O Brasil passa agora a ser um dos países produtores de veículos híbridos em larga escala. Desde o começo da semana a Volvo monta em sua fábrica de Curitiba, PR, o Hibribus, ônibus que mescla motores elétrico e a diesel – e, no caso das primeiras trinta encomendas que serão entregues à prefeitura da Capital paranaense, 100% biodiesel.

Os primeiros chassis já partiram para Caxias do Sul, RS, onde serão encarroçados pela Marcopolo para, a partir de 15 de agosto, circularem no sistema de transportes urbano curitibano. A prefeitura local adquiriu sessenta unidades, das quais trinta serão entregues em 2012 e as restantes no ano que vem.

Uma delas foi apresentada na quinta-feira, 14, na Rio+20, Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, no Rio de Janeiro, RJ. O Hibribus possui chassi padrão 4x2, eixos equipado com motor Volvo D5E diesel de 5 litros e quatro cilindros com 210 cv, acoplado à transmissão I-Shift de 12 velocidades. Do arranque até alcançar velocidade de 20 km/h quem move o veiculo é o motor elétrico I-SAM de 160 cv, que durante as frenagens gera energia para recarregar a bateria de ion de lítio.

Completam o sistema híbrido um conversor de energia, uma unidade de gestão do trem de força e auxiliares elétricos. Todos estes componentes, com exceção do motor diesel, são importados – mesmo assim o chassi possui cerca de 55% de conteúdo nacional, garante Luís Pimenta, presidente da Volvo Bus: "Até o fim do ano produziremos a transmissão em Curitiba, o que elevará este índice".

A prefeitura de Curitiba optou por usar 100% de biodiesel de soja em sua frota, mas Pimenta garantiu que o Hibribus pode rodar com diesel B0 a B100, independentemente da origem vegetal. Em São Paulo, onde a Volvo negocia o fornecimento de outras cinquenta unidades até o fim de 2012, a frota deverá rodar com diesel de cana, afirmou o presidente.

Apesar do custo 50% superior ao ônibus convencional, o modelo híbrido da Volvo garante economia de 35% de combustível e emissões 90% menores, se comparado a um modelo Euro 3. Pimenta disse que a engenharia da companhia trabalha para elevar essa economia – até 2016 espera modelos que consumam 60% menos do que um modelo a diesel tradicional. "Até lá queremos também montar chassis articulados e biarticulados".

O Hibribus pode ser financiado pela linha especial criada pelo BNDES para veículos híbridos, que garante até doze anos de prazo com juros de 5% ao ano e dois anos de carência. Negociam com a Volvo prefeituras de São Paulo, Rio Grande do Sul e Colômbia: "Esperamos vender de trezentas a 350 unidades até o fim de 2013".

Para incentivar as prefeituras a investir no ônibus hibrido, a Volvo oferece garantia de doze anos na bateria, um dos componentes mais onerosos do chassi.

Fonte: Autodata