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Fábrica de motores “esquenta” polo automotivo do Paraná

Hoje são quase 200 motores por dia, em alguns meses serão 600 e até dezembro, mil. Após dois anos e meio sem produzir, a antiga fábrica da Tritec Motors voltou à ativa no fim de fevereiro e vem subindo rapidamente a “rampa de produção” programada por sua nova controladora, a Fiat Powertrain Technologies (FPT). Revitalizada ao longo de dois anos ao custo de R$ 250 milhões, a unidade emprega 250 pessoas e deve contratar outras 150 ainda em 2010. Sua reestreia dá um considerável sopro de ânimo à economia de Campo Largo, na região metropolitana de Curitiba, mas representa muito mais do que isso: ela pode ser a força propulsora de um novo processo de expansão e, principalmente, de uma maior integração do parque automotivo paranaense.

O polo da Grande Curitiba é o terceiro maior do país – responde por 12% da produção nacional de veículos – e transformou o perfil industrial do Paraná a partir do fim dos anos 90, gerando hoje 13% da renda da indústria local. Mas nunca se comportou como uma verdadeira cadeia produtiva. Estudos de várias instituições demonstram que ele mais parece um ajuntamento desintegrado de empresas, que em sua maioria se comportam como “ilhas”, travando poucas relações com as vizinhas. A julgar pelos planos da FPT, esse quadro pode começar a mudar.

“Temos a perspectiva de construir aqui um novo parque de fornecedores”, conta Marcelo Reis, administrador da fábrica de Campo Largo. “Hoje a maioria de nossos fornecedores está em São Paulo ou Minas Gerais. O que queremos é desenvolver um polo em nossa volta, inclusive para atender às demais unidades da FPT na América Latina. E pretendemos fazer isso em parceria com as montadoras que já estão no Paraná.” Tal prática, que reduz os custos fixos de produção, é uma tradição nas fábricas do grupo italiano. Metade do orçamento para a compra de peças e componentes da FPT de Betim (MG), por exemplo, é gasto nos arredores da unidade.

Segundo o executivo, 30% dos operadores de produção da FPT trabalharam na Tritec. No caso da mão de obra “técnica”, formada principalmente por engenheiros de processos, a proporção chega a 70%. “Um dos motivos que nos trouxeram à região de Curitiba foi seu parque de universidades técnicas. E a mão de obra de operadores em Campo Largo também é muito boa. Todos os nossos têm curso técnico e, no mínimo, segundo grau. Por isso, não tivemos dificuldade para encontrar mão de obra qualificada.”

Perspectivas

Joint-venture entre a alemã BMW e a norte-americana Chrysler, a Tritec exportava toda a sua produção de motores 1.6 a gasolina. Sofria forte influência do câmbio e foi vitimada pelo fim de seu principal contrato de fornecimento, com a própria BMW. A estratégia da FPT é mais diversificada. Desenhados a partir do modelo Tritec, seus propulsores foram adaptados para atender também ao mercado interno – daí a opção por fabricar dois tipos de motores, um movido a gasolina pura, para o exterior, e outro “flexfuel”, ambos com 16 válvulas.

No início, cerca de 90% da produção irá para a Fiat brasileira, e o restante para outras montadoras da América Latina, cujos nomes são mantidos sob sigilo. Mas o plano, segundo Marcelo Reis, é exportar 40% da produção dentro de dois anos – e já há conversas bem encaminhadas com possíveis clientes na América do Norte e na Ásia. “Somos uma empresa do grupo Fiat, mas, no exterior e no Brasil, temos liberdade para negociar com montadoras de fora do grupo.”

Batizados de “E-torq”, os novos motores devem ganhar as ruas brasileiras em meados do ano, sob o capô de um novo carro da Fiat. A montadora e a FPT fazem mistério, mas sites especializados especulam que a estreia será no hatch Bravo. Em seguida, segundo os mesmos rumores, o motor pode equipar, também em versão 1.8, os modelos Linea, Punto e Palio.

O administrador da fábrica conta que a meta é produzir cerca de 400 mil propulsores por ano a partir de 2011 – o equivalente à capacidade máxima de outra fábrica do estado, a da Renault, em São José dos Pinhais, que hoje produz mil unidades por dia. “O motor está apresentando resultados excelentes de performance, consumo e emissões. O grupo todo aposta muito nele, e estamos muito confiantes de que a fábrica será um sucesso”, diz Reis.

Produção estadual deve bater recorde em 2010

Os resultados do primeiro trimestre credenciam o parque automotivo do Paraná a superar neste ano a produção recorde de 360 mil veículos alcançada em 2008. Segundo estimativa feita pela Gazeta do Povo a partir de dados da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (An favea), as montadoras do estado produziram 105,4 mil carros, caminhões, ônibus e máquinas agrícolas de janeiro a março, 2% a menos que no mesmo período de 2008. Mas, como a produção despencou no último bimestre daquele ano, após o estouro da crise, no acumulado de 2010 o polo tem boas chances bater seu recorde – o que deve conseguir mesmo que diminua o ritmo de trabalho nos próximos meses, algo até esperado, em razão do aumento do IPI.

Apesar de ainda ser a maior montadora do estado, a Volkswagen, de São José dos Pinhais, está longe de sua melhor forma. Se por um lado a produção do modelo Fox segue em alta, a do Golf está definhando. Desatualizado em relação ao europeu, o Golf brasileiro não tem mercado lá fora e sua procura no Brasil é cada vez menor. A produção do carro no primeiro trimestre, de 5,1 mil unidades, não chega a um terço da registrada há dois anos.

Fonte: Gazeta Online

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