
Dia da Consciência Negra: Uma luta constante e diária de um povo que construiu e que constrói o Brasil, inclusive na metalurgia
20 de novembro, Dia da Consciência Negra, uma referência ao dia da morte de Zumbi dos Palmares, em 1655, líder do Quilombo de Palmares, que lutou para preservar o modo de vida dos africanos escravizados que conseguiam fugir da escravidão.
Porém, 367 anos depois da morte de Zumbi, em pleno 2022, a luta do povo negro por mais respeito e valorização ainda continua. Sim, mesmo com o fim da escravidão, as dificuldades para os negros é diária.
Uma realidade, uma cicatriz aberta há séculos, desde a escravização na África, passando por travessias oceânicas desumanas, pelas senzalas, até os dias atuais que punem e marcam o negro com o ferro quente da desigualdade social, do preconceito no mercado de trabalho e principalmente da violência policial.
A batalha secular contra o racismo faz parte também da história de luta do SMC, que por diversas vezes levou essa discussão ao poder público, através de ações alusivas ao Mês da Consciência Negra.
A metalurgia nas Américas pelas mãos da África
Através das mãos do povo africano plantações, igrejas, estradas, edifícios, armazéns e várias outras estruturas foram consolidadas nas Américas com muito suor e um sofrimento que até hoje ecoa na sociedade. Essa força continua nos dias atuais, com os descendentes dos que foram escravizados, que representam, segundo o IBGE em dados de 2018, 54,9% da força de trabalho do país.
Essa participação fundamental na construção das Américas e inclusive na metalurgia é descrita na trilogia “Escravidão” do escritor e jornalista paranaense, Laurentino Gomes. No volume II, ele descreve “Africanos escravizados do Congo, onde a metalurgia era já bastante desenvolvida antes da chegada dos portugueses à África Subsaariana, desenvolveram a indústria do cobre em Santiago de Cuba e trabalharam nela, assim como o fizeram nas forjas e fábricas rudimentares de ferro do interior do Brasil, onde estiveram em grande demanda por séculos”.
Ainda em um trecho do livro, uma fala da historiadora norte-americana, Gwendolyn Midlo Hall é descrita “Os africanos e seus descendentes receberam muito pouco reconhecimento por seus esforços e sacrifícios, e muito pouco dos benefícios (gerados por esse trabalho). É hora de tornar visíveis os africanos invisíveis”.
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