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Faltam trabalhadores nos supermercados do Paraná

“Há vagas”. “Estamos contratando”. Quem frequenta supermercados já deve ter se acostumado com avisos como esses nas entradas das lojas. Com cada vez mais unidades sendo inauguradas na Grande Curitiba, as principais redes da região precisam preencher os postos de trabalho abertos, que só em três grupos chegam a quase 800.

Porém, as empresas estão com dificuldade para encontrar mão de obra, que está de olho no bom momento do setor industrial do Estado. Há candidatos que estão até se dando ao luxo de recusar ofertas de emprego para não terem que trabalhar nos fins de semana.

De fato, as vagas de trabalho em supermercados estão abundantes, este ano. A Associação Paranaense de Supermercados (Apras) já divulgou, este mês, que há, hoje, aproximadamente 4 mil postos à espera de profissionais dispostos a preenchê-los.

Na maioria deles, inclusive, as exigências são mínimas: ensino fundamental completo (em alguns casos, só até quarta série) e idade de pelo menos 16 ou 18 anos, dependendo da empresa ou da vaga.

Candidatos com mais de 40 anos, ou até de terceira idade, também são bem-vindos. Até a velha experiência profissional, que costumava atrapalhar tantas tentativas de primeiro emprego, deixou de ser obstáculo a contratações.

“Temos enfrentado certa dificuldade em Curitiba e Londrina, que são locais com outros grandes polos além do varejo”, admite a analista de Recursos Humanos do Grupo Pão de Açúcar na capital, Carolina Mehl, ao ser perguntada sobre o preenchimento de vagas nos supermercados da rede. Segundo ela, a necessidade de trabalhar nos fins de semana tem afastado os candidatos.

“E estamos enfrentando uma concorrência bem grande com as indústrias, principalmente as montadoras. Depois da crise elas voltaram a contratar, e muito”, afirma.

No caso do Pão de Açúcar, a preocupação é tanta que o grupo está organizando uma ação, esta semana, com o objetivo de preencher, quem sabe até com alguma folga, as 100 vagas abertas que tem em quatro unidades.

Até uma executiva da administração nacional deve vir à Curitiba na data para reforçar a ação, já que o problema parece ser maior aqui. Em São Paulo, por exemplo, a dificuldade em contratar é bem menor, de acordo com a assessoria de imprensa do grupo.

Funções

A maioria das vagas é para operador de supermercado, nos setores de mercearia, açougue, padaria, hortifruti e caixa. A rede também está contratando peixeiros, padeiros e açougueiros, que devem ter um pouco mais de qualificação. Também há vagas, com um pouco mais de exigências, para fiscal de loja e de caixa, e líder de padaria e de frente de caixa.

No Condor, o número de vagas abertas é ainda maior: são pelo menos 440 oportunidades nas lojas da rede, na Grande Curitiba. A maioria das funções é parecida com as do grupo concorrente: operador de caixa, balconista de padaria, açougue e verduras, repositor.

Nesses casos, não é exigida experiência. Há, ainda, vagas para açougueiro, padeiro, fiscal de loja, cozinheira, motorista de caminhão com carteira C e D e motoboy, além de encarregados dos setores têxtil, hortifrútis, cozinha e padaria.

Nas lojas Mercadorama e Big, do grupo Walmart Brasil, em Curitiba e São José dos Pinhais, há 279 vagas abertas. Os cargos podem ser técnicos, como açougueiros, padeiros, peixeiros, confeiteiros.

Nesse caso, é exigida experiência na área, ou pelo menos curso preparatório. Mas há também funções operacionais, como auxiliares de perecíveis, seguranças, operadores de caixa e repositores, para as quais é exigido apenas ensino fundamental.

Serviço

A ação do Grupo Pão de Açúcar acontece na próxima terça-feira (1.º de junho), a partir das 9h. Para participar, é só ir até a unidade da Avenida República Argentina, 391, esquina com a Avenida Presidente Getúlio Vargas, no Água Verde.

