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Balança do Paraná volta ao azul com exportação recorde

Embarques recordes de soja e carne ajudaram o Paraná a atingir uma marca histórica em maio. As receitas de exportação do estado somaram US$ 2,02 bilhões, maior valor já registrado em um mês – o pico anterior, de US$ 1,87 bilhão, havia sido alcançado em maio de 2008. O resultado levou a balança comercial paranaense para o azul após nove meses de déficit. Como as importações totalizaram US$ 1,77 bilhão, o estado terminou o mês com superávit de quase US$ 250 milhões, segundo o Ministério do Desenvolvimento (MDIC).

A soja foi, novamente, o produto mais exportado. Em 31 dias, o estado vendeu ao exterior 1,26 milhão de toneladas, com receita de US$ 660 milhões, um recorde. Apesar da quebra da safra, desde janeiro o Paraná embarcou 3,59 milhões de toneladas do grão, que renderam US$ 1,77 bilhão, números muito superiores aos do mesmo período de 2011 (2,66 milhões de toneladas e US$ 1,21 bilhão).

A responsável por esse salto é a China, que, ciente da queda na produção sul-americana, tratou de acelerar suas compras. Os chineses compraram 81% de toda a soja que o Paraná exportou entre janeiro e maio; um ano antes, a fatia deles era de 69%.

As vendas do complexo carnes, capitaneado pela carne de frango, também bateram recordes. Foram US$ 232 milhões em maio e US$ 938 milhões no acumulado dos cinco primeiros meses do ano. O crescimento nos embarques, de 11% no acumulado de 2012, foi puxado pelo aumento substancial das encomendas de Arábia Saudita, Hong Kong e China, três dos quatro principais clientes do estado lá fora. Eles compensaram uma queda de quase 40% nas compras feitas pelo Japão.

Avanço

As exportações da indústria automotiva continuam surpreendendo. No mês passado, montadoras e fábricas de autopeças faturaram US$ 197 milhões, 52% mais que em maio de 2011. No acumulado de cinco meses, os embarques cresceram 35%, para US$ 821 milhões, marca não alcançada nem mesmo em meados da década passada, quando a taxa de câmbio era bem mais favorável. Sozinha, a Renault respondeu por dois terços desse total.

Embora as vendas de carros para o México tenham diminuído, cresceram as entregas para países como Peru, Colômbia, Chile e, principalmente, Argentina – que, até maio, importou 71% mais veículos e componentes do Paraná que em igual período de 2011.

Na soma de todos os produtos, o Paraná exportou US$ 7,31 bilhões entre janeiro e maio, 13% a mais que nos cinco primeiros meses do ano passado. Dos dez principais grupos de produtos exportados, seis elevaram suas vendas. Além de soja, carne e veículos, cresceram os embarques de óleo de soja, madeira e preparações alimentícias (principalmente café solúvel). Por outro lado, estão em retração os números de farelo de soja, máquinas e equipamentos, papel e celulose e açúcar.

Reversão

As exportações de açúcar, que vinham de quatro anos de crescimento, agora caem 9%. Culpa da queda na produção de cana, explica a Alcopar, representante do setor sucroalcooleiro. “Há três anos, a produção paranaense foi de mais de 45 milhões de toneladas. A safra atual não deve chegar a 40 milhões”, diz o superintendente da Alcopar, Adriano Dias.

Faturamento cresce com alta do dólar

Em moeda estrangeira, o faturamento das empresas exportadoras do Paraná cresceu 13% no acumulado de janeiro a maio, saindo de US$ 6,5 bilhões em 2011 para US$ 7,3 bilhões neste ano. Mas, ao converter esses valores para reais, os empresários se depararam com um aumento médio de 27% nas receitas, que passaram de R$ 10,6 bilhões para R$ 13,5 bilhões.
A explicação para essa diferença está no câmbio, que neste ano está jogando a favor das exportações.

No mês passado, o dólar oscilou em torno de R$ 1,986, cotação 23% mais alta que a média de maio de 2011 – de R$ 1,614, segundo o Banco Central. Na média de cinco meses, a cotação da moeda norte-americana passou de R$ 1,6404 no ano passado para R$ 1,8288 em 2012, uma diferença de 11%.

Reconquista difícil

Além do lucro na conversão, a valorização do dólar pode ajudar exportadores a conquistar novos contratos, afinal, quanto mais valorizado o dólar, mais baratos – e competitivos – ficam os produtos brasileiros lá fora. Mas, nesse caso, o ganho não será imediato. Além de a crise ter esfriando a demanda internacional, muitas empresas terão pela frente a difícil tarefa de reconquistar clientes perdidos.

“O Brasil perdeu muitos mercados por causa da valorização do real. Agora, com o dólar subindo, abre-se novamente a possibilidade de prospectar clientes lá fora. Mas é um processo lento”, avisa Rommel Barion, coordenador do Conselho Temá­tico de Comércio Exterior da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep).

Zulfiro Bósio, presidente do Sindicato de Exportação e Importação do Paraná (Sin­diexpar), explica que grandes companhias até conseguiram continuar exportando, mesmo no prejuízo, a fim de manter contratos, algo que pequenas e médias empresas não conseguem fazer.
Segundo o MDIC, o número de exportadoras do Paraná caiu de 2.031 em 2008 para 1.944 em 2011. No mesmo intervalo, a fatia das 40 maiores exportadoras no total vendido ao exterior aumentou de 69% para 73%.

Importação mais cara

Bósio lembra que, para as empresas que importam componentes – grupo que cresceu após anos de dólar desvalorizado –, a alta do câmbio não é tão vantajosa. “Mas, na média, um dólar em R$ 2 ou pouco acima disso é mais benéfico que prejudicial”, diz.
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