreia do Sul estão entre os países que, segundo analistas, devem subir os juros ao longo de 2010.

No Brasil, a maioria dos especialistas acredita que o Comitê de Política Monetária (Copom) começará a elevar a Selic a partir de abril. Mas muitos apostam em uma alta já na reunião que começa na terça, 16, e termina quarta. A taxa está em 8,75% ao ano, menor nível da história do País.
 
"Todos esses países têm em comum o fato de que se recuperaram mais rapidamente da crise", afirmou o economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima Gonçalves. "Com exceção de Israel, todos têm mercado interno robusto", completa o economista-chefe da M. Safra, Marcelo Fonseca.
 
Gonçalves observa que, por serem grandes exportadores de commodities, Brasil e Austrália conseguiram manter uma situação sólida no lado externo, apesar da crise global. "Diferentemente do que vemos hoje em alguns países europeus, não há ninguém querendo especular contra o Brasil e contra a Austrália."
 
Fonseca acrescenta que outra vantagem desses países é a qualidade do sistema financeiro. "Todos foram muito bem preservados", afirma. "Não houve os excessos que vimos nos países que sofreram mais com a crise."
 
Nesse cenário, a inflação já começa a preocupar. O economista-chefe da Sul América Investimentos, Newton Rosa, explica que já "há sinais de superaquecimento" em algumas dessas nações, notadamente no Brasil e na China. Ele lembra que o Produto Interno Bruto (PIB) chinês cresceu 10,7% no último trimestre do ano passado.
 
Neste início de 2010, observa, a expansão deve ser ainda mais forte. "Algumas casas internacionais que acompanham de perto a China projetam uma alta do PIB de até 14% no primeiro trimestre", diz Rosa. Como a meta do governo é de 8%, argumenta, algo terá de ser feito para esfriar a atividade no país.
 
No Brasil, pondera Rosa, o consumo das famílias tem "corrido à frente da oferta", o que provoca pressões inflacionárias. Ele está no grupo de especialistas que esperam a primeira alta da Selic apenas no mês que vem, mas reconhece que as chances de o Banco Central (BC) iniciar o aperto amanhã "cresceram bastante".
 
Gonçalves também projeta uma elevação só em abril. "Os dados da economia brasileira ainda são ambíguos para que se conclua que a atividade esteja acelerando ou não." Fonseca discorda e aposta em uma alta da Selic já neste Copom. "Será um movimento coerente com a recuperação de todos esses países."
 
Efeito colateral
 
Gonçalves chama a atenção para o risco de todos esses países terem de lidar, nos próximos meses, com uma enxurrada de capitais e consequente valorização de suas moedas, o que influenciará negativamente as exportações. Isso porque o diferencial de juros entre essas nações e os países desenvolvidos ficará ainda maior do que está hoje, o que atrai investidores dispostos a se beneficiar das taxas mais altas.

Fonte: Estadão

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