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Aumento da taxa Selic vai custar R$ 4,68 bilhões ao governo

O governo conseguiu derrubar as propostas de aumento do salário mínimo acima de R$ 545 na Câmara dos Deputados, mas não vai conseguir barrar uma elevação das despesas com juros em função do aperto na política monetária que começou a ser implementado pelo Banco Central em janeiro. Considerando os dados da dívida líquida do setor público em dezembro, a estimativa de custo da última alta de 0,5 ponto porcentual na taxa básica de juros em 12 meses é de R$ 4,68 bilhões, valor suficiente para promover um aumento adicional de R$ 15 no piso do País (levando-se em conta o custo fiscal estimado de R$ 300 milhões a cada R$ 1 a mais de salário mínimo)

Como já se dá como certa uma alta adicional de 0,5 ponto na Selic na próxima reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o custo fiscal subiria para a casa de R$ 9,36 bilhões - sempre levando-se em conta a manutenção da alta do juro básico por 12 meses. E se for levado em conta o cenário de elevação da Selic até 12,50% ao ano, previsto pelo mercado financeiro na pesquisa semanal Focus, do Banco Central, o gasto com juros, se o nível fosse mantido em 12 meses, subiria até R$ 16,39 bilhões. Vale mencionar, contudo, que os dados mostrando os primeiros sinais de desaceleração da economia podem representar um ajuste total de juros menor do que os 1,75 ponto porcentual que estão sendo projetados atualmente em média pelo mercado financeiro.

Os cálculos foram feitos considerando o volume de R$ 936,68 bilhões em dívida pública atrelada a taxa Selic (incluindo as operações compromissadas), que representam pouco mais de 60% da dívida líquida do setor público. Segundo uma fonte do governo, o aumento da Selic neste ano, considerando-se o cenário de mercado previsto na pesquisa Focus, dificulta a redução da carga de juros em relação ao tamanho da economia, que em 2010 ficou em 5,34% do Produto Interno Bruto (PIB), e também do déficit nominal (resultado de receitas menos despesas, incluindo os juros), que encerrou o ano passado em 2,56% do PIB.

Oficialmente, o governo trabalha com um déficit nominal de 1,8% do PIB no final deste ano, mas a fonte considera que diante do atual quadro de aperto nos juros, há chances razoáveis de esse indicador ficar acima de 2% do PIB, atrasando ainda mais o projeto de chegada ao resultado nominal neutro, objetivo que tem ano a ano sido adiado pelo ministério da Fazenda.

Para Alcides Leite, professor de economia da Trevisan Escola de Negócios, a despeito da comparação do gasto com juros com o impacto do salário mínimo, a despesa com encargos financeiros da dívida poderia ser ainda maior se o governo não contivesse o aumento do piso salarial do País. "É importante manter a regra de correção do salário mínimo, caso contrário a conta de juros seria mais salgada", afirmou o economista.

O professor ressaltou que o salário mínimo tem um efeito muito forte na economia em termos de indexação, já que muitos preços de serviços e bens são informalmente definidos a partir do piso do País. "O mínimo tem um efeito multiplicador muito grande, que pode pressionar a inflação", afirmou, explicando que a alta dos preços leva naturalmente a um aumento ainda maior nos juros.

Fonte: Paraná Online

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