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Pressão para antecipar Jirau causou revolta

Fonte: CNTM

O ministro Gilberto Carvalho, da Secretaria-Geral da Presidência, avaliou ontem que a revolta dos operários da usina hidrelétrica de Jirau, em Rondônia, ocorreu no momento em que o consórcio construtor tentava antecipar a entrega da obra.

Em entrevista no Planalto, Carvalho disse que o governo não vai tolerar nos canteiros de obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) trabalho "indecente" e a contratação de "gatos", intermediários que recrutam operários.

"De fato, em Jirau, a decisão da empresa de antecipar a entrega da obra provocou maior concentração de trabalhadores", afirmou. "Eu fiz a ponderação de que era o caso de rever o contingente para diminuir a tensão."

A avaliação de que a mudança no cronograma das obras pode ter sido uma das causas da revolta dos operários de Jirau foi levantada, em entrevista ao Estado, pelo procurador regional do Trabalho em Rondônia, Francisco Cruz. A construtora Camargo Corrêa sempre negou essa possibilidade.

Carvalho informou que o governo, agora, pretende fazer um trabalho preventivo para evitar violações de direitos trabalhistas nas obras da Usina de Belo Monte, no Rio Xingu, no Pará.

Ao relatar o encontro que teve com empresários e sindicalistas para discutir a revolta no canteiro de Jirau, na semana passada, ele informou que o governo montará comissões tripartites em todas as grandes obras do PAC.

Na quinta-feira, governo, empresas e sindicatos voltam a se reunir para discutir problemas trabalhistas nos empreendimentos. "Vamos tentar nos antecipar na questão de Belo Monte, para que o Estado dê condições de segurança e saúde em Altamira", afirmou o ministro.

Divergência. Carvalho também disse que o governo não compactuará com trabalho indecente e desumano nas obras de infraestrutura. Ele observou que, na primeira fase, o PAC iniciou 14 mil obras. Agora, a previsão é que esse número seja aumentado.

Os participantes do encontro de ontem admitiram que há, nas obras do PAC, uma atuação de "gatos". "Todo mundo falou mal do gato", relatou o deputado Paulinho Pereira da Silva (PDT-SP), da Força Sindical.

"Somos absolutamente contra o gato", afirmou o presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Paulo Safady Simão. O representante das empresas, no entanto, reclamou que os sindicalistas não aceitam discutir proposta para legalizar a terceirização nas obras, o que, segundo ele, reduziria a atuação dos "gatos".

O encontro no Planalto expôs uma divergência no setor da construção. A empresa Camargo Corrêa ressaltou, nos últimos dias, que o problema ocorrido em Jirau foi um ato "criminoso" e de "vandalismo".

Já Simão, que representa também empresários da construção de prédios e de outros setores da construção, admitiu "eventuais problemas" nas relações de trabalho em Jirau e nos canteiros do PAC em Pecém, Ceará, e Suape, Pernambuco, embora "pontuais". "É preciso apurar com rigor o que está ocorrendo nessas mega obras", disse.

Juntando forças
Funcionários de Jirau e Santo Antônio e o Sindicato dos Trabalhadores da Construção Civil de Rondônia elaboraram pauta com 10 reivindicações que serão apresentadas às empreiteiras.


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