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Dantas usou a própria mulher como "laranja"

Documento da Polícia Federal informa que o banqueiro Daniel Dantas usou a própria mulher, Maria Alice Dantas, para executar operações fraudulentas, revela o blog do Josias de Souza. Ela é titular de uma conta pessoal no banco do marido.

O nome dela foi citado pelo Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) em uma lista de "pessoas com suspeitas de operações financeiras ilícitas". Um documento da PF cita que em menos de um ano, Maria Alice movimentou mais de R$ 21 milhões em conta de pessoa física do Banco Opportunity.

Maria Alice, Dantas, sua irmã e seu cunhado foram presos nesta terça-feira durante a Operação Satiagraha --que investiga suposta prática dos crimes de lavagem de dinheiro, gestão fraudulenta, evasão de divisas, formação de quadrilha e tráfico de influência para a obtenção de informações privilegiadas em operações financeiras.

Além deles, foram cumpridos 24 mandados de prisão, que culminou com a detenção do ex-prefeito de São Paulo Celso Pitta e do investidor Naji Nahas.

No despacho em que ordenou a prisão dos suspeitos, o juiz Fausto Martin de Sanctis, da 6ª Vara Federal Criminal de São Paulo, afirmou que a conta bancária de Maria Alice Dantas serviu "para lavagem de valores" e que ela foi "usada como laranja para a abertura de empresas" utilizadas no esquema fraudulento.

Leia a reportagem completa no blog do Josias.

Operação Satiagraha

"Essa organização criminosa tinha como seu líder o Daniel Dantas", disse Protógenes Queiroz, delegado da Polícia Federal responsável pelas investigações. "Nós nos deparamos, primeiramente com um grupo de pessoas e depois com uma organização criminosa muito bem estruturada", reiterou.

O Ministério Público Federal acusa o grupo do banqueiro Daniel Dantas de ter movimentado, entre 1992 e 2004, quase US$ 2 bilhões por meio do Opportunity Fund, uma offshore no paraíso fiscal das Ilhas Cayman, no Caribe.

Segundo a Procuradoria, além de evasão de divisas e formação de quadrilha, as investigações apontam que o grupo de Dantas teria cometido também gestão fraudulenta, concessão de empréstimos vedados (empréstimos entre empresas do mesmo grupo) e corrupção ativa.

O grupo Opportunity foi fundado por Dantas em 1993. O banqueiro ganhou notoriedade ao se associar ao Citigroup para criar o consórcio que venceu a concessão de telefonia que criou a Brasil Telecom. Depois iniciaram uma disputa societária que só terminou com a venda da empresa para a Oi (ex-Telemar) no início deste ano. Durante essa disputa foi acusado, entre outras coisas, de espionagem.

O advogado de Dantas entrou ainda contem com habeas corpus no STF para libertar o banqueiro e negou ligação direta de Dantas com Nahas e Pitta.

Investigações

Segundo a PF, as investigações começaram há quatro anos, com o desdobramento das apurações feitas a partir de documentos relacionados com o caso mensalão. A partir de documentos enviados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) para a Procuradoria da República no Estado de São Paulo, foi aberto um processo na 6ª Vara Criminal Federal.

Na apuração foram identificadas pessoas e empresas supostamente beneficiadas no esquema montado pelo empresário Marcos Valério para intermediar e desviar recursos públicos. Com base nas informações e em documentos colhidos em outras investigações da Polícia Federal, os policiais apuraram a existência de uma organização criminosa, supostamente comandada por Daniel Dantas, envolvida com a prática de diversos crimes.

Para a prática dos delitos, o grupo teria possuído empresas de fachada. As investigações ainda descobriram que havia uma segunda organização, formada por empresários e doleiros que supostamente atuavam no mercado financeiro para lavagem de dinheiro. O segundo grupo seria comandado pelo investidor Naji Nahas.

Além de fraudes no mercado de capitais, baseadas principalmente no recebimento de informações privilegiadas, a organização teria atuado no mercado paralelo de moedas estrangeiras. Há indícios inclusive do recebimento de informações privilegiadas sobre a taxa de juros do Federal Reserve (Fed, o BC americano).

Os presos na operação devem ser indiciados sob as acusações de lavagem de dinheiro, corrupção, evasão de divisas, sonegação fiscal e formação de quadrilha. Eles serão transferidos para São Paulo, onde permanecerão na carceragem da Superintendência Regional da PF.

A operação conta com a participação de 300 policiais.

(Fonte: Folha Online)

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