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Acordo automotivo com México tem nova polêmica

O novo acordo automotivo entre Brasil e México entrou em vigor nesta segunda-feira sem que as montadoras tenham clareza em relação à divisão de cotas entre as marcas. Na semana passada, ficou acertado entre os governos limite de US$ 1,45 bilhão de exportações de carros mexicanos para o mercado brasileiro neste ano.

Segundo o ministro do Desenvolvimento, Fernando Pimentel, a divisão da cota será negociada entre as montadoras do país fabricante. A Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) diz que, pelas regras estabelecidas em 2000, quando o acordo entrou em vigor, as cotas são definidas pelos importadores.
A Anfavea tenta convencer o governo a rever essa posição. No próprio setor, contudo, alguns dirigentes acham difícil uma mudança. "Foi uma negociação feita sem informações, por gente inexperiente", criticou um executivo.

No ano passado, quando aprovou a alta de 30 pontos porcentuais do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para carros importados de fora do Mercosul e México, o governo também errou a mão e teve de suspender a medida. Anunciada para setembro, entrou em vigor em dezembro por questão legal.

Para Stephan Keese, sócio da consultoria Roland Berger, o acordo com o México, assim como a alta do IPI, vão trazer alívio para a balança comercial, mas só no curto prazo. "No período em que essas medidas durarem, a indústria brasileira precisa resolver seu problema de competitividade." Ele não acredita, por outro lado, que o País possa atrair a produção de veículos de luxo, como deseja Pimentel. "A escala de produção ainda é pequena e a produção local não compensa."

Quem perde

A decisão de qual país vai definir as cotas tem grande influência na estratégia das companhias. Normalmente, varia de acordo com a participação de mercado de cada marca. A Nissan, por exemplo, é líder de vendas no México e, dependendo do acerto com as demais fabricantes, pode ter direito a uma cota maior de exportação. No Brasil, a marca é hoje a sexta no ranking de vendas (em 2011 era a 12ª), e pode ter de aceitar cota menor.
Nesta segunda-feira, montadoras e Anfavea não quiseram comentar o assunto. Alegaram que vão aguardar explicações mais detalhadas do governo sobre o novo acordo que terá validade por três anos.

Independente da origem do cálculo, a Nissan, que anunciou uma fábrica de R$ 2,6 bilhões no Rio para 2014, deve ser a mais prejudicada. A marca foi a que mais cresceu no ano passado entre as fabricantes nacionais. Suas vendas saltaram de 35,9 mil unidades em 2010 para 67,3 mil. Do total de modelos vendidos, 54% foram trazidos do México.
No primeiro bimestre deste ano, a participação foi ainda maior. Dos quase 16 mil carros vendidos pela marca, 76% são dos modelos March, Versa, Tiida e Sentra, todos mexicanos.

O utilitário CR-V, importado pela Honda, representaram 24% das vendas da marca no mercado brasileiro. Para a Ford, o novo Fiesta e o Fusion responderam por 9,8% dos negócios. Os modelos Captiva, Jetta e Passat e Freemont e 500 contribuíram com menos de 1% das vendas da GM, VW e Fiat, respectivamente.

Fonte: Estadão
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