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Trabalhador negro tem 61% do rendimento do não negro, aponta Dieese

A uma semana do feriado paulistano do Dia da Consciência Negra, comemorado no próximo dia 20, pesquisa realizada pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados (Seade) e pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), com base em dados referentes a 2011, mostra que os trabalhadores negros são maioria em setores como construção civil e serviços domésticos, que pagam menos, exigem menor qualificação profissional e têm relações trabalhistas mais precárias. Já em setores como serviços, indústria e comércio, os não negros predominam. O resultado é que o rendimento médio por hora dos trabalhadores negros (R$ 6,28) representa apenas 61% do rendimento dos não negros (R$ 10,30).

Os números da Seade e do Dieese, divulgados nesta terça-feira (13), são da Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED), retratam a situação do trabalho na região metropolitana de São Paulo e mostram que, apesar da redução das desigualdades ao longo das últimas décadas, ainda existem diferenças significativas nas condições de trabalho vivenciadas por negros (pretos e pardos) e não negros (brancos e amarelos).

O estudo analisou cinco setores econômicos: serviços, indústria, comércio, construção civil e serviços domésticos. De acordo com o levantamento, 8,4% dos trabalhadores negros estão na construção civil, enquanto a parcela de não negros empregados neste setor é de 4,9%. Serviços domésticos empregam 10,1% dos negros, ante 5,4% de não negros.

No setor de serviços está a maior parcela de trabalhadores não negros (54,6%), enquanto a dos negros chega a 48,8%. Na indústria, estão empregados 18,4% dos não negros e 17,2% de negros. No comércio, as vagas estão com 16,2% dos não negros e 15% de negros.
Em 2011, na Grande São Paulo, os negros representavam cerca de 34% tanto da População em Idade Ativa (PIA) quanto da População Economicamente Ativa (PEA).

Negros ganham menos em setores que pagam mais

Os negros (pretos e pardos) ganham pouco mais do que 50% do rendimento pago a não negros (brancos e amarelos) nos setores de serviços e indústria, que são os que melhor pagam na região da Grande São Paulo.

No setor de serviços, em que o rendimento médio por hora é de R$ 10,03, os negros ganham R$ 6,77, enquanto os não negros recebem R$ 11,67. Isso significa que o rendimento por hora dos negros representa 58% do rendimento dos não negros.

Esse quadro se repete na indústria, segundo setor que melhor paga, cujo rendimento médio por hora é de R$ 9,76. Os negros ganham R$ 6,75 ante R$ 11,26 dos não negros. Nesse setor, o rendimento médio por hora dos negros representa 59,9% dos não negros.

Por outro lado, no setor de serviços domésticos, em que o rendimento médio por hora é de R$ 4,83, os negros ganham R$ 4,83 e os não negros R$ 4,84, ou seja, o rendimento médio por hora dos negros nesse setor representa 99,8% do rendimento dos não negros.

O coordenador de análise da Fundação Seade, Alexandre Loloian, disse que, embora haja essa diferença significativa, os números já foram piores para os negros. Ele mostrou que, em 2002, o rendimento médio por hora dos negros no setor de serviços representava 55,5% dos não negros. Na indústria, esse valor era de 53,2%.

No índice geral, o rendimento médio por hora dos trabalhadores negros era de R$ 5,47 em 2002 e, em 2011, ficou em R$ 6,28. "Isso representa uma alta de 14,8% em termos reais", disse Loloian. No caso dos trabalhadores não negros, o rendimento médio por hora era de R$ 10,01 em 2002 e em 2011 ficou em R$ 10 30, um avanço de apenas 2,9%.

"O crescimento da economia nos últimos anos e seus reflexos positivos no mercado de trabalho da região contribuíram para a melhoria geral do mercado, em especial para os negros. No entanto, o crescimento econômico por si só não é capaz de garantir igualdade de oportunidades", avaliou, acrescentando que é preciso que se atenuem as discrepâncias socioeconômicas e, mais especificamente, o nível de escolaridade.

Fonte: Agência Estado

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