A projeção de safra agrícola recorde em 2013, na casa de quase 183 milhões de toneladas de grãos, deverá impulsionar de 5% a 8% as compras de tratores e colheitadeiras no ano que vem.
Ao volume de produção se agregam os preços em alta das commodities agrícolas, decorrência da forte demanda externa, principalmente nos Estados Unidos, que teve grandes perdas devido à estiagem. Carlos Cogo, consultor de agronegócio, estima em R$ 240 bilhões o valor bruto da atividade agrícola no ano que vem, em alta de 10% sobre 2012. Por culturas projeta recuo nas lavouras de algodão e laranja, e incremento nas de café e cana-de-açúcar.

Cogo foi um dos palestrantes do Simpósio SAE Brasil de Máquinas Agrícolas, realizado quinta-feira, 30, em Porto Alegre, RS. Na avaliação do consultor, serão adquiridos internamente mais de 55 mil tratores, em alta 6%, e 6 mil colheitadeiras, incremento de 8%.
As projeções do consultor coincidiram com as dos diretores comerciais das principais fabricantes de máquinas e equipamentos agrícolas, que também avançaram na avaliação do futuro do mercado. Werner Santos, da John Deere, destacou como tendência a aquisição de tratores mais potentes e colheitadeiras com maior capacidade.

Sílvio Rigoni, gerente nacional de vendas de tratores da Agrale, salientou que o mercado começou a reagir em junho e julho. Com base neste desempenho, projeta vendas de 52 mil unidades para este ano, repetindo o resultado de 2011. Em seu entendimento o mercado não deve crescer muito em unidades, pois a tendência é a compra de tratores com maior potência. "A receita das empresas, sim, deve ser maior."

Carlito Eckert, da Massey Ferguson, acrescentou que o Brasil se posiciona, no momento, como o principal supridor de alimentos do mundo e como nação preparada para enfrentar os problemas econômicos. "Dominamos a inflação e temos linhas de financiamento com horizonte ampliado para 2013. O momento é um dos melhores para a agricultura brasileira."

Cesar Di Luca, diretor comercial da Case IH para o Brasil, destacou os baixos estoques mundiais de soja e milho, insuficientes para suprir as demandas. Como o Brasil projeta safra recorde, as expectativas são de vendas com preços elevados. Na avaliação de Luiz Augusto Feijó, diretor comercial da New Holland, o maior desafio é pensar a atividade de forma sustentável, visando garantir a produção suficiente de alimentos para suprir as demandas mundiais sem prejudicar a conservação do meio ambiente.

"Precisamos investir na inovação, na qualidade de vida e na preservação ambiental." Como medidas necessárias, citou a consolidação do uso fontes alternativas de energia, como o biodiesel.
As análises feitas na quinta-feira se sustentaram no dia seguinte, com a divulgação dos dados preliminares das vendas de máquinas agrícolas na Expointer 2012. Na avaliação de lideranças do setor, as vendas até quinta-feira, 30, superaram R$ 1 bilhão, quase 20% acima do valor de R$ 834 milhões consolidado em 2011.

A feira termina no domingo, 2, em Esteio, RS.