As entrevistas serão feitas na hora. É preciso levar a carteira de trabalho, o histórico escolar e documentos básicos como RG, CPF e título de eleitor, além de “vontade de trabalhar”, como diz a analista de RH do grupo.

No caso do Condor, os interessados devem comparecer com seus documentos pessoais, em horário comercial, no departamento de Recursos Humanos da loja do Pinheirinho, na Avenida Winston Churchill, 2222, 3.º andar. No Mercadorama e no Big, os candidatos devem ir às próprias lojas levando seus documentos e, se quiserem, currículo.

Todos os setores estão disputando mão de obra

A concorrência que os supermercados têm enfrentado com as indústrias na hora de preencher postos de trabalho não tem explicação apenas em detalhes como o trabalho nos fins de semana e, às vezes, à noite e nas madrugadas.

Tradicionalmente, o varejo também costuma pagar menos que a indústria. E, no momento, ambos os setores estão abrindo vagas, no Paraná, e ainda encaram mais um concorrente: a construção civil.

De acordo com a última pesquisa sobre o emprego formal divulgada pelo Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico e Social (Ipardes), o comércio abriu, no mês passado, 3.502 novas vagas.

Porém, o saldo de admissões menos demissões, na indústria, foi de 8.249 postos de trabalho. A construção civil, que está muito aquecida e também exige poucos requisitos na hora de contratar, teve 2.118 vagas abertas.

Em Curitiba, de acordo o Observatório do Trabalho, a concorrência entre os três setores também está acirrada: enquanto a indústria gerou 969 novos postos em abril, o comércio abriu 892 vagas, e a construção civil, 743.

O problema do comércio está na hora de pagar os salários. O levantamento mais recente do Observatório do Trabalho, referente a 2008, mostrou que, em Curitiba, o setor pagava, em média, R$ 1.091 a seus empregados. Enquanto isso, a construção civil pagava R$ 1.259,50 e a indústria, R$ 1.879,50.

Compensação

Para compensar os salários pouco atrativos, as redes de supermercados da Grande Curitiba estão oferecendo, além de poucas exigências de escolaridade e experiência, benefícios como treinamento, assistência médica e odontológica, refeições no local de trabalho e descontos ou até parcelamentos em compras na própria loja.

A possibilidade de carreira nas empresas também é ressaltada, e a alta rotatividade dos empregados, de certa forma, facilita a ascensão de quem permanece por mais tempo no emprego.

A rede Walmart diz que distribui as vagas de acordo com a região onde os contratados moram, para facilitar o deslocamento. Já o Condor lembra de carreiras como a do diretor de Patrimônio da rede, Aliceu Brambilla, que entrou em 1979 na empresa como repositor e passou por várias funções até chegar ao cargo atual.

A funcionária Isabel Alvarenga, que começou como balconista de fiambreria, foi promovida a assistente comercial e hoje trabalha no departamento de Marketing do grupo.

Para a analista de Recursos Humanos do Grupo Pão de Açúcar em Curitiba, Carolina Mehl, os benefícios são um diferencial a favor. “Nem todas as indústrias e empresas do varejo oferecem o que oferecemos”, diz.

Ela lembra, ainda, que na indústria normalmente há necessidade de experiência, e poucas delas oferecem oportunidades para o primeiro emprego. Sobre o trabalho nos fins de semana, ela afirma que as folgas acontecem no meio das semanas, e em pelo menos um domingo por mês.

De acordo com o secretário estadual do Trabalho e Emprego, Tércio Albuquerque, fatores como jornadas de segunda a segunda e a localização da empresa, além do salário, é claro, pesam bastante para os candidatos.

Ele diz que observou esse comportamento no último mutirão do emprego, realizado em Curitiba, este mês. No evento, das 2 mil vagas oferecidas, 800 foram preenchidas.

Fonte: Paraná Online

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