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Brasil oferece US$ 10 bilhões para FMI combater crise

O Brasil prometeu contribuição de US$ 10 bilhões para aumentar os recursos do Fundo Monetário Internacional (FMI), na negociação de acordo para estabelecer proteção internacional contra o contágio da crise da Grécia a outros países.

A reportagem é de Assis Moreira e publicada pelo jornal Valor, 08-11-2011.

A oferta brasileira, feita no G-20, em Cannes, é equivalente a 3,3% das contribuições previstas para o fundo e similar ao montante que o país colocou na mesa durante a crise de 2009.

Um "firewall" (proteção) contra contágio da crise da zona do euro deve voltar a discussão dos ministros de finanças do G-20 em nova reunião este ano, se forem superados obstáculos entre os próprios europeus e que impediram acordo em Cannes.

Ontem, a zona do euro estava de novo mergulhada na incerteza e em intermináveis negociações. O contágio ameaçava se estender à Itália e cresceu o risco de a recessão avançar para mais países do velho continente.

"Depende dos europeus sinalizar quando estão prontos para o acordo (de aumento de recursos do FMI e criação do firewall)", afirmou o secretário de assuntos internacionais do Ministério da Fazenda e principal negociador brasileiro no G-20, Carlos Márcio Cozendey, sobre a reunião ministerial.

O Brasil sempre reiterou que participaria de ajuda aos europeus através do FMI. Mas somente em Cannes explicitou o montante. Em Cannes, os países trabalharam com os montantes de 2009. Fontes do G-20 chegaram a ironizar que o Brasil quer ampliar sua "influência global" colocando na mesa apenas US$ 10 bilhões.

Na verdade, a contribuição brasileira é idêntica a da Rússia, Canadá, Suíça e próxima dos € 11 bilhões da França e dos € 15 bilhões da Alemanha colocados no pacote de 2009. A China participou com US$ 50 bilhões e fará o mesmo agora, pelo menos.

O plano em Cannes previa o aumento da capacidade de financiamento do FMI dos US$ 400 bilhões atuais para US$ 1 trilhão. Uma parte virá com contribuição bilateral e voluntária de países para o FMI em torno de US$ 300 bilhões. É dinheiro emprestado ao fundo, quando necessário.

Mas esse dinheiro adicional ao FMI não será usado para reforçar diretamente o EFSF, já que o FMI só empresta a países e não a entidades. Os recursos serão usados para o FMI emprestar diretamente a países, como a Itália, em dificuldade e na primeira linha de contágio.

Além disso, o FMI seria autorizado a fazer alocação especial de US$ 250 bilhões de Direitos Especiais de Saque (DES), sua moeda virtual, ampliando a liquidez global.

O acordo fracassou no G-20 por causa de divergência entre os países da zona do euro sobre a criação de um 'pool' para usar seus novos recursos de DES, de cerca de US$ 60 bilhões, e investir no Fundo Europeu de Estabilização Financeira (EFSF). Os alemães vetaram essa parte, insistindo que os recursos do DES devem ir para as reservas do Banco Central Europeu e que o papel do banco é de combater a inflação e não ser emprestador de "último recurso".

Os ministros de finanças dos 17 países da zona do euro se reuniram ontem à noite em Bruxelas para acelerar a criação do firewall que deve ser adotado por meio do EFSF, o fundo criado para socorrer países e bancos em dificuldades. As modalidades técnicas continuam sendo discutidas sobre a maneira de utilizar os títulos do fundo como garantias para as emissões de dívida dos países da zona do euro em dificuldades.

Já a segunda parte do plano europeu, para países emergentes também contribuírem a um fundo de investimentos para financiar a dívida da zona do euro, parece cada vez mais comprometido.

A presidente Dilma Rousseff tem reiterado que a contribuição do Brasil ao FMI estará vinculada a mais poder decisório do país no fundo. E foi incisiva em Cannes, dizendo que o Brasil não comprará títulos do EFSF. Na verdade, o Banco Central, como gestor das reservas internacionais, já comprou títulos do EFSF, com rating 'AAA'. A decisão de continuar comprando títulos do fundo depende da própria situação do mecanismo europeu e de decisão do BC.

A presidente fez referência a um eventual plano multilateral pelo qual emergentes entrariam diretamente com recursos no veículo de investimento do EFSF, no qual nem os europeus querem investir.

Fonte: IHU

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