O Governo federal economizou R$ 98,22 bi entre janeiro e julho deste ano para pagamento de juros, formando o chamado superávit primário. O valor corresponde a 6,01% do PIB e está bem acima da meta estabelecida para o ano, de 4,3% do Produto Interno Bruto (PIB) no ano.

O chefe do Departamento Econômico do Banco Central (BC), Altamir Lopes, informou que o superávit mensal de R$ 12,1 bilhões é o maior para meses de julho, bem como o acumulado no ano. O superávit acumulado em 12 meses, de R$ 120,25 bilhões ou 4,38% do PIB, também é recorde.

Contrastando com o desempenho da União, os resultados dos municípios e suas estatais foram negativos. As prefeituras tiveram déficit primário de R$ 8 milhões, e suas estatais ficaram com déficit de R$ 19 milhões. Isto se explica principalmente pelo aumento dos gastos (e das obras) em ano eleitoral.

Visão crítica

Nos primeiros sete meses do ano, as estatais federais acumularam pouco mais de um terço da meta para 2008. O superávit do período ficou em R$ 6,574 bilhões, enquanto a meta até dezembro está fixada em R$ 18,7 bilhões.

Como era de se esperar, representantes do governo e do sistema financeiro festejaram o resultado fiscal da União. Todavia, o movimento sindical e o povo brasileiro não têm razão para comemorar, pois o superávit primário é formado com o sacrifício dos gastos e investimentos em educação, saúde, infra-estrutura e outras atividades e serviços públicos, restringindo o crescimento da economia e a melhoria dos serviços públicos.

Fonte: DIAP