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Curitiba já tem 48 casos confirmados de superbactéria

O mais recente relatório sobre o surto de micobactéria de crescimento rápido em Curitiba revela que 48 casos de infecção já foram confirmados pelo Centro de Epidemiologia da Secretaria Municipal da Saúde. Outros 36 casos suspeitos, ocorridos em seis hospitais da cidade, estão sendo analisados em dois laboratórios: em Curitiba e no Instituto Evandro Chagas no estado do Pará.

O mais recente caso foi confirmado no Hospital das Nações. Uma menina de nove anos foi infectada pela bactéria depois de passar por uma videocirurgia (cirurgia feita com o auxílio de câmera de vídeo) de apêndice - no mês de novembro do ano passado.

Outros três hospitais da capital tiveram casos confirmados. Segundo a Secretaria Municipal de Saúde, foram confirmados 41 casos no Hospital Pilar, outros cinco no Cruz Vermelha e um caso na Santa Casa - além do caso do Hospital das Naçoes.

O último relatório mostra que houve um aumento tanto no número de casos notificados quanto no de confirmados. Na última terça-feira (15), o Centro de Epidemiologia tinha 75 casos notificados - 33 deles já haviam sido confirmados. Os casos de notificação devem se estabilizar. Quem afirma é o diretor do Centro de Saúde Ambiental da Vigilância Sanitária de Curitiba, Moacir Gerolomo. "Os casos notificados devem se estabilizar já que determinamos que os equipamentos devem ser esterelizados e não mais desinfetados como vinha acontecendo", disse.

Todos os 48 pacientes infectados pela "Mycobacterium abscessus" passaram por procedimentos de videocirurgia (cirurgia feita com o auxílio de câmera de vídeo) no segundo semestre de 2007 - mais precisamente entre 14 de junho e 22 de novembro de 2007. "Ainda estamos investigando a causa das infecções. Uma das suspeitas é que a bactéria tenha se tornado resistente à desinfecção", disse Gerolomo.

A suspeita de morte de um aposentado por causa da micobactéria, no Hospital Pilar, continua em investigação. "Estamos analisando este caso, mas durante o surto no início do ano passado no Rio de Janeiro, com quase mil casos confirmados, nenhuma morte foi confirmada por causa desta superbactéria", comparou o diretor.

Para os pacientes que têm a videocirurgia marcada para os próximos dias, Gerolomo tranqüiliza. "Os médicos e hospitais estão bem orientados e tomaram as atitudes adequadas. Não há porque se preocupar", aconselhou o diretor.

Sintomas

Entre os sinais da micobacteriose estão nódulos e secreção no local da incisão cirúrgica, além de dificuldade de cicatrização. A infecção leva de duas semanas até um ano para se manifestar. Novos procedimentos foram adotados pelo Ministério da Saúde para evitar outras contaminações.

A Secretaria de Saúde orienta os pacientes submetidos a estes processos nos últimos meses e que apresentam os sintomas a procurar o local onde foi realizado o procedimento. Se for confirmada a infecção, o Ministério da Saúde manda para o hospital o remédio para o tratamento.

Hospitais

O diretor clínico do Hospital das Nações, Emerson Pelissari, disse que se trata de um único caso e que a paciente, uma menina de nove anos, está bem de saúde. "Foi um caso durante todo o ano de 2007 e a paciente está bem de saúde. Além disso, já estamos cumprindo todas as determinações impostas pela Vigilância Sanitária para que nenhum outro caso aconteça", comentou.

Maria Terezinha Carneiro Leão, infectologista do Hospital Pilar, que tem o maior número de casos confirmados, explicou que em outubro do ano passado foram detectados as primeiras suspeitas de infecção. "Depois de uma investigação epidemiológica concluímos que um aparelho de endoscopia estava contaminado. Imediatamente ele foi interditado", disse. "A partir daí não houve mais suspeitas e todas as determinações dadas pela Vigilância Sanitária para evitar a proliferação dos casos, o Hospital Pilar já tinha tomado em outubro", completou.

A infectologista afirmou que tem certeza que há muitos casos de infecção pela micobactéria, mas que eles não são divulgados pelos hospitais. "Médicos e hospitais de Curitiba têm dificuldades de identificar os casos suspeitos. Há muitos hospitais que não querem dizer que há casos suspeitos ou simplesmente não sabem", acusou sem citar nomes. "Há poucos infectologistas em Curitiba e até então ninguém nuca tinha visto a doença antes", concluiu. Só em 2007, o Hopital Pilar realizou cerca de 2.000 videocirurgias.

Outros cinco casos foram diagnosticados no Hospital da Cruz Vermelha. O diretor do hospital, Gerônimo Fortunato Júnior, porém, confirma quatro casos. Segundo ele, o glutaraldeído, substância utilizada na desinfecção e que provavelmente não está mais matando a bactéria, já foi substituído no hospital pelo ácido peracético. "Foi um surto que possivelmente atingiu todos os hospitais que fazem vídeocirurgia, mas que, com certeza, está sob controle".

A assessoria de imprensa da Santa Casa disse que o único caso confirmado no hospital ainda está sob investigação.

Fonte: CBN / Curitiba

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