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Classe B toma a dianteira do consumo

Depois da classe C, agora é a vez de a classe B puxar os gastos com consumo no Paraná. Em 2012, as famílias com renda familiar média entre R$ 3.175 e R$ 6.410 serão responsáveis, pela primeira vez, por mais da metade do total de consumo no estado, que deve alcançar R$ 170,9 bilhões, segundo o estudo IPC Maps. Elaborado pela IPC Editora, o levantamento estima o potencial de consumo por meio do cruzamento de dados de população com a Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) do IBGE.

A classe B, que em 2011 respondeu por 48,6% do consumo, neste ano vai responder por 52,8%. Por outro lado, a classe C, que vinha ganhando posições nos últimos anos, terá sua participação reduzida no bolo de consumo, de 28,8% no ano passado para 25,6% neste ano.
A menor participação da classe C não é um dado negativo. Ela ocorre porque começa a se desenhar um novo cenário de migração no país – desta vez de famílias da classe C para a B, segundo Marcos Pazzini, coordenador do estudo e diretor da IPC Marketing Editora.

“Há um crescimento do número de domicílios na classe B, graças ao aumento da renda, do emprego e da aquisição de bens, impulsionada também pelo crédito”, afirma. O movimento das classes D e E para a C, que se consolidu nos últimos dez anos, tende a se acomodar, segundo Pazzini. “Essas classes já ‘exportaram’ o que tinham para ‘exportar’ e hoje têm uma participação pequena no total de consumo”, diz. O fenômeno se repete em todo o Brasil. Do consumo total, que deverá somar R$ 2,7 trilhões no país, 46,8% virão da classe B.

Para Pazzini, esse movimento de migração deve se acentuar nos próximos dois anos, se mantido o cenário positivo para renda, emprego e crédito. Ao migrar para a classe B, o brasileiro também adota novos hábitos de consumo e passa a sofisticar mais seus gastos, como alimentação fora do domicílio, lazer e viagens. “As famílias vão ao restaurante, ao cinema e viajam pelo Brasil, por exemplo”, diz Pazzini.

Valor e qualidade

Se por um lado a classe C tem como uma das principais características a comparação de preços, a classe B reforça a preocupação com o valor agregado e a qualidade do produto.
A classe B também tem um comportamento mais homogêneo, porque está há mais tempo no mercado de consumo. As famílias já tem tevê, mas querem trocá-la por outra de maior tecnologia, por exemplo. “Quando entra na classe C, por outro lado, a família tem um salto no padrão de consumo, passa a ter acesso a bens que não possuía ou que tinha de segunda mão”, diz o economista Fábio Tadeu Araújo, professor da PUC-PR.

Em termos gerais, o consumo deve ainda ser responsável por boa parte do crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) em 2012, mas o ritmo de avanço será inferior ao de outros anos. Pazzini estima um aumento de 3,6% do consumo em termos reais (já descontada a inflação).

Novo ciclo

Depois de uma década de ascensão social – com a consolidação de uma nova classe emergente – a tendência é de que o consumo entre agora em um novo ciclo, na avaliação de Araújo. Trata-se de um período que deve durar de um a dois anos, em que as famílias vão quitar dívidas antes de assumir novos compromissos – com a queda dos juros, as dívidas também devem ficar mais baratas.
Paranaenses vão consumir 16% mais

As famílias do estado vão gastar R$ 170,9 bilhões com consumo de bens e serviços em 2012. O montante vai para pagar prestação da casa própria, aluguel, despesas com o carro, com alimentação dentro e fora de casa, a escola dos filhos, a viagem de férias e o plano de saúde, dentre outros.

O valor é 16% superior ao registrado no ano passado, segundo dados do IPC Maps. O consumo no Paraná cresce mais que a média brasileira (11%) graças à maior concentração da população da classe B, que aqui representará 52,8% dos gastos neste ano. Em termos nacionais, essa participação é de 46,7%. O aumento da renda e do emprego, segundo Marcos Pazzini, coordenador do estudo, ajudam a sustentar a alta de gastos de um ano para o outro.

O levantamento mostra que potencial de consumo cresce mesmo com a população do Paraná se mantendo praticamente estável – em 10,58 milhões de pessoas – e com o aumento do endividamento das famílias.

Educação, viagem e saúde

Pelo cruzamento dos dados entre 2011 e 2012, também é possível identificar mudanças de padrão de consumo das famílias, que, com o aumento da renda, passaram a usufruir mais de outros bens e serviços. As famílias estão viajando mais, investindo mais na educação privada e em planos de saúde, por exemplo.
Em 2012, as famílias devem viajar mais – esse tipo de despesa é a que mais vai aumentar entre as categorias pesquisadas: 19,9%, para R$ 3,55 bilhões. A educação privada também vem ganhando espaço, e os gastos com mensalidades e material escolar vão aumentar 17,1%. Já os gastos com consultas, seguro-saúde, exames e hospitalização vão crescer quase 17%.
Manutenção do lar
Apesar desse avanço, a manutenção do lar ainda é o que mais pesa no orçamento familiar. Despesas como aluguéis, condomínio, energia, telefonia e tevê por assinatura devem responder por 21% – R$ 37 bilhões – dos gastos das famílias do estado em 2012.
Em segundo lugar vêm os R$ 34,68 bilhões que irão para despesas com prestações para aquisição de imóveis, reformas, empréstimos, carnês e outros investimentos, além de serviços como cabeleireiros, lavanderias, empregados domésticos, e financiamentos.
A alimentação no domicílio deve absorver R$ 15,5 bilhões, seguido por material de construção, com R$ 13,95 bilhões, gastos com veículo próprio, com R$ 8,94 bilhões, e alimentação fora do lar, com R$ 6,39 bilhões.

Fonte: Gazeta Online


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