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Dilma: controlar a inflação sem onerar os trabalhadores

Os porta-vozes da especulação financeira estão afoitos e insistem em argumentos “técnicos” pela volta dos aumentos nos juros, para alimentar a ganância por ganhos fáceis, automáticos e garantidos.

Nunca é demais lembrar que cada ponto percentual de aumento nos juros oficiais garante volumes himalaicos de transferências para as contas bancárias dos especuladores.

Em dezembro de 2012 a dívida interna chegou a 2,8 trilhões de reais e a dívida externa a 441,8 bilhões de dólares. Isto significa que cada 1% de aumento nas taxas de juros se traduziam em ganhos adicionais de 28 bilhões de reais e 4,4 bilhões de dólares para os especuladores, sem haver riscos e investindo apenas no papel e tinta para a impressão dos jornais que defendem seus interesses.

Os investimentos financeiros são improdutivos, com dois efeitos perversos: esterilizam recursos necessários para aumentar a capacidade produtiva do país e encarecem o custo do dinheiro destinado às atividades produtivas e ao consumo.

A gritaria pelo fim da trajetória de quedas nas taxas de juros cresceu desde o mês março, quando a inflação oficial para os últimos doze meses foi de 6,59%.

Neoliberal quer juros altos e desemprego

Um dos mais veementes porta-vozes dos interesses especulativos, o economista neoliberal Alexandre Schwartsman, quer que os juros subam quatro pontos percentuais. Isto é, ele quer dar cerca de 147 bilhões de reais (que os quatro pontos pretendidos gerariam sobre as dívidas interna e externa) para as contas já empanturradas de seus patrões no mercado financeiro. E quer jogar o pagamento dessa conta sobre os ombros dos trabalhadores: o desemprego deveria, em sua opinião, aumentar para 7,5%. Medidas, disse, só "para começar o jogo".

Trata-se da receita conservadora e especulativa tradicional. Dizem que é necessário subir os juros e baixar os salários e o emprego para combater a inflação. Na opinião de pessoas como Schwartsman, a inflação sobe quando os salários crescem mais do que a produtividade. Ela resulta diz, “de um mercado de trabalho excessivamente aquecido, de uma taxa de desemprego muito baixa. Para combater a inflação, será preciso desafogar o mercado de trabalho”.

Mas não explica que “produtividade”, nesse raciocínio, não é uma maior produção de bens, mas sim o aumento na exploração do trabalho, com maiores ganhos para o capital: menos trabalhadores empregados significa uma carga maior de tarefas para os que ficam e, ao mesmo tempo, e menor capacidade de pressão por aumentos salariais, jornadas menores e melhores condições de trabalho.

No fim das contas, com um número menor de empregados a classe capitalista consegue produzir a mesma quantidade de mercadorias, ou mais, pagando salários menores. Este é o sentido da produtividade do trabalho defendida por economistas conservadores e neoliberais.

Crescimento com distribuição de renda

A presidenta Dilma Rousseff se insurge contra estas pretensões e tem garantido, de maneira insistente, que seu governo vai travar um combate acirrado contra a inflação sem prejudicar o emprego, a renda dos trabalhadores, e o consumo das famílias.

É o que ela reafirmou nesta terça-feira (16), num discurso em Belo Horizonte (MG), quando garantiu que o governo vai para atacar sistematicamente a inflação sem precisar usar o aumento dos juros, como se fez no passado. "Nós jamais voltaremos a ter aqueles juros que em qualquer necessidade de mexida, elevava o juros para 15% porque estava em 12% a taxa de juros real. Hoje nós temos uma taxa de juros real bem baixa. Qualquer necessidade para combater a inflação, será possível fazer num patamar bem menor".

E defendeu o crescimento econômico: “Não há a menor hipótese de o Brasil esse ano não crescer”, declarando-se otimista em relação ao país. "Nós não negociaremos com a inflação, nós não teremos o menor problema em atacá-la sistematicamente. Queremos que esse país se mantenha estável", acrescentou.

O discurso da especulação não sensibiliza o governo. O caminho acenado por Dilma Rousseff para manter a inflação sob controle é outro. O Brasil, lembrou a presidenta, enfrenta o desafio de crescer e, ao mesmo tempo, distribuir renda. Nesse sentido, desonera a folha de pagamento de alguns setores para manter a competitividade, aumentar a produtividade, sem – nas palavras da mandatária - reduzir os direitos dos trabalhadores.

"Nós não fomos buscar na redução dos direitos dos trabalhadores um mecanismo pelo qual a gente aumentaria a produtividade, nós reduzimos a incidência de impostos sobre a folha de pagamentos", disse Dilma.

Fonte: Vermelho

Desenvolvido por Agência Confraria

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