Lula diz que consumo segue forte no Brasil e destaca volta do crédito
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse na noite desta terça-feira, no Rio, que a economia brasileira continua sólida em meio à crise econômica mundial e destacou a força do mercado interno. Lula comemorou ainda a retomada da oferta de crédito no cenário internacional para financiar o comércio.
"A economia brasileira continua sólida. O mercado interno brasileiro continua poderoso. O consumo continua grande, é só você ver o que está acontecendo no setor de combustível e derivados. Ou seja, nós, neste mês, vendemos mais do que no mesmo mês do ano passado, que foi um ano excepcional", afirmou Lula, que participou da feira Feira Latin America Aero & Defense (LAAD), no Rio.
Lula citou também a expansão dos financiamentos da Caixa e a recuperação da indústria automotiva.
"A Caixa Econômica Federal contratou no mesmo período, sem o projeto 'Minha Casa, Minha Vida', o dobro do que contratou no ano passado. Todos vocês estão vendo a recuperação da indústria automobilística, que por conta da cadeia da indústria, representa 24% do PIB [Produto Interno Bruto] industrial", disse Lula.
O presidente disse ter razões para estar otimista e voltou a dizer que a pior fase da crise internacional já passou, que "foi em novembro e dezembro [do ano passado], após a quebra do Lehman Brothers" e o sumiço do crédito. Ele reafirmou que o Brasil vai sair mais forte e mais competitivo deste período de turbulências.
"Agora o crédito começa a voltar lentamente, mas começa a voltar existir no mundo para financiar o comércio. Eu, se pudesse fazer uma afirmação, eu diria para você: eu acho que o pior, efetivamente, já passou. Eu trabalho com a hipótese, quase com essa convicção, e vamos ver os dados mostrarem se isso é verdade ou não", disse Lula, que se recusou, no entanto, a antecipar os números do Caged (Cadastro Geral de Empregados e Desempregados) sobre o mercado de trabalho que serão divulgados nesta quarta-feira (15).
Sobre a reunião do G20 (grupo que reúne os países ricos e os principais emergentes), que ocorreu no início deste mês em Londres, Lula disse que a cúpula produziu um "efeito psicológico" no mercado mundial.
"Eu penso que a reunião do G20 produziu um efeito psicológico muito grande na economia mundial. Foi quando se deram conta [países ricos] de resolver o problema da crise."
Na cúpula em Londres, os países prometeram realizar esforços conjuntos para destinar mais de US$ 1 trilhão ao FMI, US$ 100 bilhões adicionais para socorrer os países emergentes, controlar paraísos fiscais e salvar empregos. No total, o grupo defendeu a utilização de um esforço fiscal global de US$ 5 trilhões até 2010 para encerrar a crise financeira.
Outro ponto abordado foi a necessidade de "trabalhar urgentemente com os líderes" mundiais para fazer avançar a Rodada Doha de liberalização comercial, no âmbito da OMC (Organização Mundial do Comércio).
Fonte: Folha Online