Em plena pandemia do Covid-19, os metalúrgicos da Grande Curitiba deram, mais uma vez, exemplo e puxaram as mobilizações contra os cortes de postos de trabalho e direitos. 

O avanço da pandemia não trazia boas notícias. Como sempre, as   montadoras ameaçavam demitir. Começou na Nissan, de Rezende (RJ). Aqui no Paraná não foi diferente: empresas como Bosch, CNH, Volvo e demais setores metalúrgicos queriam  discutir demissões com o Sindicato. Não concordamos e essa decisão fortaleceu a resistência quando os metalúrgicos da Renault foram para a luta contra demissão de 747 trabalhadores realizando a primeira greve da pandemia. 

Em uma mobilização histórica, com repercussão em todo o mundo,  os trabalhadores da Renault deram o recado e frearam as tentativas de demissão no país. O resultado da demonstração de  força e união foi a recontratação dos trabalhadores. 

A mobilização  mostrou a importância da organização contra o desemprego e a retirada dos diretos. Novamente, esse ano, os trabalhadores da Renault foram para a luta para garantir seus direitos. A experiência de 104 anos do SMC mostra que o  resultado de uma mobilização nem sempre é o que se espera. Porém, independente do resultado, o recado que fica é sempre o da  demonstração  de força dos trabalhadores. Por isso, parabéns, trabalhadores da Renault.  A luta é eterna e estaremos sempre juntos.

Sérgio Butka
Presidente do Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba, da Federação dos Metalúrgicos do Paraná (Fetim) e da Força Sindical do Paraná.