Após encerrar o semestre com recorde, as vendas de veículos nos próximos seis meses devem perder parte do vigor visto no início do ano, afirmou nesta quinta-feira a associação representante das concessionárias, Fenabrave, que considera o desempenho apresentado até agora pelo setor como "elevadíssimo".

"Há uma acomodação normal do setor. Já é elevadíssimo o crescimento de cerca de 8 por cento. Não é bom para a economia que o crescimento se dê de uma forma tão vigorosa assim", afirmou o presidente da Fenabrave, Sérgio Reze, a jornalistas.

As vendas de veículos novos no primeiro semestre somaram 1,579 milhão de unidades, crescimento de 8,98 por cento em relação ao mesmo período de 2009, considerando automóveis, comerciais leves, caminhões e ônibus.

Para o ano, incluindo motocicletas, a expansão prevista é de 7,82 por cento, para 5,12 milhões de unidades.

A Fenabrave revisou ligeiramente sua previsão anterior, de expansão das vendas da ordem de 8,5 por cento, depois que o desempenho do primeiro semestre apresentou movimento de antecipação de compras acima do esperado, motivado, além do crescimento da economia, pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Em junho, o setor vendeu 247.511 automóveis e comerciais leves, alta de 5 por cento sobre maio, mas uma queda de 14,58 por cento ante um ano atrás, quando houve grande expectativa entre os consumidores de que o governo não renovaria a redução do IPI.

De acordo com a entidade, o resultado de junho foi o segundo melhor para o mês na história, ficando atrás do desempenho de junho de 2009, quando foram vendidos 289.787 automóveis e comerciais leves.

Já as vendas de caminhões e ônibus somaram 15.269 unidades, ligeira queda de 0,27 por cento sobre maio, mas um salto de 47,43 por cento na comparação com um ano antes. Enquanto isso, as vendas de motos caíram 3,62 por cento em junho na relação mensal, para 138.647 unidades, avançando, porém, 3,3 por cento na comparação anual.

O presidente da Fenabrave afirmou ainda que, apesar do arrefecimento nas vendas previsto para o segundo semestre, o desempenho de julho será maior que o do mês passado, uma vez que possui mais dias úteis e que a economia segue crescendo.

Ele destacou também o salto nas vendas de caminhões este ano que, segundo a entidade, será da ordem de 39,9 por cento sobre 2009, para 152.714 unidades.

"A previsão é de modificação do perfil da frota brasileira, que hoje tem média de uso de 17 anos, uma das maiores do mundo. Há necessidade de rejuvenescimento da frota, que está se dando também por sua ampliação".

Segundo Reze, a negociação de preços de aço entre siderúrgicas e montadoras ainda não chegou na ponta compradora e a expectativa é de que os preços dos veículos sejam mantidos nos próximos meses.

"A competição sangrenta faz com que as montadoras avaliem com muito critério a transferência de custos", disse ele.

Ranking de Montadoras

A Fiat manteve a liderança nos segmentos de automóveis e comerciais leves, com vendas de 60.167 unidades em junho e 341.443 unidades no primeiro semestre.

Em seguida aparece a Volkswagen, com vendas no mês passado de 51.965 unidades e de 313.443 unidades de janeiro a junho.

A General Motors teve vendas de 49.039 unidades em junho, acumulando 302.183 unidades na primeira metade do ano.

A Ford vendeu 24.441 unidades em junho e 154.053 unidades no primeiro semestre.

A Anfavea, associação que representa as montadoras instaladas no Brasil, divulgará nos próximos dias dados referentes à produção e exportações do setor, além de seus números para as vendas.

Fonte: Gazeta Online