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Encontro internacional de dirigentes sindicais critica política americana

Durante esta segunda e terça, 14 e 15 de janeiro respectivamente, mais de 40 dirigentes sindicais de vários continentes se reuniam no Sudão, África, para a reunião do Conselho Presidencial da Federação Sindical Mundial (FSM).

Na pauta, um balanço da atuação da FSM e o planejamento da entidade para 2008. A situação da África ganhou destaque no encontro que teve a participação de sindicalistas de 10 países do continente africano e do presidente, Omar Al-Bachir, e vice-presidente, Salva Kiir, do país anfitrião. A reunião fez duras críticas aos planos americanos de intervenção no Oriente Médio e na África.

O presidente do Sudão, Omar Al-Bachir, saudou os sindicalistas e disse “que o papel dos trabalhadores no Sudão tem sido muito importante no combate às tentativas do imperialismo norte americano de intervir no país.”

Ele também ressaltou que hoje no Sudão não atuam empresas que querem escravizar o povo sudanês. O país expulsou as empresas norte americanas de petróleo e agora só trabalha com empresas parceiras do Sudão.

O Vice-presidente do Sudão, Salva Kiir, participou da cerimônia de abertura e saudou as delegações estrangeiras evidenciando a necessidade de “combate a política imperialista do presidente americano, George W, Bush, que tenta impor seus desígnios em todo o mundo, e principalmente no Oriente Médio e na África”.

Além da luta antiimperialista, o trabalho e as mulheres foi outro tema importante que se manifestou desde o começo da atividade. Cerca de mil mulheres sindicalistas sudanesas iniciaram e encerraram a cerimônia de abertura com palavras de ordem e canções típicas do país.

Entre as resoluções do encontro, está a de intensificar a ação da FSM no continente africano. Neste sentido a reunião do Conselho Presidencial da FSM aprovou cinco iniciativas. São elas:

1- Um seminário Africano para discutir os problemas e as solucões para os povos africanos;

2. Um colóquio com especialistas e cientistas para discutir o problema da dívida dos paises do terceiro mundo e a posição do movimento sindical;

3. Organizar uma conferência das mulheres trabalhadoras da África;

4. Contribuir com a Federação Sindical Unitária da África na solidariedade e na luta para combater a Aids no continente;

5. Passar uma orientação específica a todas as entidades filiadas e amigas da FSM para que as mesmas colaborem com as comunidades africanas de imigrantes que sofrem discriminação em todas as partes do mundo.

As iniciativas têm como objetivo buscar a unificação das lutas contra o imperialismo e a unidade nas ações dos trabalhadores da região, além de contribuir com a solidariedade internacional dos sindicatos para combater as mazelas que afligem os povos africanos, como a Aids.

O Brasil e a África

Dois dirigentes brasileiros, Wagner Fajardo, pela Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), e Paulo Saboia, da Central Geral dos Trabalhadores do Brasil (CGTB), representaram o Brasil na reunião.

Em sua intervenção, o brasileiro Wagner Fajardo, que é membro do Conselho Presidencial da FSM e Secretário Geral da União Internacional dos Trabalhadores dos Transportes (UIS-Transporte) destacou a mudança nas relações diplomáticas do Brasil com a África á partir da eleição do presidente Luís Inácio Lula da Silva.
 
“Os trabalhadores brasileiros perceberam as mudanças nas relações do Brasil com a África com o governo Lula. Nosso presidente, um operário sindicalista, reconhece a importante contribuição que os povos africanos têm na cultura, no trabalho e no desenvolvimento de nosso país”, disse Fajardo.


África e a América Latina

Segundo relatos, grande parte das manifestações durante o encontro destacaram o papel da América Latina para a luta sindical mundial. O continente latino americano foi citado por muitos como exemplo de que é possível mudar a África.

Os 30 membros do Conselho Presidencial também frisaram que a América Latina reúne hoje as melhores condições para o avanço das idéias progressistas e para a luta dos trabalhadores em todo mundo.

Os dirigentes sindicais brasileiros realizaram várias bilaterais durante o encontro e afirmam que o entusiasmo da África para com os acontecimentos latino americanos é grande. “Há uma grande expectativa do movimento sindical mundial para com o nosso continente”, afirmou Fajardo ao Vermelho.

Balanço da FSM

Um dos destaques da FSM foi à realização da Conferência Internacional da Mulher Trabalhadora, ocorrida em Bruxelas em setembro de 2007, onde se adotou um plano de ação em que se definiu a realização de conferências sobre as mulheres em todos os continentes durante 2008 com o objetivo de implementar as resoluções da Conferência Internacional.

O balanço debatido no conselho definiu como positiva a atuação da entidade no último período e, apesar de ainda estar longe do ideal, os sindicalistas avaliaram que a FSM cresceu e se desenvolveu no último ano.

Planejamento da FSM para 2008

Foi aprovado o seguinte plano de ação da FSM para 2008:

1. Atividades educativas e de pesquisa que prevê a realização de seminário sobre água, sobre a mulher trabalhadora na América Latina e um seminário mundial sobre o papel das Organizações das Nações Unidas (ONU) na era da globalização;

2. Conferência Internacional de Cientistas (mesa redonda) sobre a dívida dos paises do terceiro mundo;

3. Atividades regionais como conferências das oficinas regionais e sobre a mulher trabalhadora.

4. Atividades das UIS com congresso de fundação da UIS-Metal na Espanha, congresso da UIS-Turismo/Hotéis na Grécia, e preparação para fundação da UIS-Cultura/Meios de Comunicação.

Fórum Social Mundial 2008

Além destas indicações, a FSM aprovou mobilizar para o Fórum Social Mundial de 2008, através de atividades em vários locais do mundo no dia 26 de janeiro, Dia de Ação Global, e em outros fóruns internacionais.

A FSM também quer realizar atividades organizativas da entidade e ampliar a sua cooperação com outras organizações sindicais, filiadas ou não a FSM, mas que tem papel destacado no mundo hoje, como é o caso das centrais sindicais da Índia e da China, que juntas representam a metade dos trabalhadores do mundo.

Ao fim do encontro, foi aprovada uma moção de solidariedade aos trabalhadores e a nação sudanesa em função das ameaças constantes do imperialismo americano de intervir nos assuntos internos do Sudão.

A moção aprovada defende que o povo sudanês é soberano para resolver seus conflitos internos e repudia qualquer tentativa de interferência externa, seja de quem for, nos destinos e na vida do povo sudanês. Nesse sentido, a moção ressaltou a importância da unidade da Central Sindical Sudanesa que é única e tem todos os sindicatos e federações do país filiadas a ela.

Fonte: DIAP

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