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Brasil consolida posição de campeão mundial dos juros altos

A decisão do Copom na última quarta-feira (28), de elevar para 9,5% a taxa básica de juros (Selic), consolidou a liderança brasileira no ranking dos maiores juros reais do planeta.

A alta de 0,75 ponto percentual na Selic levou os juros reais a 4,5% ao ano. Na segunda posição aparece a Indonésia, com taxa real de 3%. Na terceira posição está a China, com 2,8%. O ranking é elaborado pela consultoria UpTrend com 40 das maiores economias do planeta.

Valorização do real

Da taxa básica, foi descontada a inflação projetada para os próximos 12 meses. "A elevação de projeções de inflação em alguns países, aliada a diversas quedas de juros mundo afora, assegurou ao Brasil o topo, como o melhor pagador de juros do mundo", diz Jason Freitas Vieira, economista-chefe da UpTrend.

Para banqueiros e credores da dívida pública não pode haver vida melhor. Os juros altos atraem também especuladores de todo o mundo e constituem uma das principais causas da valorização do real, alvo de reiteradas críticas dos exportadores. A farra, porém, custa caro ao povo brasileiro, compromete o desenvolvimento nacional e aumenta o endividamento dos governos. Significa uma perversa transferência de renda da sociedade para a oligarquia financeira.

Vergonha nacional

A decisão do Banco Central (BC) presidido pelo banqueiro Henrique Meirelles vai não só na contramão dos interesses nacionais, como também do caminho escolhido por outras nações. Enquanto o Brasil reforça sua liderança, com juros ascendentes, mais da metade dos países analisados pela empresa de consultoria registram juro real negativo. Tanto que a taxa média geral dos países analisados ficou em -0,6%.

A liderança do Brasil pode representar mais ingresso de capital estrangeiro especulativo e de curto prazo, uma vez que os títulos de renda fixa emitidos no país pagarão bem mais que seus pares internacionais. É o tipo de investimento que em nada contribui para o crescimento da economia e só resulta em prejuízos para a nação, pois eleva a remessa de lucros, dividendos e juros para o exterior, o que hoje constitui a maior causa do perigoso déficit em conta corrente.

Consolidar o título de campeão mundial dos juros altos não nos honra e não é motivo para orgulho, a não ser para agiotas. É uma vergonha nacional. Os tecnocratas do Comitê de Política Monetária do BC (Copom) também deviam se envergonhar do papel miserável que estão desempenhando, mas infelizmente eles estão atados, da cabeça aos pés, aos interesses mesquinhos e gananciosos dos credores.

Fonte: O vermelho

Desenvolvido por Agência Confraria

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